Responsável por um alto índice de incapacitação e queda de produtividade em indivíduos do mundo inteiro – chegando a atingir 4,4% da população mundial de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) –, a depressão ultrapassa o status de mais um transtorno psicológico, firmando-se como um amplo problema de saúde pública. Dada a importância da discussão desses paradigmas, a depressão foi elencada como temática principal da I Jornada do Serviço de Psicologia do Hospital das Clínicas da UFPE, que trará um olhar multidisciplinar sobre a doença, ocorrendo amanhã (25), às 8h, no Auditório Jorge Lobo do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade. O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Caracterizada por um sentimento intenso de tristeza, ligada a outros fatores como alterações cognitivas, lentificação do pensamento e sensações como abulia, apatia e anedonia, a depressão possui bases sólidas para um diagnóstico claro, mas, ao mesmo tempo, também apresenta uma sintomatologia complexa e extensa que muitas vezes depende da expressão particular de cada caso analisado. “Primeiro, há a necessidade de diferenciar o sentimento de tristeza intensa e persistente do quadro depressivo, visando assim uma análise mais ampla de cada caso, observando suas especificidades e as repercussões dessa sintomatologia na vida do sujeito”, explicou o psicólogo Kleuder Fabian, do HC. “Isso ajuda o profissional de saúde que lida com a depressão, principalmente o psicólogo, a entender o contexto do transtorno e elencar medidas de tratamento”, explica.

O paciente diagnosticado com depressão pode procurar tratamento nos órgãos de saúde pública, que podem incluir tanto os ambulatórios de psicologia e psiquiatria em policlínicas e hospitais gerais, como também essencialmente, os Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs) cuja equipe multidisciplinar se orienta no suporte de outros profissionais, além de psicólogos e psiquiatras, incluindo terapeutas ocupacionais, enfermeiros, educadores físicos, assistentes sociais, entre outros.

“Compreender os fatores biopsicossociais na origem do transtorno depressivo é fundamental para empreender uma melhor estratégia de tratamento e reabilitação do paciente, incluindo ainda os familiares como a rede de suporte ao enfrentamento da depressão”, completou.

Confira a programação completa

7h – Credenciamento e entrega do material

8h – Cerimônia de abertura

8h15 – Palestra: “Sofrimento humano, depressão e suicídio”, com a psicóloga Josélia Quintas Silva de Souza

9h20 – Mesa-redonda: “Depressão: possibilidades de cuidado”, com os palestrantes: José Brasileiro Dourado Júnior (psiquiatra),
Cristina Pinto Lopes (psicóloga), Jamylle Silva Brito (terapeuta ocupacional), Paulo Roberto Cavalcanti Carvalho (professor de Educação Física) e Jerluce Alvares Ferraz (nutricionista)

10h30 – Intervalo

11h – Palestra: “Fatores que influenciam o luto pós-suicídio”, com a psicóloga Maria Júlia Kovács;

12h30 - Encerramento