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Departamento de Física da UFPE realiza colóquio sobre memória, sono e sonho

Colóquio acontece na sexta-feira (7), às 16h, via Google Meet

O Departamento de Física da UFPE promove na próxima sexta-feira (7), às 16h, o colóquio Memória, sono e sonho, com apresentação do professor Sidarta Ribeiro (Instituto do Cérebro, Universidade Federal do Rio Grande do Norte). O web colóquio acontece via plataforma Google Meet. Os organizadores do evento pedem para que os interessados entrem na sala virtual com o microfone desligado e pelo e-mail institucional (@ufpe.br).

Sidarta Ribeiro é professor titular de Neurociências do Instituto do Cérebro da UFRN, sendo bacharel em Biologia pela Universidade de Brasília (1993), mestre em Biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994) e doutor em Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller (2000), com pós-doutoramento em Neurofisiologia na Universidade Duke (2005). Tem experiência em neuroetologia, neurobiologia molecular e neurofisiologia de sistemas, com interesse nos seguintes temas: memória, sono e sonhos; plasticidade neuronal; comunicação vocal; competência simbólica em animais não humanos; psiquiatria computacional; neuroeducação; cannabis medicinal; psicodélicos e política de drogas.

Resumo

Memórias explícitas, como por exemplo, memórias de lugares, coisas e eventos, envolvem duas diferentes porções cerebrais: enquanto o hipocampo age como um armazenador de curto-prazo, as memórias com o tempo migram completamente para o córtex cerebral. Investigando ratos através de registros neuronais de multieletrodos e mapeamento da expressão de genes imediatos relacionados à plasticidade, descobrimos que memórias de objetos novos no hipocampo desaparecem em questão de minutos, mas persistem reverberando no córtex durante o sono por várias horas após o fim da exploração do objeto. Os resultados indicam que as duas fases do sono cooperam para promover a propagação de memórias desde seu ponto de entrada (hipocampo) até seu destino (córtex). A fase sem sonhos do sono (sono de ondas lentas) reverbera e amplifica mudanças recentemente adquiridas em circuitos sinápticos selecionados. A fase onírica do sono (movimento rápido dos olhos, sono REM) dispara a expressão cortical de genes relacionados à estabilização e propagação da memória. Os experimentos sugerem que experiências novas são seguidas por múltiplas ondas de plasticidade cortical enquanto os ciclos do sono se sucedem. Como consequência, as memórias tornam-se mais dependentes do córtex que do hipocampo à medida que o sono transcorre, migrando dos circuitos de entrada originais para redes corticais mais profundas. Nesse colóquio, apresentaremos resultados recentes ligados a essa hipótese e ao papel do sonho no processamento emocional.

Data da última modificação: 04/10/2022, 18:03