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Exposição coletiva virtual celebra O Gráfico Amador com experimentação de tipografia

Projeto de extensão conta com obras de cinco artistas plásticos, cinco designers e dez estudantes de Design

A técnica de impressão tipográfica é o mote da exposição coletiva virtual “Experimentando tipos em homenagem a O Gráfico Amador”, que será lançada na sexta-feira (19), às 19h, no canal do YouTube do Laboratório de Práticas Gráficas (LPG) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Coordenada pelos professores Isabella Ribeiro Aragão e Silvio Barreto Campello, do Departamento de Design da Universidade, a mostra é um projeto de extensão que inclui obras de cinco artistas plásticos, cinco designers e dez estudantes de Design e conta com incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura). 

Além dos trabalhos produzidos, a exposição vai mostrar um vídeo da técnica tipográfica e o catálogo com os experimentos originais, publicado pela Editora UFPE. Durante o lançamento, o professor Flávio Weinstein Teixeira, do Departamento de História, irá falar da importância cultural d’O Gráfico Amador.

O LPG herdou o maquinário e os tipos em metal que foram de Aloísio Magalhães, Gastão de Holanda, Orlando da Costa Ferreira e José Laurenio de Melo, grupo conhecido como O Gráfico Amador (OGA). Era uma espécie de clube responsável por, na década de 1950, lançar obras de nomes como Hermilo Borba Filho, Ariano Suassuna e Osman Lins em formato de livretos, tirando proveito da imagem em diálogo com o texto. Reconhecido nacional e internacionalmente, o grupo se destacou pelo apuro gráfico e qualidade literária, lançando pequenas tiragens e se tornando um dos precursores das publicações independentes.

A professora Isabella explica que a tipografia é a primeira técnica de impressão em grande escala, que se manteve praticamente inalterada durante cerca de 400 anos e começou a cair em desuso na década de 1960, quando a técnica de offset se tornou preponderante na indústria. A tipografia passou a ser usada de forma mais experimental e artística a partir da década de 2000, uma vez que artistas plásticos e gráficos, além de designers, passaram a conhecer suas possibilidades. “A técnica permite variações na pressão que os tipos exercem sobre o papel, trazendo uma estética peculiar”, explica.

Foto: Divulgação

Maquinário usado pertenceu ao grupo O Gráfico Amador (OGA)

Para se apropriar do modo de fazer, os participantes passaram por uma “quase residência artística”, conforme diz a professora. Eles ficaram livres para experimentar com materiais e papéis diferentes, desde que usando o maquinário, seja ou não combinado com outras técnicas e linguagens artísticas. “Nossa homenagem foi no processo e não no tema”, afirma Isabella, que já realizou uma pesquisa anterior para catalogação dos tipos da Editora UFPE para se apropriar da técnica e aprender a executá-la. “Queremos despertar interesse nas novas gerações”, diz Silvio.

Os participantes da exposição coletiva virtual são Ana Kossoski, Camilo Maia, Clara Simas, Daniel Santiago, Edna Lucia Cunha Lima, Filipe Aca, Isabela Stampanoni, Jéssica Paiva, Juliana Dias, Larissa Constantino, Maria Júlia Rêgo, Maurício Castro, Mayra Melo, Phillippe Souza, Régi Silva, Renato Valle, Rinaldo Silva, Rosângela Vieira, Sofia L’amour e Vico Soares.

TIPOGRAFIA - O maquinário de OGA foi doado para a Escola de Belas Artes – onde Gastão de Holanda era professor – em 1962 e, depois de alguns anos recentes fora de uso, foi recuperado pelo projeto. “É um material com grande valor histórico para o Design Gráfico brasileiro”, afirma o professor Sílvio. “Toda uma geração foi formada nessa tradição”, completa. Um dos objetivos do projeto é justamente permitir o contato com a técnica, pois não há mais tantas oficinas tipográficas atuando em Pernambuco.

Mais informações
Experimentando Tipos

lpg.design@ufpe.br

Data da última modificação: 17/11/2021, 15:52