O Laboratório Associado de Nanodispositivos Fotônicos François Auzel (LandFoton), vinculado ao Departamento de Química Fundamental (DQF) da UFPE, coordenado pelo professor Petrus Santa Cruz, desenvolveu um nanodispositivo com o objetivo de viabilizar o monitoramento pessoal de níveis de produção cutânea de vitamina D catalisada pelo sol. O projeto foi executado no âmbito do Programa SibratecNano, também coordenado pelo professor Petrus Santa Cruz, e foi apresentado por ele no ano passado na 4th International Conference on Materials Science & Nanotechnology (Future Materials), de 23 a 27 de outubro, em Valência, na Espanha.

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Guilherme Calheiros, Petrus Santa Cruz e alunos das pós-graduações

A parte molecular do equipamento utiliza patente da UFPE, concedida em 2021, para converter a dose de radiação UVB recebida pela pessoa – através do sol –, em dose de vitamina D produzida em sua pele, monitorada através de um aplicativo de celular. O projeto SibratecNano envolve interação universidade-empresa, com participação da empresa Outlier Tecnologia e a UFPE, através do Grupo Core, do Centro de Informática (CIn) da UFPE, coordenado pelo professor Silvio de Barros Melo, e o Grupo GrandFoton do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN/UFPE), com o LandFoton e o Ponto Quântico Nanodispositivos, coordenado por Petrus Santa Cruz.

MCTI – Na segunda-feira (22), o primeiro protótipo funcional do nanodispositivo produzido na UFPE para monitoramento pessoal dos níveis de produção cutânea de vitamina D catalisada pelo sol, desenvolvida pelo LandFoton, foi apresentado ao secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec/MCTI), Guilherme Calheiros, que esteve em visita à UFPE.

A apresentação foi feita pelo professor Petrus Santa Cruz, que explicou ao secretário a necessidade de se iniciar a produção piloto do dispositivo na Ponto Quântico Nanodispositivos, hub de Inovação do LandFoton, para aumento de TRL (índice de maturidade tecnológica) com o uso em ambiente operacional.

O monitoramento pessoal é importante tanto para o controle da insuficiência de vitamina D, pela baixa exposição ao sol, como para evitar a toxicidade em pessoas que fazem uso da vitamina por via oral, para suplementação ou para tratamento de doenças, como a osteogênese imperfeita, cuja principal característica é a fragilidade dos ossos que quebram com enorme facilidade.

O sobretratamento (excesso de tratamento) por não considerar a produção cutânea catalisada pelo sol, pode resultar em hipervitaminose D, consequentemente em hipercalcemia (níveis altos de cálcio no sangue). O monitoramento pelo dispositivo pode orientar a redução da ingestão oral. O dispositivo também permite o mapeamento em nuvem da deficiência da vitamina em populações, para potenciais definições de políticas públicas na área da saúde.

Na visita, o secretário Guilherme Calheiros conversou também com os estudantes vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Ciência de Materiais (PGMTR) e em Química (PPGQ), que desenvolvem seus projetos no Laboratório LandFoton, do Departamento de Química Fundamental da UFPE.