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Pós em Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação promove defesas de dissertações na próxima semana

Os mestrandos foram orientados pelos professores Sílvio Jacks dos Anjos Garnés, Maria das Neves Gregório e José Luiz Portugal

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação (PPGCGTG), do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) da UFPE, promoverá, no início da próxima semana, as defesas de dissertações de mestrado dos estudantes Thaisa Manoela da Silva Franca, Lismariane da Silva Cardoso e Joel Borges dos Passos. Os mestrandos foram orientados, respectivamente, pelos professores Sílvio Jacks dos Anjos Garnés, Maria das Neves Gregório e José Luiz Portugal.

O trabalho da aluna Thaisa Manoela da Silva Franca tem o título “Estrutura geodésica integrada ao cadastro territorial municipal” e será apresentado na próxima segunda-feira (29), às 10h, no Auditório do Departamento de Engenharia Cartográfica da UFPE. A defesa conta com a banca examinadora formada pelos docentes Sílvio Jacks dos Anjos Garnés, Andrea de Seixas (UFPE) e Karoline Paes Jamur (UFPE).

Já a dissertação de Lismariane da Silva Cardoso é intitulada “Variação morfodinâmica da linha de costa setentrional e meridional do arquipélago de Fernando de Noronha, PE – Brasil” e será apresentada na próxima quarta-feira (31), de maneira virtual, através de videoconferência, às 10h. A defesa conta com a banca examinadora formada pelos docentes Maria das Neves Gregório e Valdir do Amaral Vaz Manso (UFPE), além da doutora Marcia Cristina de Souza Matos Carneiro (IBGE).

O mestrando Joel Borges dos Passos, por sua vez, apresentará um trabalho cujo título é “Análise da aplicação da ET-CQDG na inspeção de qualidade de dados geoespaciais", a ser apresentado também na quarta-feira (31), às 10h, de forma virtual. A defesa conta com a banca examinadora formada pelos docentes José Luiz Portugal (Orientador), Andrea Flávia Tenório (UFPE) e Antonio Carlos Freire Sampaio (UFU).

Resumo 1

O atendimento de insumos cartográficos ao Cadastro e a Regularização Fundiária nos municípios passa pela implantação de uma estrutura geodésica otimizada que permita obter as acurácias necessárias para as mais diversas aplicações. Assim, construiu-se nesse trabalho uma análise e complemento de informações de uma estrutura geodésica já implantada no município de Jaboatão dos Guararapes, com um arcabouço metodológico que pode nortear outros municípios que não possuem uma estrutura geodésica ou que precisam de complementos existente. Para a análise, foram usados pontos de controles que foram fornecidos pelo IBGE e pelo município que contratou uma empresa especializada para execução. Os produtos disponibilizados, além dos pontos de controle foram o mapa geoidal, rede de referência, modelos digitais de terreno e ortofotos. Objetivou-se verificar as acurácias com base em densificação de pontos aleatórios em qualquer parte do município e que usa a estrutura em rede existente, com a pré-análise por métodos clássicos de triangulateração, e com ajuste de rede GNSS, contando com o mínimo necessário de ocupação, visando termos econômicos e satisfatórios dentro das premissas das normas da ABNT, NBR 13133/21, NBR 14166/22 e NBR 17047/22. Também foi analisado dados de altimetria e proposto um modelo quase geoidal local, baseado na altitude normal recentemente adotada como altitude do Sistema Geodésico Brasileiro. As ortofotos puderam ser verificadas quanto ao padrão de exatidão cartográfica de produtos cartográficos digitais e receberam num contexto municipal total, uma classificação conforme resultados encontrados. A integração com o cadastro imobiliário vem se tornando evidente nos dias de hoje, pois do cadastro tem-se melhor detalhamento do território, e como a informatização e integração é o arrimo para construção de um sistema de administração de terra robusto e eficiente, no qual é imprescindível o trabalho holístico desde a produção de uma estrutura geodésica até suas aplicabilidades, e com base na regularização fundiária em processos de Reurb-s, que efetivamente vem se desenvolvendo no município de Jaboatão dos Guararapes, apresenta-se soluções mobile a partir de softwares livres que permitiram a construção de um boletim digital para coleta de informações sociais, cartográficas e inserção na base cadastral municipal com preceitos de qualidade de dados de acordo com o Decreto nº 89.817/84 e acurácia posicional urbana de acordo com que a Lei 13465/17 e Decreto 9310/18.

Resumo 2

O Arquipélago de Fernando Noronha é formado por 21 ilhas, ilhotas e rochedos de origem vulcânica, ocupa uma área de 26 km², desses, 17 km² são da ilha principal “Fernando de Noronha”. Situada no Oceano Atlântico Sul equatorial, distando 545 quilômetros na direção NE da cidade do Recife (PE). Para sustentar o turismo crescente, Fernando de Noronha se desenvolve sacrificando, paradoxalmente, seu principal atrativo turístico, os recursos naturais. O complexo turístico emergente na ilha sofre com a ameaça de um colapso geral e já extrapolou em vários aspectos o nível de risco. O risco de esgotar seus atributos naturais nas próximas décadas se não adotar um modelo sustentável de desenvolvimento. O presente estudo visa um aprofundamento da variabilidade da linha de costa da ilha principal do Arquipélago de Fernando de Noronha, localizado no estado de Pernambuco entre os anos 1997 e 2005, a fim de compreender e explicar a evolução espacial e temporal da linha de costa, relacionando-a com as características físicas do ambiente, e uma interação com os fatores morfodinâmicos. Para determinação da linha de costa foram utilizadas fotografias aéreas dos anos 1997 e 2005 obtidas junto à Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife (Fidem), todas em formato digital, sendo as de 1997 ortofotocartas. A demarcação da linha de costa foi realizada por vetorização sobre as imagens do ano de 1997 e de 2005. Para esse levantamento, foi considerado o limite superior do ambiente praial, ou seja, o contato entre o ambiente marinho e o terrestre, devido a não observação da linha da maré mais no ambiente. Entretanto, a linha foi definida através da presença da faixa arenosa nas imagens mais antigas. Tomou-se como base a linha mais antiga (1997) a fim de analisar a variação do deslocamento, e foi identificada por meio do cálculo das taxas m/ano de erosão e acresção através da ferramenta Digital Shoreline Analysis System (DSAS) integrada no programa ArcGis10.2.2, por meio de cálculos estatísticos. Para a análise das taxas de deslocamento da linha de costa foi levado em consideração a direção da costa e o seu posicionamento em relação aos hemisférios e o posicionamento na ilha, sendo classificadas em setores setentrionais e setores meridionais, levando-se em consideração a distribuição e a mudança da linha de costa, sendo essa constituída de praia arenosa (1997) e/ou da ausência dessa (2005). Dessa forma, foram distribuídos cinco setores Meridionais e cinco setores Setentrionais. Os dados relacionados a velocidades e direção dos ventos e a precipitação foram obtidos no Banco de Dados do Sistema Nacional de Dados Ambientais (Sinda-Inpe). O setor 1 Meridional está localizado no lado ocidental e meridional da ilha e possui uma direção leste-oeste, formado por uma praia arenosa, a faixa arenosa apresentou uma largura média de 105,4 m, com um comprimento de 727,8 m para o ano de 1997, porém para o ano de 2005 a praia obteve uma largura média de 88,3 m e um comprimento médio de 461,7 m, a variação da linha de costa entre 1997-2005 foi de -1,772 m/ano. O setor 2 Meridional está localizado no lado ocidental e meridional da ilha, entretanto com a direção do arco praial noroeste-sudeste, formado também por uma praia arenosa, que apresentou uma largura média de 13,7 m, com um comprimento de 225 m, para o ano de 1997, e entre o período de 1997-2005, a faixa praial não foi observada, a média da taxa de deslocamento foi de -1,31 m/ano. O setor 3 Meridional é formado por uma faixa de praia arenosa localizado também no lado ocidental e meridional da ilha, situado entre dois promontórios, com uma direção do arco praial leste-oeste, a faixa praial apresentou uma largura média de 56,9 m e um comprimento de 380,8 m observados durante o ano de 1997 e uma faixa de praia com 38,74 m, de largura e 366,8 m de comprimento para o ano de 2005, o deslocamento entre 1997 e 2005 a média da taxa foi de -0,933 m/ano. Setor 4 Meridional, também é formado por uma faixa de praia arenosa localizado na parte ocidental da ilha, seu o arco praial apresenta a direção norte – sul, a faixa de praia possui uma extensão média de 1.341,28 m e uma largura média de 46,98 m, para o ano de 1997 e entre 1997-2005 não apresentou a faixa de praia. O setor 5 Meridional, localizado na parte oriental da ilha, possui uma orientação do arco praial leste-oeste, a faixa de praia possui uma extensão média de 131,88 m e uma largura média de 50,7 m, para o ano de 1997 e entre 1997- 2005, não apresentou a faixa de praia, e uma taxa de -3,682 m/ano. Para os setores Setentrionais, o setor 1 é formado por uma faixa arenosa, situado na parte ocidental da ilha, com o arco praial na orientação leste – oeste, a faixa praial apresentou uma largura média de 84,6 m e um comprimento de 771,3 m para o ano de 1997 e entre 1997 -2005, apresentou a faixa arenosa uma largura de 89,786 e 792,41 m de comprimento, a taxa média foi de -0,371 m/ano. O setor 2 Setentrional também se localiza na parte ocidental da ilha, formado por um pequeno trecho de faixa arenosa, com a orientação leste-oeste, a faixa praial teve uma largura média de 94,27 m, e um comprimento de 196,69 m para o ano de 1997 e entre o período de 1997-2005 a faixa de praia apresentou uma largura de 70,1 m e 189,36 m de comprimento, com uma taxa média de -0,472 m/ano. O setor 3 Setentrional corresponde a uma faixa arenosa mais alongada, com uma orientação leste-oeste, a faixa arenosa para o ano de 1997 apresentou uma largura média de 107,8 m e um comprimento de 672,53 m e entre 1997 e 2005, o ambiente arenoso foi de 60m para a largura da praia, e um comprimento de 581,14 m, e uma taxa média de -0,565 m/ano. O setor 4 Setentrional teve uma localização na parte oriental da ilha, devido o posicionamento ao leste da ilha, também é um setor representado por uma faixa arenosa mais alongada direcionada de leste-oeste, para o ano de 1997 a faixa arenosa obteve uma média 65,95 m de largura e de comprimento 911,39 m e entre 1997 a 2005 o ambiente arenoso foi de 46,91 m de largura e 397,87 m de comprimento, e o deslocamento médio foi de -1700 m/ano. O setor 5 Setentrional está situado na parte oriental da ilha, e corresponde a uma pequena enseada, com a orientação leste-oeste, a faixa arenosa para o ano de 1997 apresentou uma largura média de 87,87m e de comprimento 227,41 m, e entre 1997-2005 apresentou uma largura média 44,33 m e 217,64 m de comprimento, o deslocamento médio da taxa foi de -1,237 m/ano. Em relação a mediana dos setores meridionais e setentrionais, a maior parte dos resultados apresentaram valores próximos da média. Para o desvio padrão, os maiores valores de dispersão dos dados foram observados nos setores 1 (3,381) e 4 meridionais (3,054) e no setor 5 Setentrional (2,097). Em relação às médias dos dados observados nas taxas de deslocamento, apenas o setor 4 Meridional apresentou uma média positiva entre todos os setores estudados. Os setores Meridionais e Setentrionais apresentaram retrogradação da linha de costa, exceto o setor 4 Meridional, entre 1997 a 2005, entretanto houve a retirada de sedimento, expondo a rocha abaixo desses.

Resumo 3

Neste trabalho é analisada a eficiência e aplicabilidade dos procedimentos de qualidade de dados apresentados na ET-CQDG. Nessa norma as métricas são apresentadas em forma de tabelas e sem uma metodologia de aplicação definida para cada produto. Nesse contexto foram propostos fluxos de trabalho e implementado modelos de processamentos automatizados que avaliam, dentre os elementos de qualidade, a consistência topológica, para um CDGV que compõem a base de dados da Inde, através do BDGEx. Os modelos de processamentos automatizados ocorreram a partir da implementação do processamento de códigos Python integrado no software QGIS, que tem se mostrado uma alternativa gratuita e eficaz para a execução de tarefas específicas de geoprocessamento. Sendo assim, foi desenvolvido o script CQ_CQDG com a finalidade de executar a avaliação da consistência topológica prevista na ET-CQDG. A base de construção desse script foram as ferramentas de identificação de erros, disponível no plugin DSGTools, que são as responsáveis por identificar e gerar registros para os problemas topológicos. O registro é feito por meio de flags que são armazenadas em tabelas e convertidas para a Classe de ocorrência, proposta nesse trabalho. Para essa classe, foi elaborado o modelo lógico e físico com a finalidade de gerenciar o controle de qualidade e auxiliar o preenchimento do relatório de qualidade. Após essas implementações, foram efetuados testes controlados no intuito de verificar se todas as ferramentas de identificação de erros podem garantir a consistência topológica das informações extraídas dos CDGV. Os resultados desse estudo mostraram que o método proposto é reprodutível e que o script avalia automaticamente a qualidade dos dados de forma eficiente, amparando de forma apropriada a execução do método. Com os resultados apresentados também foi possível verificar que a CQDG não prover as medidas de qualidade necessárias para as aferições dos produtos oriundos do SCN.

Mais informações
pgcgtg@gmail.com

Data da última modificação: 25/08/2022, 13:57