O II Seminário Preparatório Rumo à III Conferência Regional de Educação Superior de América Latina e Caribe (Cres 2018) abordou, na manhã de hoje (19), a “Educação superior, diversidade epistêmica e interculturalidade na América Latina: as políticas inclusivas nas universidades públicas brasileiras através do Encontro de Saberes”. O professor José Jorge de Carvalho, titular do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), ministrou conferência sobre esse tema, no auditório da Biblioteca Central da UFPE, no Campus Recife.

Fotos: Passarinho

Carvalho destacou que universidades brasileiras ainda são muito recentes

O conferencista falou de questões como interculturalidade, descolonização das instituições de ensino superior na América Latina, além da formação das universidades brasileiras. “O ponto central, para mim, é que nós somos muito diferentes dos outros países da América Latina porque nossas universidades são muito mais recentes”, disse Carvalho. A Universidade de Córdoba (Argentina), por exemplo, existe desde 1613 (século XVII). Já no Brasil, as universidades datam do século XX.

“Então, nós temos uma desvantagem nesse ponto. Por outro lado, nós tivemos uma revolução muito grande nas nossas universidades, que foi a luta pelas cotas”, disse o conferencista ao referir-se às cotas, atualmente estabelecidas, para ingresso nas universidades federais brasileiras. Outro ponto importante diz respeito ao Encontro de Saberes, projeto por meio do qual mestres e mestras dos saberes populares, dos indígenas, dos afro-brasileiros e dos quilombolas vão às universidades como professores em matérias regulares. “Essa é uma espécie de segunda revolução, que é uma revolução, digamos, epistêmica, conectada com a revolução das cotas, que seria a inclusão étnico-racial”, ressaltou Carvalho.

O II Seminário Preparatório Rumo à III Conferência Regional de Educação Superior de América Latina e Caribe integra o projeto institucional “UFPE: Da Reforma Universitária Brasileira de 1967 à Córdoba 2018”. “Trata-se de um projeto que vem com a chancela do reitor Anísio Brasileiro e que incorpora o coletivo da Andifes, que é a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior”, explicou a pró-reitora de Extensão e Cultura da Universidade, Christina Nunes.

A iniciativa da UFPE visa a reunir membros da Universidade, convidados externos, integrantes de instituições de ensino e/ou pesquisa para participação em eventos que abordam as temáticas da III Conferência Regional de Educação Superior de América Latina e Caribe, que acontece no período de 11 a 15 de junho de 2018, em Córdoba, Argentina.

Reitor ressaltou defesa da universidade pública latino-americana

“A ideia é que nós levemos [à Cres 2018] uma delegação brasileira, coordenada pela Andifes, e que levemos um posicionamento que marque a defesa da universidade pública latino-americana”, afirmou o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, na abertura do evento de hoje (19). O seminário foi realizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e pelo Instituto de Estudos da América Latina (IAL) da UFPE.

ABERTURA – A mesa de abertura do seminário foi composta pelo reitor Anísio Brasileiro, pela pró-reitora Christina Nunes, pelo professor José Jorge de Carvalho e pelo coordenador do IAL, Joanildo Burity, pesquisador da Fundaj.