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Professora de universidade alemã ministra a palestra “Cinema Africano e Migração” na UFPE

Os mediadores serão o professor Paulo Soares (Departamento de Sociologia e PPGS da UFPE) e Jonas Nascimento (doutorando em Sociologia pela UFPE)

O Instituto de Estudos da África (IEAf) da UFPE, com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade, promove a palestra “Cinema Africano e Migração”, a ser proferida pela professora Ute Fendler, da Universität Bayreuth (Alemanha). O evento será, no dia 30 deste mês, às 9h30, no auditório 2 da Biblioteca Central da UFPE, Campus Recife. Os mediadores serão o professor Paulo Soares (Departamento de Sociologia e PPGS da UFPE) e Jonas Nascimento (doutorando em Sociologia pela UFPE).

Resumo da palestra “Cinema Africano e Migração”

O título sugere um campo vasto de tópicos, apesar de rapidamente pensarmos em imagens da atualidade, nas quais imigrantes africanos chegam em barcos à Europa através do mar Mediterrâneo. Nesta palestra, entretanto, pretendo mostrar o tema da migração como um movimento no espaço, mas, especialmente, um movimento no tempo: as primeiras imagens nos remetem à época colonial e aos cineastas africanos que trataram essa época a fim de construir uma perspectiva diferente da história, tal como, por exemplo, nos filmes “Camp de Thiaroye” de Sembène Ousmane ou “Sarraounia” de Med Hondo.

Dani Kouyaté, por seu turno, propõe um filme que agrega vários espaços e épocas, “Soleils”, o que permite imaginar uma viagem no tempo de uma princesa jovem do reino do Mali no Século XVI guiado pelo griot do rei para visitar a época do colonialismo e da atualidade, ilustrando criticamente a interligação dessas épocas.

Outra aproximação revela filmes que utilizam imagens conhecidas dos meios de comunicação de massa, mas que as transpõem em novos contextos estéticos. Alguns tratam da migração como consequência da seca, como na África Ocidental nos anos 1970-80, e mostra uma realidade dura que obriga as pessoas a emigrarem para sobreviver. Outros tratam de viagens interrompidas, como, por exemplo, o filme “Heremakono”, de Abderrahmane Sissako, que tematiza a espera e a impossibilidade de continuar a viagem. Ainda existem aqueles filmes que dão a palavra aos imigrantes que ousam atravessar o mar Mediterrâneo em barcos, como “La pirogue” (Senegal) ou “Harragas” (Argélia). Finalmente, existem os cineastas que questionam o discurso político oficial invertendo a perspectiva e a lógica da narrativa hegemônica atual: os europeus que emigram para a África em busca de trabalho como no filme “Africa Paradis” de Sylvestre Amoussou.

Mais informações
Instituto de Estudos da África (IEAf) da UFPE
ieafricaufpe@gmail.com

 

 

Data da última modificação: 13/04/2018, 16:10