Em sua segunda participação na fase regional da Olimpíada Brasileira de Satélites (OBSAT) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que ocorreu nos últimos dias 5 e 6 de dezembro, em Parnamirim-RN, o projeto de extensão Asa Branca Aerospace da UFPE, representada pela equipe “Pitubas”, conquistou a 1° colocação na modalidade de Ensino Superior da competição, com o lançamento do seu minissatélite, o Bacurau-1. Com esta conquista, o projeto aguardará a fase nacional, onde poderá lançar o protótipo em um foguete de voo suborbital pela Agência Espacial Brasileira (AEB).

Fotos: Divulgação

Lançamento do minissatélice Bacurau-1

A equipe, composta pelos estudantes Everton Vitor, Julius César Romanzeira, José Ribamar, Michaely Raiany e Letícia Silva, e coordenada pelos professores Aline Cavalcanti e Gilson da Silva, projetou o minissatélite com o propósito de realizar uma análise exploratória das frequências encontradas no espaço, como as de emissões de rádio-frequências de origens desconhecidas, de ruídos eletromagnéticos e de corpos celestes com campos eletromagnéticos.

O satélite, que teve que passar por uma rigorosa inspeção técnica antes de ser considerado adequado para o lançamento, subiu a uma altura de 30 quilômetros, junto a um balão estratosférico, antes de ser recuperado. Os dados adquiridos servirão para a ajudar na democratização de informações aeroespaciais, permitindo que o público geral consiga interagir com os satélites lançados pelo projeto.

Equipes comemoram resultado alcançado na olimpíada

A Asa Branca Aerospace, projeto de extensão vinculado aos Departamentos de Eletrônica e Sistemas (DES) e de Engenharia Mecânica (Demec) da UFPE, teve seu início em 2017, com a missão de desenvolver e ampliar o setor aeroespacial no Nordeste brasileiro e capacitar profissionalmente os estudantes envolvidos. A iniciativa atualmente conta com diversas áreas do conhecimento atuantes, que abrange as Engenharias e outros cursos, como Ciência da Computação, Geografia, Matemática, Ciências Sociais, Design Gráfico, Publicidade e Propaganda, Rádio-TV e Internet (RTVI), Administração, Direito, e diversas licenciaturas.

Já a OBSAT é uma olimpíada científica de abrangência nacional, concebida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, e Inovação (MCTI), e idealizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em conjunto com a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (InpeE/MCTI) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP).

A fase regional da Olimpíada é dividida em três etapas: na primeira, as equipes projetam os satélites; na segunda, os alunos constroem o satélite, gravam ele, e mandam relatórios para o comitê da Olimpíada; já na terceira etapa, aqueles que conseguiram passar pelas últimas duas etapas lançam os seus satélites juntos a um balão estratosférico, coletam os dados dos satélites, e analisam eles para saber a efetividade dos projetos de acordo com suas metas já definidas. A competição é dividida nas modalidades Ensino Fundamental II, Ensino Médio e Superior, e os vencedores de suas respectivas categorias seguem para a fase nacional.

“O projeto do Bacurau-I é o resultado direto de um trabalho constante do Asa Branca Aerospace desde 2017 por parte dos estudantes membros da equipe e professores orientadores na pesquisa e desenvolvimento de minissatélites. Esse resultado que alcançamos na OBSAT e o lançamento do nosso protótipo são a prova de que tecnologias aeroespaciais podem ser muito mais acessíveis do que se pode imaginar. O propósito da nossa equipe é justamente inspirar e mostrar a importância dessa ciência para todos, dentro e fora da comunidade acadêmica”, afirma o estudante de Engenharia Mecânica Lucas Augusto dos Anjos Moura, da coordenação do projeto de extensão.