O V Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha (SBGGM) reuniu pesquisadores, estudantes e profissionais da área da Geociências Marinha em São Paulo (SP), entre os dias 6 e 10 de novembro de 2023. O tema central do simpósio foi INTERFACES, com o objetivo de ampliar os horizontes do conhecimento sobre os ecossistemas marinhos e sua relação com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas.

Um dos trabalhos apresentados no SBGGM foi o do doutorando Francisco Cordeiro do Nascimento Neto, bolsista PRH-38.1. Sua pesquisa está focada no carbono orgânico que é capturado e armazenado pelos ecossistemas costeiros vegetados, o carbono azul, especificamente de florestas de manguezais. Seu trabalho apresentado no evento foi “Estimativa de carbono acima da superfície de um manguezal tropical utilizando imagens multiespectrais de veículo aéreo não-tripulado”. Para quantificar o carbono armazenado pela floresta de mangue, ele utilizou imagens multiespectrais obtidas por um drone e equações alométricas que relacionam as dimensões das árvores com a sua biomassa. Os resultados mostraram que a área de 7,5 ha de manguezal armazena 79,8 toneladas por hectare de floresta.

Essa é uma técnica inovadora que pode ajudar a monitorar e preservar esse ecossistema e na contabilização do sequestro e estoque de carbono em uma solução baseada na natureza (NBS) para mitigação das emissões dos gases de efeito estufa. O manguezal estudado fica na região do Porto de Suape, no litoral de Pernambuco, e sofreu fortes impactos ambientais pela instalação do complexo portuário.

O trabalho de Francisco é um exemplo de como a Geociências Marinha podem contribuir para o conhecimento e a conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos, que são essenciais para a vida no planeta. Essa pesquisa contribui para atingir os ODS 13, 14 e 15.