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Bloco da UTI do HC desfila misturando Carnaval, humanização e cuidado assistencial

“Quem Não Virou Virará” tem como mote a prevenção de lesão por pressão em pacientes acamados por longos períodos

O Carnaval chegou no Hospital das Clínicas da UFPE com o desfile do bloco “Quem Não Virou Virará”, realizado na manhã de ontem (7), na área externa, com participação de orquestra de frevo, passistas, bonecos gigantes e, claro, muita alegria dos funcionários, pacientes e seus acompanhantes. O HC é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

“No ano passado, eu estava internado e ‘frevei’ na cama do hospital, num esforço de toda a equipe da UTI para me trazer para a área externa em segurança e proporcionar essa alegria do Carnaval. Neste ano, estou aqui de pé, celebrando a vida e agradecendo a dedicação dessa equipe maravilhosa do HC”, afirmou o aposentado Valter Rodrigues da Silva, que passou cerca de quatro meses e meio internado no hospital entre 2022 e 2023, sendo dois meses e 20 dias intubado.

Ao som de frevos e marchinhas - muitos deles com letras adaptadas sobre a importância da prevenção de lesão por pressão em pacientes acamados, realizando a mudança de posição deles (daí o nome do bloco). Dessa forma, “Ó, Abre-Alas!”, de Chiquinha Gonzaga, virou o hino do bloco e ganhou versos como “Ó, abre-alas que eu quero virar/O paciente não pode esperar/Quem não virou agora vai virar”. Também receberam novas versões frevos tradicionais como Morena Tropicana, de Alceu Valença, e o hino da troça Ceroula de Olinda, entre outros.

“No ano passado, trouxemos um maracatu de Nazaré da Mata (município da Zona da Mata Norte). Este ano, viemos com orquestra de frevo, passistas e dois bonecos gigantes. Nosso sentimento é de gratidão a todos que participaram desse projeto, que foi pensado para os nossos queridos pacientes. Levar alegria, ânimo e leveza para aqueles que passam por momentos tão difíceis tornou-se a meta do bloco, além, claro, levar nossa mensagem de prevenção”, destacou a enfermeira da UTI e uma das diretoras do bloco, Andréia Mendonça.

Assim como Valter, outra paciente-símbolo do bloco, é Sueli da Silva, que ficou 45 dias internada na UTI do HC em 2023 e já realizou 26 cirurgias ao longo da vida, muitas delas no HC. “Sou uma sobrevivente e estou aqui graças a essa equipe maravilhosa e dedicada que cuidou de mim. Agora é cair no passo e agradecer”, disse a animada dona de casa, de 65 anos.

Pacientes acompanhados pela reabilitação cardíaca também caíram no passo, como Carla Torres, curada de um câncer de mama e recuperada de um infarto. “Hoje é dia de celebrar a reabilitação e estar viva e feliz aqui no Carnaval”, pontuou.

“O objetivo do bloco é reforçar com os nossos profissionais e conscientizar os pacientes e seus acompanhantes sobre a importância da mudança de posição do paciente. E a cada ano o bloco vai crescendo mais. Começamos na UTI em 2018 e agora o bloco desfila na parte externa sempre mobilizando muita gente e trazendo esse calor do Carnaval para o HC”, explicou a chefe da UTI Adulto, Michele Godoy.

Data da última modificação: 08/02/2024, 15:42