Notícias Notícias

Voltar

Servidores públicos formam uma teia de 6.389 histórias na UFPE

No Dia do Servidor, docentes e técnico administrativo falam de suas vidas profissionais e pessoais

Por Renata Reynaldo

Na Universidade Federal de Pernambuco, formamos um coletivo de 6.389 servidores públicos, universo esse que reúne, para além de números do registro formal do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape), gente com muita história pra contar, que se dedica ao trabalho, dentro e fora da instituição, que se diverte nas folgas, enfim, que é muito mais do que sugere um estereótipo de funcionário público. 

Constituímos um impressionante grupo de profissionais que, pela própria natureza de uma instituição acadêmica da dimensão da UFPE, agrega de tudo um pouco, sobretudo se compararmos com o corpo funcional de uma corporação privada. Somos físicos, ascensoristas, professores, médicos, jornalistas, secretárias, fisioterapeutas, arquitetos, arquivistas...e assim vai.

Nessa imensa teia, temos a predominância quantitativa de técnicos administrativos, com 3.826 servidores, e, em seguida, vêm os docentes, que somam 2.563 profissionais. Esse contingente conta, no caso dos técnicos e técnicas, com 130 doutores, 535 mestres e 2.583 profissionais de nível superior completo e, entre os professores e professoras, somam-se 2.268 doutores e 226 mestres. Na Universidade, há 992 servidores que ainda se mantêm na ativa, mesmo com tempo para se aposentar. Eles optam por continuar realizando suas atividades e contribuindo para o desenvolvimento da instituição.

Quanto à diversidade, a UFPE abriga servidoras e servidores de várias etnias, raças, gêneros e credos, bem como pessoas com deficiência. Essa diversidade, na opinião da professora e pró-reitora de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida (Progepe), Brunna Carvalho, “é fundamental para a garantia da universidade que sonhamos: plural, democrática, inclusiva e de excelência. Pois, para a excelência, é imprescindível que haja diversidade”.

Hoje (28), no Dia do Servidor, docentes e técnico administrativo contam suas experiências na Universidade e o que fazem em seus tempos livres.

CABEÇA ABERTA – Professora do Departamento de Energia Nuclear desde 1981, com atuação na pós-graduação, graduação, pesquisa e extensão como coordenadora do Museu de Ciências Nucleares e do Laboratório de Metrologia das Radiações Ionizantes, Helen Khoury tem a vida vinculada à UFPE. “Durante essa vivência, tive vários momentos de grandes alegrias como a inauguração do museu, que é um espaço para a difusão de ciência junto à sociedade, a conquista da acreditação pelo Inmetro do Laboratório de Metrologia das Radiações Ionizantes, além das conquistas de melhores trabalhos apresentados pelos alunos em vários congressos”, relembra ela.

Assumindo-se como “sempre com a cabeça aberta para aprender algo novo, estudando, interagindo com colegas e estudantes, enfim, mantendo o conhecimento atualizado”, a professora defende a importância de manter o equilíbrio entre trabalho, família e bem-estar mental. Por isso, em paralelo às pesquisas e aulas, faz vários artesanatos, toca órgão eletrônico e sempre reservou um tempo para a família e amigos. Khoury, que é natural de São Paulo, diz que veio ao Recife por ter se casado com um pernambucano, para passar dois anos, e cá está há 40 anos. “As coisas foram acontecendo”, tenta explicar.

Novatíssimo no quadro de servidores da UFPE, o assistente administrativo Paulo Nogueira entrou há dois meses na instituição e ainda não esqueceu o momento em que soube da sua aprovação no concurso público. “Quando percebi que tinha alcançado meu objetivo, foi um acontecimento que me deixou paralisado de tanta alegria e emoção. O filme da vida passada surge nesse exato momento, que mostra que a persistência e dedicação sempre lhe trarão retorno”, declara.

Paulo – que é natural do município de Aliança, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, e aproveita as folgas com a esposa para relaxar em pescarias, cinema e passeios pelo litoral – relata que “o tempo é curto para eu dizer que houve um caso memorável como servidor público, mas posso mencionar como marcante nesse período o desafio de entender a nova tecnologia de gestão adotada na UFPE, o Sistema Integrado de Gestão de Patrimônio, Administração e Contratos (Sipac)”. E completa: “O acolhimento aqui foi sensacional, principalmente no setor que estou à disposição, no qual fui recebido como amigo e não como servidor; isso ajudou bastante na minha adaptação, onde me sinto em casa.”

CIDADÃ – “Coleciono recordações de vários momentos que representam o compromisso assumido como servidor público, mas talvez o que me causou maior gratificação se deu em cerimônia de graduação de alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, quando o pai de uma das nossas alunas concluintes dirigiu-se a mim e agradeceu por termos formado uma cidadã, para além de uma profissional”, relembra o professor e pesquisador Luiz Amorim, que atua no Departamento de Arquitetura e Urbanismo, na graduação e pós-graduação, tendo ingressado na casa em 1986.

Luizinho, como todos o conhecem na Universidade, assume o compromisso na atividade docente com a pesquisa continuada associada ao ministério de disciplinas e orientação discente, que exige a atualização continuada na área de estudos a qual se dedica. No seu caso específico e recente, “a licença para capacitação e o estudo pós-doutoral constituíram-se como oportunidades de reciclagem e ampliação das redes de pesquisas no âmbito nacional e internacional”.

Antes de chegar à UFPE, Amorim acessou o serviço público por outra instituição, quando aprovado em concurso público para docente da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). “Era um jovem profissional em busca de oportunidades de trabalho na década de 1980, conhecida como a década perdida, daí o retorno ao Recife me levou a prestar um novo concurso público na UFPE e, tendo sido aluno daqui, a aprovação no concurso me trouxe a sensação de retorno ao lar”, destaca.

Data da última modificação: 29/10/2021, 16:47