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Professores e alunos do PRH38.1 participam do Encontro Nacional do Programa de Formação de Recursos Humanos da ANP 2024

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) realizou, de 21 a 23 de maio, o Encontro Nacional do PRH-ANP 2024 na Escola de Engenharia da UFMG. O evento fez parte das comemorações dos 25 anos do Programa de Recursos Humanos da ANP (PRH-ANP), completados em 2024.

Ao longo de sua história, mais de sete mil bolsistas passaram pelo PRH-ANP. O programa visa incentivar instituições de ensino a oferecerem aos seus alunos especializações estratégicas para o desenvolvimento do setor de petróleo, gás natural, biocombustíveis, transição energética, descarbonização, e petroquímica de primeira e de segunda geração.

No evento, representantes de cada nível acadêmico apresentaram os resultados de suas pesquisas, tanto por meio de apresentações orais quanto de pôsteres. O encontro destacou-se como uma troca rica de experiências e conhecimentos, reunindo contribuições de 55 PRHs diferentes, evidenciando a importância e o impacto do PRH-ANP no setor energético brasileiro.

No primeiro dia do evento, o bolsista do PRH 38.1 Gustavo Camargo realizou a apresentação oral do seu trabalho intitulado "Desenvolvimento de produto tecnológico para melhorar segurança da indústria de Óleo e Gás: Uma jornada empreendedora". Durante a apresentação, Gustavo destacou a startup que fundou, a InSpace (https://inspace.tech/), uma empresa de base tecnológica voltada para a Indústria 5.0. No projeto apresentado, ele descreveu o produto da sua empresa chamado is.safe, um sistema de monitoramento de atividades capaz de detectar EPI, veículos e pessoas. Combinado com as regras de operação, o sistema identifica desvios operacionais e gera alertas para que a equipe de saúde e segurança do trabalho possa atuar de modo a prevenir acidentes e direcionar esforços para a disciplina operacional. Ele considerou uma oportunidade incrível poder expor o trabalho para diversas pessoas da indústria e academia gera conexões fundamentais para o avanço do projeto. Segundo ele: “Ser um dos pioneiros na jornada empreendedora do PRH também foi um grande marco do evento e deu pra ver o entusiasmo de todos os envolvidos em buscar mais iniciativas desse tipo.” A apresentação foi gravada e pode ser assistida pelo link.

Ainda durante o primeiro dia, o doutorando em Engenharia de Produção e bolsista do PRH 38.1, Plínio Ramos, apresentou seu trabalho intitulado “Development of Deep Learning methods for automated drowsiness detection based on image and biological signals for critical systems”, na modalidade pôster. Esta pesquisa faz parte de sua tese e têm três objetivos específicos, (1) Desenvolver modelos baseados em dados para detecção automática de sonolência, utilizando métodos avançados de aprendizado de máquina e incorporando sinais de dados de eletroencefalograma - EEG (através de padrões advindos de atividade elétrica cerebral) e dados faciais, para ajudar indústrias críticas de segurança, mitigando os riscos associados à sonolência causada pela fadiga relacionada ao fator humano; (2) propor uma configuração experimental baseada em simulador para avaliar o desempenho humano em operações automatizadas em um contexto de refinaria; (3) propor uma interface de aplicativo web amigável para facilitar a aplicação prática do modelo proposto, garantindo acessibilidade para operadores e pessoal de segurança em indústrias de alto risco. A pesquisa busca preencher uma lacuna na literatura sobre estudos de fadiga/sonolência, onde os operadores enfrentam o desafio de manter elevados níveis de alerta devido à monotonia das tarefas e à exigência de vigilância constante em ambientes críticos como salas de controle e monitoramento.

 

Ainda no primeiro dia, o O Encontro Nacional do PRH-ANP também contou com a Oficina de Imersão: “Transformando Patentes em Tecnologia”, ministrada pelo professor Ricardo Yogui com o apoio da Juliana Crepaldi (diretora do Fortec e coordenadora do NIT/UFMG), Rafael Augusto (Fundep) e Tatiana Carestiato (INPI), além de outros participantes, entre eles o mestrando do PRH 38.1 Leonardo Streck Raupp. O principal objetivo do workshop foi estudar o ecossistema de inovação de forma a identificar como transformar a tecnologia desenvolvida em produtos para o mercado através da identificação de gaps existentes e promovendo recomendações. A oficina promoveu a organização dos participantes em grupos, permitindo a discussão das ideias apresentadas na apresentação inicial em conjunto com experiências individuais, resultando em um ambiente colaborativo, crítico e reflexivo. Como frutos das discussões, alguns pontos foram abordados: a recomendação para guiar tecnologias em função do que é demandado pelo mercado, mas sem deixar de lado o desenvolvimento proativo, gerando a necessidade da patente pelo mercado; a crítica com relação às empresas brasileiras quanto à adoção de inovações, principalmente quando a inovação é brasileira – visto que muitas empresas optam por comprar tecnologia de fora ao invés de investir em tecnologia produzida no Brasil; a necessidade de se investir em programas focados em devolver a tecnologia desenvolvida para o mercado. Por fim, bastante correlacionado com o terceiro ponto discutido, a Fundep apresentou o Programa de Empreendedorismo da ANP, o qual irá colaborar para o retorno das tecnologias desenvolvidas para a sociedade.

No terceiro e último dia do Encontro Nacional do Programa de Formação de Recursos Humanos da ANP 2024 (23/05), o mestrando em Oceanografia e bolsista do PRH 38.1, Eduardo Araújo, apresentou seu trabalho intitulado “Modelagem 3D de vazamentos de petróleo no mar: dos poços à dispersão superficial”, na modalidade pôster. Esta pesquisa faz parte de sua dissertação de mestrado e tem como objetivo desenvolver um sistema de modelagem de vazamentos de óleo e gás na coluna de água e na superfície, utilizando os modelos numéricos MEDSLIK-II e GASDOCEAN. O estudo considera um cenário acidental em poços de petróleo e é aplicado em dois estudos de caso localizados nas áreas marítimas das bacias Potiguar (RN) e de Campos (RJ). Os resultados apoiarão estudos oceanográficos físicos e ajudarão nas medidas mitigadoras em caso de vazamentos de óleo na costa brasileira.

Na mesma ocasião, o aluno destacou sua atuação como empreendedor, através de sua participação no projeto de startup Mar Aberto, que visa desenvolver tecnologias para enfrentar a bioincrustação de espécies do coral-sol em empreendimentos costeiros. Atualmente, a Mar Aberto está na fase de ideação e integra o programa Catalisa ICT Júnior, promovido pelo SEBRAE-PE.

Ainda no último dia, o encerramento contou com uma breve discussão sobre o futuro do PRH, abordando investimentos, repasses, integração com indústrias e projetos de PD&I, ajustes no novo edital, formação com bolsas no nível médio e empreendedorismo, além de ampliar a capilaridade para o intercâmbio.

Data da última modificação: 24/05/2024, 20:35