Da assessoria do evento

O edital para fazer parte da programação da CriptoFrevo, primeira CriptoFesta com identidade pernambucana, está aberto até o dia 14 deste mês e recebe coletivos e pessoas com propostas que unem cultura popular, tecnologia, segurança e privacidade da informação na internet. O evento, promovido pelo Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife (IP.rec) em parceria com o Paço do Frevo e a Internet Society Brasil (Isoc Brasil), acontece no dia 2 de setembro e tem apoio do Tor Browser e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por meio do Centro de Ciências Jurídicas/Faculdade de Direito do Recife (FDR).

A submissão de atividades e inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui. A chamada da CriptoFrevo busca propostas de palestras, oficinas, intervenções artísticas, mesas-redondas e exposições audiovisuais, além de outras propostas não enquadradas nas definições, que também podem ser submetidas. O edital consta com a possibilidade de apoio financeiro aos participantes do evento em até R$ 500. O horário do evento e a programação completa serão definidos a partir da seleção do edital.

“Para nós do Paço do Frevo, é muito interessante receber a CriptoFrevo, um evento de tecnologia e de segurança de dados, mas que chega para dividir com a nossa instituição uma grande preocupação de discutir a tecnologia e o impacto dela na cultura popular e no frevo. Fazer parte deste movimento mundial que são as criptofestas é, de fato, um passo significativo para começar a inserir a cultura popular dentro destes espaços”, diz Mery Lemos, gerente de conteúdo e da Escola do Paço do Frevo.

As atividades são organizadas em duas trilhas temáticas: “Baile das Máscaras”, sobre Criptografia, Privacidade e Segurança, para discutir as conexões entre o direito à privacidade e cultura; e “Somos Madeira de Lei”, trilha focada nas Expressões Populares, Direitos Culturais e Tecnologias Emergentes. “Inspirado na história de perseguição e vigilância que sofria o Frevo, a CriptoFrevo visa trazer o debate da privacidade e tecnologia para o campo dos direitos culturais. O evento busca dialogar com diversos setores, sobretudo, em virtude de um período de coleta massiva de dados, inteligência artificial, direitos autorais e corrosão de privacidade digital”, destaca Marcos César Pereira, pesquisador do IP.rec e um dos organizadores da CriptoFrevo. As CriptoFestas (ou CryptoParties) são eventos que acontecem mundialmente e fazem parte da agenda de direitos digitais no Brasil, como a CryptoRave, em São Paulo, e a CriptoFunk, no Rio de Janeiro. 

Em 2018, Recife recebeu a 1ª edição de CriptoFesta em Pernambuco, mas sem a adesão do Frevo. Esse ano será a primeira vez que o encontro destaca características culturais próprias da identidade pernambucana. Para Pedro de Perdigão Lana, diretor de Projetos da Isoc Brasil, a junção do Frevo com a tecnologia é uma ideia que fortalece ainda mais um movimento natural da capital pernambucana: “A Criptofrevo mantém forte a longa tradição de Recife na capacidade de juntar cultura e tecnologia, música e crítica, festa e diversidade. É inestimável o valor que as criptofestas trazem ao abordar de forma criativa pautas que estão constantemente sob ataque e cuja importância precisa ser reiterada à exaustão”.

A programação da CriptoFrevo é aberta para todos os públicos, por isso, o evento conta com apoio coletivo para manter a participação acessível e plural no espaço e nas atividades. A doação garante itens exclusivos da CriptoFrevo, como ecobag, camisa, bottom, copo e adesivos. Doações livres em qualquer valor também são aceitas e toda captação será convertida na produção da CriptoFrevo, sem fins lucrativos. Os itens vão ser entregues presencialmente durante o evento no Paço do Frevo.