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Universidade lamenta falecimento do professor da Pós em Oceanografia Fábio Hazin
“O Brasil perde um de seus maiores expoentes e defensores de nossa Amazônia Azul”, lamentou o vice-reitor Moacyr Araújo, seu colega do PPGOcean
Os que fazem a Universidade Federal de Pernambuco, em especial os professores, estudantes e servidores do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia (PPGOcean), lamentam o falecimento, na manhã de hoje (7), do professor Fábio Issa Vieira Hazin que não resistiu à Covid-19. O professor Fábio atuou como docente permanente do PPGOcean por quase 30 anos (desde 1992), formando 20 mestres e nove doutores que hoje atuam em todo o Brasil e no exterior. Atualmente, orientava uma aluna no mestrado e um no doutorado.
Para o vice-reitor da UFPE e também professor do PPGO, Moacyr Araújo, “as contribuições do professor Fábio Hazin para a Ciência Marinha brasileira e a internacional são enormes. O Brasil perde um de seus maiores expoentes e defensores de nossa Amazônia Azul. Um ser humano e um amigo diferenciado”.
Fábio Hazin possuía graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal Rural de Pernambuco- UFRPE (1987); mestrado (1991) e doutorado (1994) em Marine Science and Technology/Fisheries Oceanography, na Tokyo University of Marine Science and Technology; pós-doutorado em Avaliação de Estoques de Recursos Pesqueiros Pelágicos Migratórios, no Southeast Fisheries Science Center/NMFS/NOAA, Miami- EUA (2002); e especialização em Direito Internacional do Mar (2010), pela Rhodes Academy (Center for Oceans Law and Policy/University of Virginia School of Law; the Aegean Institute of the Law of the Sea and Maritime Law; the Law of the Sea Institute of Iceland; the Max Planck Institute; and the Netherlands Institute for the Law of the Sea).
Ele atuava como professor da UFRPE, no Departamento de Pesca e Agricultura, especialmente no curso de Engenharia de Pesca, e no Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Aquicultura; e na UFPE, no Programa de Pós-Graduação em Oceanografia. Exercia a função de coordenador-geral científico do Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
FUNÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS – A sua prodigiosa carreira acadêmica o levou a funções relevantes nacional e internacionalmente, como no período de 1995 a 2005, quando exerceu a função de coordenador do Programa REVIZEE- Programa para a Avaliação dos Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva Brasileira/ Região Nordeste.
A convite da Organização das Nações Unidas, proferiu, na sede da ONU, em Nova Iorque, no dia 8 de Junho de 2005, em homenagem ao Dia Mundial dos Oceanos, palestra intitulada “A Contribuição da Pesca Artesanal e de Pequena Escala para o Desenvolvimento Sustentável”; e no dia 17 de março de 2009, outra palestra intitulada “As Necessidades dos Países em Desenvolvimento na Capacitação e Treinamento para o Setor Pesqueiro”. Entre 2008 e 2009, presidiu o processo de negociação na FAO/ONU para a elaboração e adoção do Tratado Internacional sobre Medidas de Estado Porto para Prevenir, Deter e Eliminar a Pesca Ilegal, Não Regulada e Não Reportada, aprovado pelo Conselho da FAO, em dezembro de 2009; e a negociação também na FAO/ONU para adoção das Diretrizes Internacionais para o Desenvolvimento da Pesca Artesanal e de Pequena Escala.
Entre 2004 e 2012, exerceu a função de presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e de diretor do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE. Entre 2007 e 2011, presidiu a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) e a Associação Brasileira de Engenharia de Pesca. Em 2011, a convite da FAO, presidiu o processo de avaliação do Comitê de Pesca para o Atlântico Leste e Central (CECAF) e da Comissão de Pesca do Oceano Índico Sudoeste (SWIOFC). Ainda em 2011, presidiu o processo de avaliação da Organização de Pesca do Atlântico Noroeste (NAFO) e da Comissão de Pesca do Oceano Pacífico Oeste e Central (WCPFC). Entre 2010 e 2013, presidiu o Grupo de Trabalho sobre Organismos Marinhos Oriundos de Águas Internacionais (Introduction from the Sea), da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Ameaçadas de Extinção (CITES). Foi ainda representante científico do Brasil junto à Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) (1998-2015); e presidente do Subcomitê Científico do Comitê Consultivo Permanente de Gestão de Atuns e Afins (1998-2015).
Em 2015, exerceu o cargo de secretário nacional de Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura e, interinamente, de ministro de Estado da Pesca e da Aquicultura. Em 2014 foi eleito presidente, junto à ONU/DOALOS, Divisão de Oceanos e Lei do Mar, do Processo de Consultas dos Estados Parte do Acordo de Nova York e, em 2015 e 2016, para presidir o processo de revisão do referido Acordo. Entre 2012 e 2014, exerceu o cargo de vice-presidente e de 2014 a 2016 de presidente do Comitê de Pesca da FAO (COFI). Tinha experiência em Oceanografia Pesqueira e Engenharia de Pesca, com ênfase em grandes peixes pelágicos (atuns, agulhões, tubarões), atuando principalmente em: biologia reprodutiva, distribuição, comportamento, migração; Gestão Pesqueira e Direito Internacional do Mar.