No artigo “Políticas de gestão de pessoas e o trabalhador envelhecido: um estudo de múltiplos casos no estado de Pernambuco”, os pesquisadores Mayara Pires e Diogo Helal discorrem sobre o desafio de formular políticas públicas e organizacionais que considerem aspectos de gestão da idade. O trabalho foi eleito um dos melhores artigos do X Encontro Brasileiro de Administração Pública, realizado no último mês de junho, em Brasília, pela Sociedade Brasileira de Administração Pública (SBAP). 

O texto apresenta parte dos resultados da tese de Mayara Pires, que foi orientada pelo professor Diogo Helal no Programa de Pós-Graduação e Administração (Propad) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“O Brasil é um dos países onde o processo de tendência de inversão da pirâmide etária e envelhecimento populacional tem ocorrido com maior velocidade. [...] A taxa de envelhecimento da população no Brasil – contabilizada pela razão entre a população de 65 anos ou mais de idade em relação à população total – passou de 4,83% para 5,83% em 2000, e para 7,36%, em 2010”, destaca Mayara Pires, que é primeira autora do artigo apresentado no grupo de trabalho (GT) Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional no Setor Público.

Entre os impactos do envelhecimento populacional nas organizações, os pesquisadores citam o aumento da idade média da força de trabalho e a aposentadoria simultânea de grandes grupos de trabalhadores (no caso das organizações públicas, ainda existem particularidades como o ingresso por concurso e o abono permanência). Por outro lado, nota-se que muitas vezes as políticas e práticas são pensadas para os trabalhadores jovens.

“Neste cenário, nota-se a relevância de políticas públicas de incentivo e apoio à mudança entre sociedade, organizações e empregadores, a exemplo do caso europeu, cuja gestão de trabalhadores avelhentados tornou-se uma preocupação política para os governos e para as organizações há décadas; e as políticas de gestão de idade passaram a ser vistas como cruciais ao aumento e à sustentabilidade da participação desses trabalhadores no mercado de trabalho”, avaliam os autores.

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Professor Diogo Helal
diogo.hhelal@ufpe.br