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Estudante da UFPE é um dos representantes do Brasil na final do Falling Walls Lab na Alemanha

Denis Tavares da Silva (Fatec) e Elias Barbosa (UFPE) estão em Berlim para o evento, que ocorre hoje (7)

Da assessoria do concurso

A edição 2023 do concurso Falling Walls Lab Brazil já tem seu vencedor: uma plataforma web que detecta notícias falsas. O júri de notáveis considerou a ideia novadora – e seu idealizador, o estudante Denis Tavares da Silva, da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec – Ourinhos), ganhou a oportunidade de representar o Brasil na final global do evento, que acontece em Berlim, no dia 7 de novembro. Além dele, o segundo colocado, Elias Barbosa, estudante de Biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), também irá para a Alemanha, que propõe uma abordagem multifuncional para duas doenças tropicais que costumam ser negligenciadas: a leishmaniose e a hanseníase.

Foto: Divulgação

Elias Barbosa (de bigode) é estudante de Biomedicina da UFPE

Promovido pela Falling Walls Foundation com realização do Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo em parceria, neste ano, com o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), o Ministério das Relações Externas da Alemanha e a Agência de Inovação Tecnológica e Social da Universidade (agitsUnifesp), o concurso contou com a participação de 15 finalistas e foi realizado no dia 12 de setembro, no auditório da Reitoria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Para Marcio Weichert, gestor executivo do DWIH São Paulo, o resultado mostra o nível dos projetos apresentados. “Tivemos a escolha não de três, mas de quatro premiados: pela primeira vez, houve um empate na terceira posição. A escolha dos vencedores foi das mais difíceis, tanto que o júri precisou de muito mais que o tempo normal para chegar a um resultado, o que mostra o equilíbrio, a qualidade das candidaturas que nós tivemos”, afirmou.

Durante seu pitch, Denis Tavares da Silva citou estudos que revelam que as pessoas têm 70% mais chance de compartilhar uma notícia falsa do que uma verdadeira, já que as fake news apelam para o senso de urgência e, frequentemente, são afinadas com viés de confirmação do usuário. No aplicativo desenvolvido pelo estudante, chamado ITT – Is That True? (“Isso é verdade?”, em português), os leitores colam o texto sobre o qual tem dúvidas e o sistema responde com a probabilidade de a notícia ser falsa ou não.

Para tanto, o ITT usa aprendizado de máquina para detectar inconsistências, e, ao final, ainda sugere outros artigos verdadeiros sobre o tema. Segundo o idealizador, a taxa de precisão na identificação de uma fake news chegou a 94,62% na fase de protótipo. O aplicativo vai ganhar uma versão mais sofisticada, que leva em conta semântica e consegue analisar textos com trechos falsos e verdadeiros simultaneamente.

Com o projeto “Breaking the Wall of Lifelong Tropical Diseases”, Elias Barbosa propõe uma abordagem multifuncional para duas doenças tropicais que costumam ser negligenciadas, mas que afetam cerca de 1 bilhão de pessoas: a leishmaniose e a hanseníase. A partir de células-tronco pluripotentes induzidas do próprio paciente, Barbosa trabalha para desenvolver um modelo experimental que estimule a geração de terapias regenerativas personalizadas e de curativos, a fim de tratar a doença e suas sequelas. “Trouxe a causa das doenças tropicais negligenciadas, com a alternativa de usar a medicina regenerativa. Ficar em segundo lugar dá voz global às causas que temos no Nordeste e Sul do Brasil”, afirmou o estudante.

Pela primeira vez, o Falling Walls Lab Brazil teve um empate na terceira colocação. Um dos projetos que ficou no pódio foi o da Bruna Enne, da Universidade de São Paulo – o “Sinaliza Enem”. Com o objetivo de incluir a comunidade com deficiência auditiva na educação superior brasileira, a iniciativa prepara estudantes surdos para o vestibular e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com auxílio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e de uma metodologia própria.

O outro premiado foi Caio Henrique Marques Teixeira (Unifesp) com o projeto de um dispositivo tátil para ser usado em bengalas de deficientes visuais. O wearable fica acoplado nelas e, por meio de vibrações, avisa ao usuário a presença e a direção de obstáculos. A proposta de Teixeira também venceu o prêmio do público.

O júri foi composto por Fabíola Gerbase, diretora adjunta e coordenadora de comunicação do DAAD no Brasil; Barbara Konner, vice-presidente executiva da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo; Elbert Macau, professor do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da Unifesp; André Luiz Brandão, professor da Universidade Federal do ABC e, ele próprio, vencedor do Falling Walls Lab Brazil 2015; Vanessa Sensato, diretora de operações da Agência Sabiá; Helena Nader, professora emérita da Unifesp e presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC); e Sabine Righetti, pesquisadora do Labjor da Universidade Estadual de Campinas e cofundadora da Agência Bori.

Data da última modificação: 07/11/2023, 13:40