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Cepe Editora lança nova coleção sobre a história de Pernambuco

Dos quatro livros, dois são de autoria de professores da UFPE

Da assessoria da Cepe

Serão lançados na próxima segunda-feira (20), às 19h, na Academia Pernambucana de Letras (APL), os títulos iniciais da Coleção IAHGP, novo projeto da Companhia Editora de Pernambuco realizado em parceria com o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Os quatro primeiros livros, que retratam um período relevante da nossa história, abordam questões sobre a participação do clero na revolução republicana de 1817, a escravidão no processo revolucionário e os principais personagens de revoltas nos séculos 18 e 19. São obras raras, há muito tempo esgotadas, e que agora ganham nova edição, sendo duas de autoria de professores da UFPE. O preço dos livros é: R$ 180,00 (combo com os quatro títulos), R$ 50,00 (cada título) e R$ 20,00 (e-book).

De acordo com o historiador George Cabral, professor do Departamento de História da UFPE, que faz a apresentação das obras, a coleção nasceu inspirada no contexto das comemorações pelo bicentenário da Revolução Pernambucana de 1817. Por essa razão, os primeiros livros mantêm ligação com a época. “Mas a ideia é agregar novos títulos da história de Pernambuco, com a produção clássica, textos mais recentes e documentos históricos”, declara ele, sócio do IAHGP.

“O lançamento destas quatro obras iniciais da Coleção IAHGP representa uma importante colaboração da Cepe para os estudos históricos em nosso estado pois estão sendo disponibilizadas duas obras de grandes historiadores sobre um momento crucial de nossa história e também dois documentos históricos que subsidiarão novos trabalhos e novas interpretações sobre o nosso passado”, afirma George Cabral.

Sobre os títulos

O Brasil Heroico em 1817 - Obra com exemplares hoje vendidos em leilões, foi publicada em 1918 dentro das celebrações do centenário da Revolução de 1817. Reúne artigos dispersos de Alípio Bandeira (1873-1939), que relata a história da insurreição de 1817, com capítulos dedicados a heróis e mártires. Natural de Mossoró (RN), o autor seguiu carreira militar e como inspetor do Serviço de Proteção aos Índios, atuou no Norte e Nordeste. Em livros e artigos, denunciou o genocídio dos povos indígenas impulsionado por governos e expedições militares.

Os Mártires Pernambucanos: vítimas da liberdade nas duas revoluções ensaiadas em 1710 e 1817 - Dicionário biográfico dos revolucionários de 1710 e 1817, o livro é assinado pelo padre português Joaquim Dias Martins. A primeira edição, de 1853, foi publicada por Felipe Lopes Neto, um dos líderes da Revolução de 1848 (Praieira). É uma obra considerada por historiadores como manual do pernambucano revolucionário e importante fonte de informação para a história do movimento de 1817, sobretudo pelo fato de o autor ter consultado fontes já desaparecidas.

Os Padres e a Teologia da Ilustração - A Revolução Pernambucana entrou para a história também conhecida como a Revolução dos Padres em razão do engajamento de religiosos das mais diversas ordens eclesiásticas e níveis hierárquicos. Fruto da tese de doutorado em História Social defendida em 1981 pelo historiador e professor Antônio Jorge Siqueira, docente aposentado da UFPE, o livro é um dos mais completos estudos sobre a participação do clero no movimento revolucionário, inclusive na luta armada. Cerca de 70 religiosos, segundo o autor, atuaram como soldados, comandantes de tropas e emissários, além de compor o governo provisório.

Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife (1822-1850) - Lançado originalmente pela Editora UFPE, em 1998, o livro, de autoria do professor Marcus Carvalho, do Departamento de História na Universidade Federal de Pernambuco, está dividido em três partes e traz uma análise profunda sobre a escravidão na primeira metade do século 19. O historiador apresenta o Recife da época, identifica os grandes traficantes de escravos que atuavam no comércio entre a África e Pernambuco e relata as formas de resistência dos escravizados. Para Marcus Carvalho, uma das grandes contribuições do livro é destacar o conceito de liberdade como sinônimo de pertencimento.

Data da última modificação: 15/03/2023, 15:19