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Profissionais do HC coordenam e participam de Simpósio Internacional de Retinoblastoma

O retinoblastoma é o câncer ocular mais comum na infância, atingindo crianças de zero a cinco anos

Profissionais do Hospital das Clínicas da UFPE vão coordenar e participar do “Simpósio Internacional Retinoblastoma em Foco”, que acontecerá na próxima quinta-feira (13), dentro da programação do 26º Congresso Norte-Nordeste de Oftalmologia (CNNO 2020), que vai de quinta (13) a domingo (15), no Enotel, em Porto de Galinhas, em Ipojuca.

O retinoblastoma é o câncer ocular mais comum na infância, atingindo crianças de zero a cinco anos. Também vão participar do simpósio profissionais do Laboratório de Imunologia Keizo Asami (Lika) da UFPE e do Grupo e Ajuda à Criança Carente com Câncer (GAC-PE), além de convidados de instituições internacionais e nacionais.

Os oftalmologistas do HC Virgínia Torres e Francisco Cordeiro estão entre os coordenadores e vão palestrar. A primeira vai explanar sobre o “Projeto Retinoblastoma do HC-UFPE”; e o segundo vai falar sobre “Novas perspectivas na reconstrução da cavidade anoftálmica”. O HC é referência regional no tratamento do retinoblastoma. “Vamos abordar o nosso protocolo de tratamento no HC, mostrando como é realizado o estadiamento (processo para determinar a extensão do câncer e onde está localizado) e as nossas possibilidades de tratamento com a Quimioterapia Intra-Arterial, o laser e a crioterapia”, explica Virgínia Torres.

A médica diz que a taxa de cura do retinoblastoma pode chegar a mais de 90%, se diagnosticado no início, preservando, assim, o olho e a visão da criança. Logo no início, o retinoblastoma apresenta pouco ou nenhum sintoma. O principal deles é a leucocoria, um reflexo branco semelhante ao do olho do gato, quando um feixe de luz artificial ou de um flash fotográfico incide na pupila (nos olhos saudáveis, esse reflexo é vermelho). Outros sintomas são a baixa visão, vermelhidão, sensibilidade à luz, estrabismo e deformação do globo ocular, entre outros.

O oftalmologista Francisco Cordeiro vai falar da pesquisa que realiza no Lika e no HC sobre a elaboração da prótese do globo ocular a partir da celulose bacteriana originada da cana de açúcar. Essa prótese vai auxiliar na reconstrução da cavidade anoftálmica, que é a cavidade orbitária sem o globo ocular – diversos traumas e doenças podem causar a remoção a do olho.

“Trabalhamos para que as pessoas não percam a visão e nem o olho, mas, quando isso acontece, é preciso dar dignidade às pessoas e minorar esse impacto com uma prótese. Tivemos bons resultados na parte experimental em animais (coelhos) com o polímero da cana mostrando-se biocompatível, atóxico, maleável e mais adaptável que as próteses que temos no mercado atualmente. O próximo passo agora é testar em humanos e analisar benefícios e efeitos colaterais”, relata Francisco Cordeiro, que destaca a importância desse produto em outras áreas da Medicina, como a Urologia e a Dermatologia, por exemplo.

Além dos oftalmologistas, o chefe da Radiologia Intervencionista do HC, Láecio Leitão, vai falar sobre “Quimioterapia Intra-Arterial para Retinoblastoma (Quiare) do HC”. “Esse é um procedimento realizado por pouquíssimos hospitais no Brasil por ser complexo tecnicamente e precisar contar com uma equipe multidisciplinar durante o internamento e tem uma taxa de eficácia grande evitando a perda do olho”, explica o neurorradiologista intervencionista do HC Laécio Leitão.

Segundo Laécio, a sessão de Quimioterapia Intra-Arterial para Retinoblastoma dura cerca de uma hora e é realizada pela virilha por meio de um microcateter guiado por um aparelho de hemodinâmica até chegar à artéria oftálmica, onde é injetado o quimioterápico. A criança recebe anestesia geral e fica internada sob observação por três dias. Em média, cada paciente precisa de quatro ou cinco sessões.

Data da última modificação: 11/02/2020, 17:17