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Pesquisadores do Ceerma, membros da Comissão Gestora e coordenador do PRH 38.1 publicam artigo sobre vazamentos de óleo em periódico internacional

O petróleo é ainda uma fonte de energia abundante no planeta, e seu intenso uso diário na produção de vários produtos derivados continua sendo uma realidade. Contudo, o uso dessa fonte de energia é também sinônimo de risco em função de possíveis impactos negativos, relacionados a potenciais acidentes de vazamentos de óleo em mares e oceanos. Disponível online desde novembro de 2022, o trabalho “Oil Spills Characteristics, Detection, and Recovery Methods: A Systematic Risk-Based View”, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Estudos e Ensaios em Risco e Modelagem Ambiental (Ceerma), apresenta uma visão sistemática sobre os vazamentos de óleo a partir de uma perspectiva de risco. Ele foi publicado no Journal of Loss Prevention in the Process Industries (Estrato Qualis Unificado A2, Fator de Impacto 3.916 em 2021), Edição Especial com artigos selecionados do Congresso da Associação Brasileira de Análise de Risco, Segurança de Processos e Confiabilidade (Abrisco) 2021. O trabalho tem o objetivo de responder às seguintes questões:

  1. Por que os vazamentos de óleo são prejudiciais?
  2. Quais as consequências sociais, ambientais e econômicas?
  3. Como prevenir, mitigar e remediar os vazamentos de óleo?
  4. Como detectar vazamentos de óleo nos mares e oceanos?

As características físico-químicas do óleo (ex. densidade, viscosidade, presença de ácidos e álcoois, etc.) e os processos de intemperismo (ex. emulsificação, biodegradação, deposição no fundo do mar, evaporação, etc.) influenciam o grau do dano ao meio ambiente. Além das conseqências ambientais evidentes como danos à qualidade do meio, à qualidade de vida e até a morte de seres vivos dos mares e oceanos, as pessoas e a economia são impactadas direta ou indiretamente. Populações locais e atividades turísticas são comprometidas, pessoas diretamente ligadas à remediação das áreas afetadas, expostas ao óleo sem a devida proteção, podem adquirir problemas de saúde. A cadeia logística relacionada à indústria pesqueira é prejudicada pela contaminação de peixes, crustáceos e moluscos.

Especificamente, detalhando-se a resposta à terceira pergunta, observou-se que há quatro etapas envolvidas. Na primeira, o objetivo é evitar a ocorrência do vazamento de óleo nas instalações (embarcações, plataformas, navios, etc.) através de algumas barreiras de segurança, tais como barreiras físicas. A segunda etapa tem a intenção de evitar que algum vazamento ocorrido nas instalações chegue ao mar ou ao oceano. Contudo, se a contenção não for suficiente, a terceira etapa tem o objetivo de detectar rapidamente o vazamento para que problemas ambientais, sociais e econômicos maiores sejam evitados. Nesta etapa algum método de identificação rápida de vazamentos de óleo deve ser utilizado (métodos com visão computacional, aprendizagem de máquina, etc). Por fim, a quarta etapa, quando o derramamento de óleo já se espalhou, deve-se removê-lo com a utilização de técnicas de remediação/recuperação físicas (ex. booms, skimmers, etc.) e químicas (ex. dispersantes, solidificadores, etc.) da área contaminada.

Além disso, este trabalho compreende uma revisão sistemática da literatura acerca de métodos que vêm sendo utilizados para detecção de vazamento de óleo. Os artigos analisados nesta revisão mostraram que há uma tendência cada vez maior no uso de métodos automáticos de detecção via aprendizagem de máquina e aprendizagem profunda (deep learning). Ainda, os trabalhos, em sua maioria não trazem resultados comparáveis, pois tanto as bases de dados quanto as métricas de avaliação usadas são distintas. As bases de dados vêm aumentando de tamanho ao longo do tempo e, em geral, a acurácia é a métrica adotada para medir o desempenho dos métodos. No final do artigo, os autores sugerem temas para estudos futuros no contexto de vazamentos de óleo, com base nas lacunas identificadas.

Esta pesquisa foi realizada no Ceerma (Centro de Estudos e Ensaios em Risco e Modelagem Ambiental) como parte do Doutorado de Ana Cláudia Souza Vidal de Negreiros (recém-Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção), sob orientação da professora do Departamento de Engenharia de Produção (DEP) e membro da Comissão Gestora do PRH 38.1 Isis Didier Lins e com a colaboração dos professores Caio Bezerra Souto Maior (Núcleo de Tecnologia, CAA) e Márcio das Chagas Moura (DEP, membro da Comissão Gestora e coordenador do PRH 38.1).

 

Para mais informações:

Link do artigoSite CeermaSite Abrisco .

 

Isis Didier Lins

(81) 2126.7112

isis.lins@ufpe.br

Ana Cláudia Souza Vidal de Negreiros

ana.claudianegreiros@hotmail.com

Data da última modificação: 16/11/2022, 21:12