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Inovações na extensão

Publicado no Jornal do Commercio, no dia 6 de julho de 2019

Por Anísio Brasileiro e Christina Nunes

A extensão é uma das atividades fim da educação superior, indissociável ao ensino e à pesquisa, como estabelece o artigo 207 da Constituição Federal. É por meio da extensão universitária que os estudantes vivenciam experiências de aprendizagens fora da sala de aula, tendo a oportunidade de interagir com outros setores da sociedade, atribuindo à formação uma dimensão mais humanizadora e cidadã, missão inegociável de uma universidade pública. Assim, a extensão favorece a construção de projetos pedagógicos voltados, sobretudo, à formação de sujeitos capazes de apreender as demandas da realidade, dialogando criticamente com os diversos atores.

A extensão demorou a ser reconhecida como processo formativo e, por décadas, sua realização se deu sob a perspectiva da transmissão vertical de conhecimento, numa visão redutora: de “quem sabe” para “quem não sabe”. Devemos a Paulo Freire, precursor da extensão universitária na UFPE, nos anos 1960, o redimensionamento conceitual dessa atividade, superando o enfoque da mera transmissão de conhecimentos gerados pela universidade, e propondo uma interação dialógica, baseada na troca de saberes com a sociedade.

Compreendemos como uma verdadeira inovação o estabelecimento da curricularização da extensão na UFPE, assegurando, no mínimo, 10% do total de créditos curriculares dos cursos de graduação em programas e projetos extensionistas. A UFPE reconhece a centralidade da extensão no processo de formação acadêmica e dá materialidade a um princípio legalmente instituído pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Nos últimos quatro anos, foram muitos os eventos na universidade para implantar a curricularização da extensão. E esse objetivo foi alcançado.

No entanto, muito se tem a construir, na perspectiva de fortalecer práticas acadêmicas realmente centradas no diálogo, no compartilhamento de percepções, saberes e experiências; capazes de unir a comunidade universitária a outros atores sociais. Nessa direção, a realização de iniciativas integradas fortalece a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão e a interação cada vez mais necessária entre a universidade e a sociedade.

Anísio Brasileiro é reitor e Christina Nunes, pró-reitora de Extensão e Cultura da UFPE

Data da última modificação: 09/07/2019, 12:45

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