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Doutorando do MDU publica artigo com análise dos Princípios Projetuais de Burle Marx no Campus Recife da UFPE

O artigo é fruto de investigações dos pesquisadores do Laboratório da Paisagem da UFPE

Por Petra Pastl

O doutorando Wilson de Barros Feitosa Júnior, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), publicou recentemente artigo na revista “Procesos Urbanos”, avaliada com conceito Qualis A1, de acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O artigo intitulado “Plan de paisajismo de Burle Marx para el campus Joaquim Amazonas, Universidad Federal de Pernambuco, Brasil”  é de autoria conjunta com o doutorando Jônatas Souza Medeiros da Silva, os mestrandos Italo Cintra Ferreira e Thais Santos Costa, e o professor Joelmir Marques da Silva, todos vinculados ao MDU.

O artigo é fruto de investigações dos pesquisadores do Laboratório da Paisagem da UFPE com contribuição da disciplina Oficina 2A - Arquitetura da Paisagem, que foi ofertada no curso de Arquitetura e Urbanismo pelo professor Joelmir Marques da Silva. “Foi quando encontramos a planta do plano paisagístico de Roberto Burle Marx para o Campus Recife (oficialmente chamado de Campus Joaquim Amazonas) e a lista de vegetação selecionada por ele e analisamos os princípios projetuais do plano em relação a outras obras do paisagista”, explica Wilson de Barros Jr.

Segundo o doutorando, o trabalho teve como objetivo analisar os princípios projetuais de Roberto Burle Marx no plano paisagístico desenvolvido por seu escritório para o Campus Joaquim Amazonas - UFPE em 1972/73 e possibilitou a compreensão dos princípios adotados comparando-os com seus discursos e projetos similares, além de fornecer base para futuras pesquisas sobre suas obras, em especial voltadas para campi universitários.

Sobre a publicação na “Procesos Urbanos”, o doutorando afirma considerar “bastante relevante a publicação nesta revista por permitir um importante canal de comunicação sobre este projeto, sendo esta a primeira vez que o conteúdo destas plantas, assim como a lista de vegetação indicada, está sendo discutido”.

O legado do renomado paisagista Roberto Burle Marx, caracterizado por sua constante preocupação com a preservação da natureza, encontra-se em destaque através de sua abordagem única no paisagismo moderno. Nesse estudo, os autores se debruçaram sobre sua contribuição ao plano paisagístico do Campus Joaquim Amazonas da UFPE, revelando princípios projetuais essenciais e estabelecendo uma conexão significativa entre suas ideias e projetos correlatos.

O período entre as décadas de 1950 e 1970 testemunhou a ascensão de Burle Marx como um destacado paisagista moderno, cujos projetos icônicos deixaram sua marca no Brasil e além-fronteiras. Suas concepções para espaços como a Praça Ministro Salgado Filho, no Recife (1957); o Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro (1965); e o Parque del Este, em Caracas (1961) destacam-se como testemunhos de seu renome internacional. Além de suas realizações visuais, Burle Marx também se destacou como um influente palestrante e ativista, comprometido com a defesa da natureza. Sua abordagem de harmonização das espécies vegetais, em conformidade com os padrões naturais, encontrou expressão tanto em seus projetos paisagísticos quanto em suas pinturas e tapeçarias.

Segundo o doutorando, a dimensão educacional de seus projetos universitários, como o Campus Joaquim Amazonas da UFPE, revela uma intenção deliberada de aproximar a comunidade acadêmica da flora nativa. “Sua habilidade em combinar a geometria arquitetônica com a fluidez natural cria espaços que convidam à contemplação e aprendizado”, destaca ele.

Este estudo pioneiro trouxe à luz os princípios subjacentes ao plano paisagístico de Burle Marx para o Campus Joaquim Amazonas da UFPE. Ao mesmo tempo, salientou a interrupção frequente da implementação de seus projetos devido a oscilações políticas e falta de priorização. Isso evidencia a importância de compreender a história do paisagismo universitário brasileiro e o potencial educacional inexplorado.

Mais informações
Wilson de Barros Feitosa Júnior

wilson.bfeitosa@ufpe.br 

Data da última modificação: 31/08/2023, 15:04