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Conheça o Projeto de Extensão que auxilia no desenvolvimento da coordenação motora fina de crianças no Coque

Professora Sandra Melo na sala de aula do Projeto Crescer

Idealizado pela professora Sandra Melo, chefe do Departamento de Expressão Gráfica da UFPE, o projeto "A Expressão Gráfica como Auxílio no Desenvolvimento da Coordenação Motora Fina na Alfabetização de Crianças em Situação de Risco do Coque" surgiu com o objetivo de desenvolver nos alunos um olhar sensível para as várias situações da vida humana e para possibilitar a criação de trabalhos em que a expressão gráfica se torne útil para a sociedade.

A ação tomou forma a partir da vivência de Sandra Melo com o Projeto Crescer, iniciativa social da Igreja Batista da Rua Imperial em parceria com a Fundação Compassion. A ligação da professora com a comunidade do Coque acarretou na escolha da região como local de atuação do projeto de extensão. A partir daí, a professora Israelita Ribeiro, profissional locada na igreja para desenvolver atividades de alfabetização e educação das crianças, passou a integrar a equipe extensionista.

Diante da participação das professoras Israelita e Sandra, o projeto, que carrega a forte característica da interdisciplinaridade desde a sua concepção, mostra-se delegado por mulheres atuantes em diversas áreas do saber. A sua base, por exemplo, foi construída sobre os princípios do ensino trabalhados na disciplina eletiva Metodologia da Alfabetização, ministrada pela professora Andrea Tereza Brito, do Centro de Educação (CE).

De acordo com Sandra Melo, a união ocorreu porque o processo da alfabetização não é comum ao profissional de expressão gráfica. "Através dessa disciplina eletiva, a gente pôde ter outro olhar voltado para a parte cognitiva. Na expressão gráfica, muitas vezes nós prezamos pelos movimentos, como o desenho de uma letra, mas não é só isso. Eu preciso dar um significado, eu preciso fazer com que essa criança associe todas essas coisas à sonoridade de uma letra, que estará presente numa palavra ou numa sílaba. A partir disso, ela irá assimilar o sistema da escrita, que não é simplesmente um código”, explicou.

Foi preciso muito trabalho para desenvolver atividades que atendessem às demandas das crianças do Coque. Os alunos de expressão gráfica envolvidos no projeto vivenciaram a sala de aula de Israelita Ribeiro duas vezes por semana, ouvindo as professoras e crianças, criando diagnósticos e atentando às ações que poderiam ser realizadas no local. A partir desta troca, foi diagnosticada a necessidade de exercícios que trabalhassem a área matemática e, nesse contexto, os alunos da disciplina de Modelos Didáticos e Sustentabilidade, ministrada pela professora Thyana Galvão, do Departamento de Expressão Gráfica, entraram no projeto. Responsáveis por desenvolverem dinâmicas que tratem de temas como a soma, os algarismos e as figuras geométricas, os estudantes da disciplina agora seguem na segunda fase do projeto para aplicar os jogos na comunidade.


Crianças envolvidas no projeto

Nesse contexto, as professoras Sandra, Andrea, Thyana e seus alunos formaram uma grande equipe multidisciplinar que passou a atuar no Coque como projeto de Extensão ligado à Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROExC), atendendo à comunidade, especialmente às crianças de três a cinco anos. As ações do grupo possibilitaram o diagnóstico de outros problemas entre os pequenos, como a necessidade de atividades que trabalhassem a coordenação motora conjuntamente com outros aspectos: cognitivos, sociais e afetivos. Por conseguinte, novas atividades que trabalhassem a autoestima, respeito ao próximo e higiene foram criadas em conjunto com a professora Israelita Ribeiro.

As ações desenvolvidas na comunidade possibilitaram a elaboração do TCC de uma das universitárias envolvidas, Gabriele Monteiro. A aluna foi responsável pelo desenvolvimento dos jogos educativos sobre a higiene e notou que o projeto possibilitou a aplicação da expressão gráfica em outras áreas do conhecimento. “Se não fosse essas disciplinas e também o projeto de extensão, eu não iria nem imaginar a importância da relação da expressão gráfica na coordenação motora e, consequentemente, na alfabetização também, já que desenvolve habilidades essenciais para o processo de aprendizado dessas crianças”, revela a aluna.

Este ano, a atuação do projeto continua. Além dos jogos que serão levados para o Coque, haverá uma formação com a professora Israelita e os voluntários que assessoram a ação. A  expectativa é inserir outros alunos da UFPE para criar uma equipe ainda mais diversa e pronta para auxiliar a população.


Mais informações
Chefe do Departamento de Expressão Gráfica - Sandra Melo
sandra@ufpe.br