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UFPE outorga título de Professora Emérita à docente Márcia Ângela Aguiar em solenidade no i-Litpeg
O evento reuniu membros da comunidade acadêmica, familiares da professora homenageada e convidados

Por Petra Pastl
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizou, na última sexta-feira (5), no Auditório do Instituto de Pesquisa em Petróleo e Energia (i-Litpeg), no Campus Recife, a solenidade de outorga do título de Professora Emérita à docente Márcia Angela da Silva Aguiar, professora titular do Departamento de Educação do Centro de Educação (CE) da UFPE e presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). A concessão da honraria foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni) da Universidade em sessão realizada em 17 de junho, a partir de solicitação encaminhada pelo Conselho do Centro de Educação (CE). O evento reuniu membros da comunidade acadêmica, familiares da professora homenageada e convidados.
A mesa da cerimônia foi formada pelo reitor da UFPE, Alfredo Gomes; pela própria professora Márcia Angela Aguiar; pela senadora Teresa Leitão; pela diretora do Centro de Educação (CE), Ana Lúcia Félix dos Santos; a professora do curso de Pedagogia Janete Maria Lins de Azevedo, responsável pelo discurso panegírico em homenagem à professora Márcia Angela Aguiar; o professor emérito da Universidade Federal de Goiás (UFG) e presidente da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae), Luiz Fernandes Dourado; e a pró-reitora de Graduação (Prograd), Magna Silva, representando todos os pró-reitores da UFPE.
Acesse aqui o álbum de fotos do evento, de autoria de Widma Sandrelly, da Ascom UFPE.
A comissão de honra, que conduziu a professora Márcia Angela até a mesa da solenidade, foi formada pelos seguintes nomes: Ana Lúcia Félix dos Santos, diretora do CE; Aida Monteiro Silva; diretora de Planejamento de Administração da Fundaj; Eliete Santiago, professora emérita e coordenadora da Cátedra Paulo Freire da UFPE; Célia Salsa; Luciana Marques, professora do Departamento de Políticas e Gestão da Educação (DPGE) e coordenadora da pós-graduação da Fundaj; Márcia Melo; Conceição Lafayette, ex-diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH); e o professor emérito da UFPE Flávio Brayner.
A professora Janete Maria Lins de Azevedo fez um discurso panegírico em homenagem à professora Marcia Ângela, destacando a trajetória de vida da homenageada, suas raízes familiares, sua força como mulher e sua liderança. A oradora ressaltou a importância da família de Márcia, especialmente sua mãe, Dona Zefinha, como influência em sua ética, coerência e coragem. Enfatizou também a pluralidade de identidades de Márcia e sua contribuição para a Universidade Federal de Pernambuco.
“As raízes fundantes de Márcia são encontradas na sua família nuclear, como acontece com quase todas as pessoas... Seus pais, mesmo sendo humildes, tudo fizeram para lhe garantir a melhor educação, no que parece que obtiveram êxito. Desde cedo, além de se destacar intelectualmente nos bancos escolares, Márcia foi se constituindo como uma mulher forte, guerreira, destemida, se envolvendo com paixão nas causas que defendia e que defende até hoje. E nessa trajetória foi despontando a sua reconhecida liderança. A pluralidade de posições acaba por nos configurar múltiplas identidades. Ninguém é portador ou portadora de uma única identidade. As pessoas são, ao mesmo tempo, unas e múltiplas. Somos muitas pessoas em uma só”, pontuou a professora Janete Maria Lins de Azevedo.
Após o panegírico, a professora Ana Lúcia Félix fez a transladação da samarra azul para a professora Márcia Angela. Então, o reitor Alfredo Gomes leu o ato de outorga do título de Professora Emérita da UFPE e o concedeu a ela.
Durante seu discurso de agradecimento, a professora Márcia Angela expressou profunda emoção e honra ao receber o título, destacando que ele simboliza um compromisso coletivo com a educação, pesquisa e extensão. Ela relembrou seus pais e sua infância em Garanhuns, sua formação no Colégio Santa Sofia e a influência de leituras como “A Mãe”, de Máximo Gorky, em sua visão de mundo. A professora também mencionou sua trajetória na Faculdade de Filosofia de Pernambuco, sua participação no movimento estudantil e a importância de figuras como Paulo Freire e Miguel Arraes. Ela enfatizou, ainda, a relevância da universidade em um Estado democrático e republicano, e agradeceu a todos que contribuíram para sua trajetória.
“Como nos diz Chauí, que a universidade, como instituição social, diferenciada e autônoma, só é possível em um Estado republicano e democrático. E se hoje muitos me veem como intelectual é porque aprendi que o pensamento não floresce isolado. Ele emerge dos diálogos profícuos com meus amigos, colegas, com os movimentos sociais, com os profissionais da educação superior e da educação básica, sobretudo com meus estudantes. Foram eles e elas que, ao longo do tempo, me transmitiram mais certeza de que a universidade só cumpre seu papel quando se abre ao mundo e quando se compromete com os destinos do seu povo. Este título de Professora Emérita não significa encerrar um ciclo, mas reafirmar um compromisso. Ele me convoca a seguir contribuindo com experiência para fortalecer a universidade pública, gratuita e de qualidade social. E para continuar defendendo a educação pública como bem comum, como direito social e como caminho para a democracia e a justiça”, afirmou a professora Márcia Angela Aguiar.
A senadora Teresa Leitão discursou sobre a trajetória acadêmica de Márcia Angela, mencionando seu trabalho como gestora no governo de Arraes e sua participação em associações de professores. Ela relembrou a luta pela valorização dos profissionais da educação e a importância da unificação do sindicato dos professores. “Então, esses desafios que foram colocados na sua trajetória, Márcia, eles marcaram muitas vidas. Marcaram a minha vida, mas marcaram a vida de uma geração de professores públicos da rede estadual, organizados ou não no sindicato. Você diz que é coletivo e é mesmo. Parabéns à Universidade e parabéns a você”, destacou.
Durante sua fala, o reitor Alfredo Gomes discursou sobre a importância da trajetória de Márcia Angela no campo da educação e sua liderança expressiva. Ele destacou a necessidade de defender a educação pública, a democracia e o Estado democrático de direito, mencionando a importância de eleger pessoas comprometidas com essas pautas.
“Nós estamos vivendo um contexto político e social que a gente precisa, portanto, defender o óbvio. Defender pautas que a professora Márcia Angela, em todas as fases da sua vida, sempre defendeu. Por exemplo, a educação pública, a democracia, o Estado democrático e de direito, que estão sendo, mais uma vez, obviamente, ameaçados. A gente precisa, no sentido rigoroso, fazer a defesa de tais princípios e ter uma prática coerente com isso, para que a gente não volte a ter retrocesso a partir das eleições do próximo ano. A gente corre um grande risco. Então, é em homenagem e reconhecimento à história de Márcia que a gente tem que fazer a luta e fazer com que as coisas continuem caminhando. A Universidade Federal se sente muito orgulhosa de tê-la na condição de professora emérita da nossa casa. Ela é uma referência para a gente pensar o campo da educação, a educação pública, a formação de professores. E, claro, um grande orgulho para a gente, que é amigo de Márcia, estar participando desse momento muito especial”, celebrou o reitor.
Breve histórico acadêmico da professora Márcia Angela da Silva Aguiar
A professora Márcia Ângela construiu trajetória de destaque na UFPE e na educação brasileira, unindo docência, pesquisa e gestão. Foi responsável por iniciativas inovadoras na graduação e pós-graduação, dirigiu o Departamento de Educação e consolidou-se como referência em política educacional, formação docente, gestão e ensino superior. Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), fez estágio pós-doutoral na Universidade Federal de Goiás (UFG), possui vasta produção acadêmica e atuou em órgãos e associações nacionais e internacionais, presidindo a Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope), a Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae) e a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), além de integrar o Conselho Nacional de Educação (CNE). Pelo impacto de sua obra e liderança institucional, recebeu da UFPE o título de Professora Emérita.
*Foto de Widma Sandrelly / Ascom UFPE
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