Notícias Notícias

Voltar

Equipe integrada por egressa do curso de Enfermagem vence competição internacional de sustentabilidade

Projeto ReClapp, protótipo de aplicativo com foco em reciclagem, conecta doadores a pessoas que reciclam e reutilizam materiais que seriam descartados no lixo

A enfermeira Beatriz Karoline Cordeiro da Silva, recém-formada no curso de Bacharelado de Enfermagem da UFPE (Campus Recife) e estudante do curso técnico em mecânica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), ganhou o 1º lugar, compartilhado com a estudante de Design Gráfico do Centro Universitário Internacional (Uninter) Fernanda Azevedo Cherini, na maratona de programação Hack Frost NL. A equipe, chamada PlsComeToBrazil e formada pelas duas estudantes, ganhou a competição com o projeto ReClapp, um protótipo de aplicativo que visa à sustentabilidade com foco nos 7Rs da reciclagem (repense, respeite, responsabilize-se, recuse, reduza, reaproveite e recicle). O prêmio corresponde a 3 mil dólares canadenses e airpods.

Hackathons são competições intensas em que times de programadores se reúnem, por horas, dias ou até semanas, em maratonas de desenvolvimento de projetos, resolução prática de problemas e geração de soluções em software ou hardware, dentre outras atividades. O Hack Frost NL, sediado no Canadá, é uma iniciativa da Memorial University of Newfoundland, conhecida também como MUN, instituição pública do país.

A maratona, que este ano focou em empreendedorismo e desenvolvimento sustentável, aconteceu de forma remota, de 18 a 20 de fevereiro, o que possibilitou a participação de pessoas de diversos lugares do mundo, a exemplo das duas estudantes, Fernanda, que é do Paraná e reside atualmente na Escócia, e Beatriz, que mora em Jaboatão dos Guararapes. Além da sustentabilidade, a competição abordou temas como economia, energia, acessibilidade alimentar, água limpa e acessível, assistência médica, conectividade e educação, esses dois últimos escolhidos como temas secundários para o projeto.

Para a criação do aplicativo, as estudantes se basearam em suas vivências no Brasil, onde consideram haver medidas voltadas à reciclagem, mas sem estímulos para seu impulsionamento. O ReClapp mantém, além da ênfase em reciclagem, uma relação com educação e conectividade e é desenvolvido em formato de rede social. O aplicativo ajuda as pessoas a reciclarem e aprenderem a reaproveitar diferentes materiais que seriam descartados no lixo.

“Nós desenvolvemos o ReClapp pensando na nossa própria realidade. A minha mãe, por exemplo, junta óleo de cozinha, mas nunca encontra a quem doar. O aplicativo foi criado para esse tipo de necessidade e para conectar pessoas que estejam doando a outras que procuram produtos que possam ser reciclados ou reutilizados, como garrafas, caixas de papelão etc. Ele também tem o objetivo de ensinar as pessoas a reciclarem e reutilizarem os materiais por conta própria. Usamos o princípio dos 7Rs da reciclagem na sua formulação, envolvendo-os em uma estrutura de rede social à qual você pode se conectar e ensinar pessoas tendo em vista os 7Rs”, descreve Beatriz Karoline.

Beatriz explica que hackathons exigem, ao menos, o Mínimo Produto Viável (MVP), que pode ser desde a ideia ou protótipo até o site ou aplicativo desenvolvido. O produto precisa ser apresentado no período definido na competição, que, no caso, foi um final de semana. “A ideia em si surgiu de forma bem fechada para nós já no primeiro dia, o que facilitou muito, pois sobrou tempo para focarmos nos detalhes. Logo em seguida, definimos a estrutura e como a desenvolveríamos. Então, depois de construir a estrutura geral, debatemos sobre alguns detalhes de melhoraria para o usuário. Quando terminamos, focamos na apresentação. O fuso horário foi um pouco complicado já que o do evento era um, o meu outro e o de Fernanda outro, mas tentamos ir nos encaixando da melhor forma”, conta.

Beatriz e Fernanda pretendem dar prosseguimento ao projeto e procuram parcerias com empresas e prefeituras que tenham interesse em patrocinar a ideia. “O ReClapp ainda é protótipo, por isso procuramos parcerias ou investimentos para seu desenvolvimento. Ele foi construído em alta fidelidade, por meio do Figma [editor gráfico de vetor e prototipagem], durante o final de semana do evento, pois é necessário entregar o projeto no final no tempo que o hackathon delimita”, explica a estudante e agora enfermeira.

Beatriz Karoline ingressou na UFPE em 2016.2 e decidiu, ao final da graduação, explorar a área de tecnologia mais voltada à tecnologia da saúde. Ela viu nos hackathons uma opção de ganhar conhecimento, desafiar-se e se aprimorar. Sua primeira maratona foi o Hacka Pride da UFPE, em que, junto a sua equipe, conseguiu o terceiro lugar com o projeto Viga. Após essa competição, conseguiu o 7º lugar no hackathon brasileiro Hackatona. Apesar de não ter fluência na língua inglesa, Beatriz decidiu se aventurar nos hackathons internacionais com a esperança de conseguir novas oportunidades e conhecimentos na área, além de se aperfeiçoar no idioma. Já participou de Hackathons dos Estados Unidos, Índia e Canadá.

O protótipo está disponível para visualização nas platyaformas DevPost e GitHub, onde podem ser acessados os links de visualização do próprio Figma e vídeo demonstrativo. A apresentação do projeto durante a competição pode ser conferida no canal do YouTube do Hackton Frost NL, em torno dos 52 minutos do vídeo. 

Mais informações
appreclapp@gmail.com
Beatriz Karoline
Linkedin 
Instagram @beatrizkc
Fernanda Cherini
Linkedin 
Instagram @fae.evini@eviniart

Data da última modificação: 17/03/2022, 18:09