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Seminário Acervos de Museus Comunitários e Movimentos Sociais será realizado nos dias 15 e 16 deste mês

Evento vai reunir dezenas de especialistas para lançamento de Pesquisa Participativa

Da assessoria do evento

O Seminário “Acervos de Museus Comunitários e Movimentos Sociais: Territórios, Patrimônios e Memórias Insurgentes” será realizado nos dias 15 e 16 deste mês, no auditório do Núcleo Integrado de Atividades de Ensino (Niate) do Centro de Filosofia e Ciências Humanas/CFCH (Campus Recife), da Universidade Federal de Pernambuco. O evento é uma realização da Escola Livre de Museologia Política/PE e do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Etnicidade/Nepe, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPE. O formulário de inscrição e a programação estão disponíveis aqui. 

Coordenado pelo historiador e antropólogo Alexandre Gomes (pesquisador associado ao Nepe/UFPE), o evento marcará o lançamento do projeto cultural “Pesquisa Participativa e Mapeamento Colaborativo de Acervos de Museus Comunitários & Movimentos Sociais: Territórios, Patrimônios e Memórias na Zona da Mata de Pernambuco”, realizado com o incentivo do Edital Funcultura Geral 2019/2020 (Fundarpe/Secult-Pe)(Área/Linguagem: Patrimônio_Pesquisa, Linha de Ação 3. Inventários, pesquisas ou planos sobre o patrimônio documental, acervos ou bens móveis e/ou bens integrados de Pernambuco) e apoio do Núcleo de Ciências da Vida (NCV) do Centro Acadêmico do Agreste (CAA), da UFPE.

Nas últimas décadas, floresceram centenas de iniciativas autônomas de “museus comunitários” e “redes de memória, patrimônio e museologia social” no Brasil, que revelam um protagonismo ímpar por parte de diferentes movimentos sociais na autogestão de seus patrimônios culturais. Estas redes de memória surgiram a partir de 2011 em diálogo com políticas públicas culturais, constituindo culturas políticas plurais que produziram uma articulação nacional entre diferentes grupos envolvidos em mobilizações associadas a processos museológicos comunitários e a ações culturais, artísticas e educativas com memória social.

Estas iniciativas são parte da luta de povos indígenas, populações quilombolas, grupos afrorreligiosos e povos de terreiros, de movimentos campesinos, rurais e urbanos, artísticos e culturais, com recortes de gênero, de raça e de classe, que reivindicam por uma variedade de direitos sociais, como reconhecimento étnico, acesso à territórios, à saúde, à memória, à educação de qualidade. Estas iniciativas têm recebido diferentes denominações e o termo “museus comunitários” é uma das autoidentificações mais usuais – embora não dê conta da diversidade de experiências. Associadas a este termo e a outros correlatos, variadas experimentações expressam diferentes formas de apropriação comunitária de referências de memórias e patrimônio que têm andado lado a lado com ações de organização e mobilização. Os museus viraram instrumentos de libertação na linguagem e nas práticas dos movimentos sociais.

Com a presença de representantes de povos indígenas, líderes afrorreligiosos, do movimento camponês, de ciganos, comunidades quilombolas e outros, o evento é uma iniciativa que efetuará o impulso inicial para a organização da Escola Livre de Museologia Política/PE. A ELMP tem como objetivo agregar povos, populações, movimentos e museus comunitários, a partir de uma proposta político-pedagógica voltada à troca de experiências e à formação em rede nos campos da história social, da memória e da museologia comunitária.

PROGRAMAÇÃO - Além da palestra sobre o museu comunitário do Assentamento Galiléia, no seminário acontecerá o pré-lançamento do livro “Como e por que surgiram as Ligas Camponesas: um testemunho por quem a viveu”, inédito, de autoria de seu Zito. Seu Zito é morador do Assentamento Galiléia, em Vitória de Santo Antão (PE) e realizará a conferência de abertura do seminário, sob o título “O Memorial das Ligas Camponesas Francisco Julião: Uma História da Luta pela Terra no Brasil”. 

Seu avô, Zezé da Galiléia, foi uma liderança histórica do movimento campesino brasileiro e membro-fundador da SAPPP, a Sociedade Agrícola e Pecuária dos Plantadores de Pernambuco, surgida no final de 1954 a partir da mobilização de 140 famílias do Engenho Galiléia (zona rural de Vitória de Santo Antão). Esta experiência é reconhecida como o embrião da primeira liga camponesa no país, experiência que se espalhou a partir de então na Zona da Mata e Agreste de Pernambuco. As ligas surgiram em outros estados, como Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e Paraíba, em torno da luta pela posse e usufruto imediato da terra, constituindo uma das principais frentes de organização dos trabalhadores rurais no Brasil entre as décadas de 1950 e 1960.

Haverá ainda a participação do professor Mário de Souza Chagas, da Escola de Museologia da UniRio, museólogo e diretor do Museu da República (RJ), que acompanhará os dois dias de evento e fará a conferência de encerramento, sob o título “Lutas Sociais, Memória e Novas Perspectivas para a Autogestão de Acervos de Museus Comunitários e de Movimentos Sociais no Brasil”. Fundador do Ibram e idealizador da Política Nacional de Museus, Mário Chagas é um dos grandes expoentes da museologia brasileira e uma referência quando o assunto é Museologia Social. Membro e fundador da Rede de Museologia Social do Rio de Janeiro (Remus), ele também compõe a equipe técnica como consultor do projeto “Pesquisa Participativa e Mapeamento Colaborativo de Acervos de Museus Comunitários & Movimentos Sociais: Territórios, Patrimônios e Memórias na Zona da Mata de Pernambuco”, responsável pela realização do seminário. Na ocasião, Chagas realizará também o pré-lançamento de seu novo livro “Aerograma”, inédito, em terras pernambucanas.

Mais informações
Instagram da Escola Livre de Museologia Política - ELMP
@escola.livre.pe 
escola.livre.pe@gmail.com

Data da última modificação: 12/06/2023, 15:44