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Startup desenvolve sistema de gerenciamento de água da chuva para abastecimento público e privado
O PluGow usa a água da chuva para melhorar a qualidade de vida das pessoas, reduzir gastos públicos e promover proteção ambiental
A startup Pluvi, incubada no Polo Tecnológico da UFPE, em parceria com o Laboratório de Computação Embarcada e Tecnologias Industriais da UFPE (Laceti), está desenvolvendo o PluGow, um dispositivo que usa a internet das coisas (IoT) aplicada ao gerenciamento de recursos hídricos e energia com o uso da água da chuva. O produto oferece água potável para consumo humano utilizando-se da água da chuva para o abastecimento convencional, atendendo ao setor privado e a políticas públicas. Promete ser um produto inovador, que vai muito além do oferecido no mercado e que incrementará o setor de saneamento.
O PluGow procura utilizar a água da chuva para melhorar a qualidade de vida das pessoas, reduzir gastos públicos e promover proteção ambiental de forma econômica e sustentável. Trata-se de um sistema de monitoramento e gerenciamento do abastecimento de água que contribui para a universalização do acesso a água por meio da incorporação do uso da chuva no dia a dia das pessoas. A IoT contribui com monitoramento em tempo real da qualidade da água, o que garante segurança sanitária a todos os usuários. Os sensores de qualidade aferem as condições sanitárias da água conforme os padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde independentemente da sua origem.
Para incorporação da IoT ao PluGow, na primeira fase, foram construídos sensores de baixo custo para monitoramento da qualidade da água, bem como uma interface web para conectar os usuários ao sistema em tempo real, o que viabiliza sua implementação e adiciona a competitividade ao produto. Além disso, é possível acompanhar, em tempo real, o nível da água dos reservatórios. Também são disponibilizados aos usuários dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) relativos ao volume acumulado de chuva no período e as previsões das próximas ocorrências pluviométricas. Assim, o PluGow propõe o controle do abastecimento de água na palma da mão, pelo celular ou pela internet, entregando transparência no monitoramento segurança hídrica e sanitária aos seus usuários.
O produto avançou do nível de maturidade TRL2 para 4 nesta primeira fase, com a prova de conceito sendo validada em ambiente simulado. Portanto, o primeiro protótipo foi finalizado e está pronto para aplicações e validação em tempo real. Em laboratório, identificou-se uma alta confiabilidade dos sensores construídos, comparados com os sensores comerciais de alta precisão utilizados em pesquisa de alto nível. Na segunda fase, será instalado no Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (Litpeg) para testes em ambiente real.
CONTEXTO – A iniciativa atende a uma demanda do novo mercado de saneamento, ao se apropriar da nova matriz energética, a água da chuva, reconhecida como recurso hídrico, em 2017, no Brasil, por meio da Lei da Águas. De acordo com a equipe que desenvolve o projeto, o setor do saneamento deverá ser um dos setores mais importantes da recuperação deste momento de pós-pandemia, envolvendo 1,4 trilhões de reais e com impacto na economia nos próximos 12 anos. Esse setor estaria a caminho da universalização dos serviços, visto que o país apresenta 34 milhões de pessoas sem água potável em suas torneiras.
A equipe da Pluvi considera o contexto atual de falta de água, um problema que tem se agravado no Brasil e no mundo. Os idealizadores do PluGow explicam que as previsões pessimistas indicam que em 2050 já não teremos fontes de água doce para explorar. Apesar disso, o Brasil tem chuvas regulares em algumas regiões e climas favoráveis para a sua captação. No Recife, por exemplo, chove bastante em todos os meses do ano. Por outro lado, os sistemas convencionais de abastecimento estão sobrecarregados e não serão suficientes para atender o binômio oferta e demanda.
Os mananciais estão cada vez mais distantes e sua qualidade deteriorada pelas ações do homem. Além disso os investimentos necessários para a construção de sistemas convencionais são altíssimos. A equipe explica, que, a exemplo do que ocorreu com o setor energético, o racionamento de água além de afetar diretamente toda a população também é uma questão de gestão pública. São necessários altos investimentos com a aquisição tradicional de água através de caminhões-pipa para garantir o funcionamento dos serviços essenciais em prédios públicos e privados. Por isso, é urgente a modernização da matriz hídrica no Brasil a partir da incorporação de fontes alternativas e sustentáveis de água complementar ao sistema existente.
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pluvistartup@gmail.com