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HC realiza procedimento inédito em Pernambuco para tratar pacientes com câncer de pênis com acometimento dos linfonodos inguinais

O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos

O Serviço de Urologia do Hospital das Clínicas da UFPE, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou um procedimento inédito em Pernambuco, na última sexta-feira (7), indicado para tratar pacientes com câncer de pênis que tenham forte suspeita ou envolvimento dos linfonodos inguinais. 

A técnica denominada Video Endoscopic Inguinal Lymphadenectomy (Linfadenectomia inguinal videoendoscópica) traz diversos benefícios, porque permite que a remoção desses linfonodos ou tumores seja feita de maneira eficiente e menos invasiva, sendo realizada por vídeo, além de possibilitar uma rápida recuperação e demandar menos tempo de internamento hospitalar. A ação foi realizada em parceria com o Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), que encaminhou dois pacientes com indicação para este tipo de tratamento cirúrgico.

O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. Quanto mais cedo for detectado, maiores são as chances de cura. Essa patologia está relacionada às baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima, dentre outros. Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), os casos deste tipo de tumor são mais prevalentes nas regiões Norte e Nordeste.

De acordo com o professor de Urologia da UFPE e um dos cirurgiões responsáveis por realizar o procedimento no HC, Luiz Henrique Araújo, o principal objetivo da técnica é oferecer um tratamento com menos riscos de complicações para o paciente e o hospital-escola possui estrutura, equipamentos de ponta, além de uma equipe capacitada e treinada.

“Esses dois primeiros casos que foram feitos aqui no HC torna o hospital uma referência na realização do procedimento, não só em Pernambuco, como no Nordeste. Nosso maior foco, sem dúvidas, é o bem-estar dos pacientes. Além de podermos manter um padrão oncológico adequado, vamos diminuir os riscos que as cirurgias denominadas abertas apresentam, podemos evitar diversas morbidades como complicações da ferida operatória como infecção, necrose, dentre outros”, explica.

Ainda participaram do processo o professor da Faculdade de Medicina do ABC em São Paulo e idealizador da técnica, Marcos Tobias Machado, além dos residentes do Programa de Residência Médica em Urologia do HC. Para Luiz Henrique Araújo, essa é uma grande oportunidade para a formação deles. “Os residentes ficaram muito empolgados por participarem deste momento. Essa experiência é muito enriquecedora, porque eles puderam aprender mais, ter contato com uma técnica moderna e com equipamentos de ponta que não estão disponíveis em todas as unidades de saúde”, afirma.

Outras cirurgias minimamente invasivas realizadas com equipamentos modernos já são oferecidas pelo Serviço de Urologia da instituição e, segundo o chefe do Serviço de Urologia do HC, Fábio Vilar, esta nova técnica veio para somar e ser mais um diferencial no tratamento dos pacientes. “As cirurgias foram um sucesso. Os pacientes evoluíram muito bem e já receberam alta. Pretendemos incorporar e continuar realizando este tipo de técnica no HC. Nosso Serviço de Urologia tem um movimento cirúrgico grande em Pernambuco, realizamos outros procedimentos que são minimamente invasivos, como tratamentos de câncer de próstata por via laparoscópica, tratamento de cálculos por via endoscópica utilizando laser e aparelhos flexíveis, de forma que, temos um serviço moderno e eficiente, que também contribui na formação de novos profissionais urologistas”, reforça.

O grupo de Urologia do HC também participou de uma reunião virtual que foi realizada um dia antes do procedimento com o objetivo de obter mais esclarecimentos sobre o método cirúrgico, materiais necessários, indicações e aspectos técnicos.

Data da última modificação: 14/05/2021, 16:50