Notícias Notícias

Voltar

Defesa de dissertação do bolsista do PRH-ANP-FAPESP 38.1: Eduardo José Araújo Correia Lima

No dia 14 de fevereiro de 2025, Eduardo José Araújo Correia Lima defendeu sua dissertação de mestrado intitulada “The effect of wind parametrizations in MEDSLIK-II oil spill simulations: a case study of the FPU P-53 incident in Brazilian waters”. O estudo pioneiro abordou a calibração de um modelo de simulação de derramamento de óleo no mar em águas brasileiras, com foco no acidente do FPSO P-53, ocorrido na Bacia de Campos em março de 2019. Os resultados da pesquisa fornecem subsídios para a combinação de parâmetros físicos em modelos de dispersão de óleo, em especial o MEDSLIK-II, para prever, com maior acurácia, a trajetória e o destino de óleo derramado no mar em cenários operacionais. Essa contribuição é importante para ser aplicada em ações de prevenção e mitigação em casos de derramamentos de petróleo.

 

O trabalho teve orientação do Professor Moacyr Cunha de Araújo Filho do Departamento de Oceanografia/CTG, que presidiu a banca examinadora, sendo o mesmo, composto pelos Prof. Alex Costa (Doutor, PPGO/UFPE) – examinador interno e Humberto Lázaro Varona González (Doutor, CEERMA/UFPE) – examinador externo.

 

Eduardo José Araújo Correia Lima expressa sua sincera gratidão ao Programa de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (PRH-ANP-FAPESP) 38.1 pelo apoio financeiro concedido, suportado com recursos provenientes do investimento de empresas petrolíferas qualificadas na Cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Resolução ANP nº 50/2015. Sem esse apoio, a realização deste trabalho não teria sido possível. Eduardo agradece profundamente pelo incentivo e suporte ao seu desenvolvimento acadêmico e profissional.

Resumo:

Este estudo investigou os efeitos da deriva de Stokes, do fator de deriva do vento e da parametrização do ângulo no transporte de derramamentos de óleo utilizando o modelo MEDSLIK-II, com foco no acidente da plataforma P-53 em 2019 na Zona Econômica Exclusiva brasileira. As trajetórias simuladas foram comparadas com observações coletadas por Radar de Abertura Sintética. Foram realizadas dezesseis simulações variando os ângulos de deriva do vento (10º a 45º), os fatores de deriva do vento (3% e 6%) e incorporando a deriva de Stokes para avaliar seu impacto no transporte do óleo. Os resultados indicam que o aumento de fatores e ângulos de deriva do vento levam a um transporte mais rápido e ocorre toque de óleo na costa. Um fator de deriva do vento de 6% mostrou-se mais eficaz do que 3%, enquanto ângulos superiores a 25º forneceram trajetórias mais precisas, com 45º apresentando a melhor correspondência entre as trajetórias e atingindo a costa na mesma região afetada durante o incidente. Dois experimentos, com e sem a deriva de Stokes, utilizando fatores de deriva do vento de 6% e ângulos de 45º, forneceram as menores distâncias com o vazamento observado pelas imagens de satélite. Em contraste ao relatado na literatura, a deriva de Stokes resultou em um desempenho ligeiramente pior. Uma discrepância inicial nas primeiras 9 horas entre a trajetória simulada e observada, provavelmente relacionada a inconsistências entre os ventos do produto de reanálise utilizados e os ventos no cenário real, pode explicar esses desvios, levando a uma pluma simulada sob maior influência do núcleo superficial da Corrente do Brasil. Esses achados contribuem para a discussão do conjunto de parametrização que melhor reproduz uma trajetória de óleo para o modelo MEDSLIK-II em médias latitudes (~22ºS) do Oceano Atlântico sul. No entanto, é reforçado a importância do uso de dados oceânicos horários e de alta resolução como entrada do modelo, juntamente com o suporte de dados de vento medidos no ambiente, para maior precisão em experimentos de validação.

Data da última modificação: 24/02/2025, 14:49