“As Novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de Engenharia: desafios e oportunidades” foram apresentadas nesta semana em encontro realizado no auditório do Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (I-Litpeg), no Campus Recife. A abertura do evento foi realizada pelo vice-reitor Moacyr Araújo; pelo diretor do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), professor Afonso Henrique Sobreira de Oliveira; e pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea/PE), engenheiro Adriano Antônio Lucena. O evento foi realizado na terça-feira (1º).

Fotos: Wanna Vieira

Vice-reitor destacou a necessidade de as instituições se adaptarem ao mercado

A mesa-redonda de apresentação das DCNs, quando também foram abordados o cenário atual e as perspectivas para a formação de profissionais de engenharia com base nas atuais diretrizes, foi composta pela presidente da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge), professora Adriana Tonini; e pela diretora da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente do Fórum Nacional de Dirigentes de Instituições de Ensino de Engenharia (Fordirenge), professora Cláudia Morgado. A moderação foi realizada pelo professor Maurício Motta, coordenador de Engenharia Química da UFPE.

Durante a abertura, o vice-reitor Moacyr Araújo afirmou que “é chegado o momento de nos adaptar com relação ao ensino da Engenharia”. “Somos o 13º produtor de ciência em todo o mundo, o que é ótimo, mas em inovação, somos o 57º. Muito se deve à ‘amarração’ que sofremos na ciência, pelo governo, nos últimos tempos, e à forma como, até hoje, ensinamos Engenharia. Mas estamos em outro momento, e as Novas Diretrizes Curriculares de Engenharia, mais modernas, vieram porque precisamos nos adaptar. Essa nova forma de ensinar a Engenharia é muito próxima da forma de fazer Engenharia”, explicou Moacyr Araújo, que é docente do Departamento de Oceanografia da Universidade.

Diretor do CTG deu as boas-vindas aos participantes do evento

A presidente da Abenge, professora Adriana Tonini, explanou sobre o que consistem as novas DCNs de Engenharia, que foram instituídas com a Resolução CNE/CES nº 2, do Ministério da Educação (MEC), e depois alteradas pela Resolução CNE/CES nº 1, de 26 de março de 2021.

As DCNs instituem todas as diretrizes que devem ser observadas pelas instituições de Educação Superior (IES) na organização, no desenvolvimento e na avaliação do curso de Engenharia no âmbito dos Sistemas de Educação Superior do país. O projeto pedagógico do curso deve conter conteúdos básicos, profissionais e específicos, que estejam diretamente relacionados com as competências a que se propõe a desenvolver. E a forma de se trabalhar esses conteúdos deve ser proposta e justificada no próprio projeto.

Em linhas gerais, todas as habilitações do curso de Engenharia devem contemplar os seguintes conteúdos básicos, dentre outros: Administração e Economia; Algoritmos e Programação; Ciência dos Materiais; Ciências do Ambiente; Eletricidade; Estatística, Expressão Gráfica; Fenômenos de Transporte; Física; Informática; Matemática; Mecânica dos Sólidos; Metodologia Científica e Tecnológica; Química; e Desenho Universal.

Devem ser previstas as atividades práticas e de laboratório, tanto para os conteúdos básicos como para os específicos e profissionais, com enfoque e intensidade compatíveis com a habilitação da engenharia, sendo indispensáveis essas atividades nos casos de Física, Química e Informática. 

Com relação à formação nos currículos de Engenharia, espera-se um maior acesso ao mercado de trabalho; uma maior visão da realidade política e social do país; conhecimentos técnicos, sociais e humanos; teoria e prática; aplicação da teoria em problemas reais; favorecer o comportamento empreendedor – formular problemas, criar, solucionar, aplicar conhecimento, inovar; e o desenvolvimento de pesquisas. 

As resoluções completas podem ser conferidas diretamente no site do Ministério da Educação (MEC).