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Conflitos bioéticos em discussão na Reunião Científica das Residências do HC

O coordenador da Comissão de Bioética, Josimário Silva, ministrou a palestra da reunião científica

Quando a autonomia do paciente assegurada pela Constituição Federal de 1988, por exemplo, em não querer se submeter a uma transfusão de sangue por ser Testemunha de Jeová entra em choque com a necessidade da intervenção da equipe de saúde também garantida pela legislação surge um conflito bioético que precisa ser analisado e resolvido. Esse foi o tema da Reunião Científica das Residências em Saúde, realizada na manhã de hoje (24), no anfiteatro 2 do HC-UFPE, que é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Foto: Moisés de Holanda/HC-Ebserh

Josimário disse que é preciso agir sem preconceitos, com diálogo e respeito

No HC, existe desde 2014 a Comissão de Bioética, para auxiliar na tomada de decisões em questões que envolvam dilemas bioéticos – os mais comuns dizem respeito à negativa de hemotransfusão por parte de Testemunhas de Jeová. “É preciso construir uma solução para cada caso, para cada paciente e para cada família. Sem preconceitos, construindo pontes com diálogo e respeito”, explica o coordenador da Comissão de Bioética, Josimário Silva, que ministrou a palestra da reunião científica.

Empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro, é fundamental para a resolução desses dilemas. “Há o estresse da equipe de assistência à saúde que teme ser responsabilizada pela família do paciente e há o estresse do paciente e de sua família que quer a sua vontade respeitada. Precisamos entender que eles têm a convicção de que seguir os preceitos e determinações da religião vão lhes garantir a vida eterna”, relata a médica Glaydes Lima, uma das componentes da Comissão de Bioética. “Estamos num hospital formador de profissionais e precisamos discutir questões assim”, completa.

A enfermeira Daniela Macedo, da residência multiprofissional em saúde da mulher, destacou a importância do debate. “Discussões assim ampliam o conhecimento e ajudam a direcionar o nosso olhar para outros locais. É interessante que o profissional que não esteja pronto ou que tenha dificuldade para esse diálogo peça ajuda a outros membros da equipe ou tente melhorar esse aspecto de sua formação”, diz.

“A abordagem e discussão de temas transversais como esse é fundamental para a formação de um profissional de saúde que tenha uma visão holística que enxergue o todo de forma humanizada”, salienta a chefe do Setor de Gestão do Ensino e Extensão (Segestex) e organizadora das Reuniões Científicas, Patrícia Madruga.

Data da última modificação: 24/04/2019, 14:30