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UFPE rende homenagem póstuma ao engenheiro e professor Joaquim Xavier Correia de Andrade Filho

O discurso panegírico foi feito pelo professor Maurício Pina

Nos dois discursos e quatro falas espontâneas proferidas na solenidade de outorga do título de Professor Emérito in memoriam da UFPE a Joaquim Xavier Correia de Andrade Filho, foram destacadas três características do engenheiro e professor homenageado: a gentileza, a simplicidade e o conhecimento. Tendo lecionado por 44 anos, Joaquim Correia faleceu em 31 de dezembro de 2018, deixando uma legião de parentes, alunos, funcionários e amigos que estiveram presentes à cerimônia, realizada no Auditório Reitor João Alfredo, sob a presidência do reitor Anísio Brasileiro.

No discurso panegírico que historia a vida do agraciado com o título, o professor Maurício Pina, do Departamento de Engenharia Civil, lamentou que a universidade de hoje não mais privilegie nos seus quadros docentes que também exerçam a profissão que ensinam. “Como aluno de Joaquim Correia, aprendi, além de lições de vida, conhecimentos e a boa prática, coisas que ele dominava com maestria”, afirmou. Pina relembrou um bordão que notabilizou o professor Correia de Andrade - saber e saber fazer - e pontuou: “Infelizmente, hoje é mais importante uma titulação e produção acadêmicas do que o conhecimento prático de uma atividade.”

Foto: Passarinho

Filho do homenageado, o docente Tibério Andrade, recebeu o diploma

Ao agradecer em nome de toda a da família, o filho do homenageado e também professor da UFPE Tibério Andrade disse ter absoluta certeza de que Joaquim Correia de Andrade Filho estaria muito sensibilizado com a outorga do título. E, para reafirmar sua convicção, relembrou que quando se aposentou da UFPE, por ter atingido a idade limite, Joaquim Correia afirmou: “Não sou eu quem me despeço da Universidade, mas a Universidade é quem se despede de mim.” “A compulsória foi um grande golpe na vida dele”, completou Tibério.

DESAFIO – Segundo o reitor Anísio Brasileiro, que também foi aluno de Joaquim Correia, o novo Professor Emérito da UFPE sempre esteve ao lado dos estudantes nas lutas pela democracia e gozava da confiança dos seus pupilos. “Lembro muito dele, depois de terminadas as aulas, sentado nos bancos da pracinha do prédio da Engenharia, sem pressa, conversando com os estudantes; os valores que ele cultuava e cultivava têm convergência com os valores da nossa universidade publica”, afirmou Anísio. 

No encerramento da solenidade, o reitor rendeu homenagem ao pedir uma salva de palmas à servidora Maria da Conceição Feitosa, que hoje está lotada no Cerimonial da Reitoria e que iniciou sua vida da UFPE atuando no Laboratório de Materiais, junto com o professor Joaquim Correia. No próximo mês, Conceição se aposenta da instituição.

PERFIL - Graduado pela Escola de Engenharia da UFPE, Joaquim Xavier Correia de Andrade Filho atuou como professor da Universidade de 1960 a 2004. Foi engenheiro do Departamento de Transportes da Sudene de 1962 a 1968 e, em seguida, integrou a equipe da construtora Hadan Engenharia, por meio da qual chegou a construir mais de 20 mil unidades habitacionais. Em 1982, deu início aos trabalhos de consultoria, prestando serviços de controle tecnológico do concreto, programação e acompanhamento de obras. No final de 1983, foi contratado como engenheiro civil da Astep para assumir a área de tecnologia do concreto da construção do Metrô do Recife, quando começou a se especializar no ramo do concreto.

Ficou na empresa até o final das obras (abril de 1985) e, a partir daí, dedicou-se exclusivamente às atividades de consultor e professor, passando a atender empresas como Odebrecht, EIT, Queiroz Galvão, Concal, Lastro Engenharia, Confort, Geotest, Oliveira Maciel, Correia Amado e Conac. As primeiras grandes obras atendidas como consultor na área de concreto foram o viaduto Tancredo Neves (Recife-PE) e as barragens Gramame-Mamuaba (Conde-PB), Pão de Açúcar (Pesqueira-PE) e Algodões (Ouricuri-PE). 

Em seguida, Joaquim Correia passou a atuar como consultor na Geogrupo, onde implantou e coordenou o laboratório de concreto. Com o fechamento do laboratório da empresa, decidiu abrir seu próprio negócio, em 1992, fundando a Tecomat que, ao longo destes anos, se transformou em uma das principais empresas de consultoria e de ensaios laboratoriais do setor construtivo do Nordeste, oferecendo atualmente ao mercado diversos serviços de melhoria de desempenho e de qualidade das edificações.

Em sua Tecomat, Joaquim Correia conseguiu formar uma equipe técnica reconhecida nacionalmente em algumas áreas da Engenharia Civil, que, sob sua sombra de conhecimento e experiência, carrega consigo o seu “Saber” e “Saber Fazer”, atuando com compromisso, responsabilidade, honestidade, disciplina e humildade, valores que o engenheiro carrega por toda a vida. Joaquim Correia recebeu a Medalha do Mérito do Centenário da Escola de Engenharia de Pernambuco pelo reconhecimento à relevante contribuição ao desenvolvimento da Engenharia e das Geociências em Pernambuco.

E, em 2014, também foi agraciado com a Medalha do Mérito Tecnológico Pelópidas Silveira, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), e homenageado na primeira edição do Prêmio Construir Nordeste.

Confira o álbum de fotos da cerimônia, de autoria do fotógrafo Passarinho, da Ascom UFPE.

Data da última modificação: 20/09/2019, 16:32