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Mustic e Voxar Lab participam da Ópera Auto da Compadecida no Festival de Ópera do Recife

As apresentações tiveram início ontem (4) e vão até o dia 21 deste mês, no Teatro Santa Isabel

Os grupos de pesquisas do Centro de Informática (CIn) da UFPE Mustic e Voxar Lab participam do III Festival de Ópera de Pernambuco com colaboração na Ópera Auto da Compadecida. O festival está em cartaz para o público geral de ontem (4) até o dia 21 deste mês, no Teatro Santa Isabel. A Academia de Ópera e Repertório (AOR) e a Sinfonieta UFPE são responsáveis pela organização, com produção e realização da Gárgula Produções e venda on-line dos ingressos.

Ricardo Scholz, ex-aluno do CIn, foi responsável por gerenciar a parceria entre o Mustic, grupo de pesquisa e inovação em arte, tecnologia e criatividade, e o Voxar Lab, laboratório de pesquisa que desenvolve projetos de inovaçao em Realidade estendida, visao computacional, interaçao natural organizado pela professora e coordenadora de Cooperação e Inovação, Veronica Teichrieb.

O trabalho, em conjunto com a Academia de Ópera e Repertório (AOR) e a Sinfonieta UFPE, surgiu de conversas sobre experimentações de computação com ópera entre os professores Geber Ramalho, do Centro de Informática da UFPE, e Wendell Kettle, do Departamento de Música da UFPE, diretor artístico do festival e dos grupos organizadores do evento.

O doutorando do CIn e integrante do Mustic e do Voxar, Jarbas Jácome, explicou que a participação dos grupos de pesquisa do centro no espetáculo aparece em dois efeitos especiais. Ele foi responsável por desenvolver o efeito de interação com a personagem Compadecida, interpretada por Gleyce Melo e Anita Ramalho, alternando entre os dias de apresentação. É um céu estrelado sintetizado por computador, chamado de generativo, pois a posição inicial das estrelas e as velocidades são sorteadas por um código.

Jarbas conta como quis “passar a ideia do poder da Compadecida, que, com um simples gesto, consegue transformar estrelas em cometas”. Por isso, com movimentos corporais lentos, o efeito gera a sensação de estar voando no espaço e, com movimentos mais rápidos, passa a sensação de que as estrelas caem como chuva ou comentas.

O segundo efeito foi desenvolvido por Ricardo Scholz, para interagir com o personagem interpretado por Daniel Germano, o Encourado, que controla a intensidade do fogo com movimentos do corpo. Scholz também cursou doutorado no Centro de Informática (CIn) da UFPE, no contexto do Mustic, aplicando tecnologia para palco e dança.

Os efeitos foram produzidos utilizando sistema de partículas, linguagem C++, OpenGL e sensor Kinect. São delicados desafios técnicos de computação em um sistema criativo e crítico. É preciso grande preciosismo técnico em conferir os detalhes e preparar sistemas reservas para situações de necessidade, de modo a reduzir as possibilidades de falha, que prejudicam a imersão do público do espetáculo.

O Voxar Lab, assim como o Mustic, estimulam aplicações da computação para as artes em geral como meio de expressão criativa. Projetos como esse mostram a amplitude do espectro de possibilidades da computação e permitem que o conhecimento alcance mais pessoas através da sensibilização artística.

Programação das óperas

“A Compadecida”, de José Siqueira sobre o texto de Ariano Suassuna
Dias 4, 5 e 6 (às 19h) e 7 (às 18h) de agosto

“Cavalleria Rusticana”, de Pietro Mascagni
Dias 11, 12 e 13 (às 20h) e 14 (às 18h) de agosto

"Il Maledetto”, de Euclides Fonseca
Dias 19, 20 (às 20h) e 21 (às 18h) de agosto

Mais informações
III Festival de Ópera de Pernambuco

festivaldeoperadepe@gmail.com

Data da última modificação: 08/08/2022, 15:33