(Foto: Maria Luyza Souza / PROExC- UFPE)

Jovens das ZEIS do Recife participando de oficina do Juventudes, Direitos e Cidade

Com a proposta de formar adolescentes em situação de vulnerabilidade social, e capacitá-los para atuar na defesa do direito à cidade e da política urbana, o projeto de extensão Juventudes, Direitos e Cidade, têm transformado a vida de vários jovens. O grupo, que é formado por moradores de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), da cidade do Recife, participa em conjunto com os mediadores do projeto de extensão, de diversas ações, oficinas e palestras que lhes dão voz, empoderam e os deixam motivados a lutar para transformar a realidade social em que vivem.

A iniciativa, que tem a coordenação da docente Valéria Nepomuceno, do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco, foi desenvolvida em parceria com o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social – CENDHEC (com o Programa Direito à Cidade), e a Fundação Roberto Marinho/Canal Futura (Projeto Maleta Juventudes). De acordo com a professora Valéria Nepomuceno, o projeto é baseado no tripé formação, participação e ação, que considera o potencial disseminador de conhecimentos dos adolescentes e jovens, e estima a capacidade de protagonismo nas ações de defesa do seus direitos à cidade e da política urbana.

“O projeto tem duas preocupações: proporcionar uma formação qualificada dos jovens nos conteúdos que dizem respeito à juventude, a cidade e a política urbana, mas também fazer com que eles tenham uma visão mais crítica da realidade em que eles vivenciam nas suas comunidades. E a partir da elaboração de diagnósticos realizados por eles mesmos sobre suas comunidades, eles possam ser estimulados a interferir nessa realidade de forma a transformá-la”, destacou a docente”.

As atividades no projeto debatem sobre o contexto social e político brasileiro atual, que tem vivenciado uma série de problemáticas, reforçadas também pela insuficiência de capacidade crítica da população. Para garantir o enfrentamento as diversas investidas de propostas conservadoras, especialmente aquelas que visam o retrocesso na garantia dos direitos sociais e na implementação da política urbana, ações de conscientização, empoderamento e auto afirmação são realizadas com os jovens a fim de desenvolver capacidades e estimular o senso crítico.

(Foto: Simone Germano / PROExC - UFPE)

Da esquerda para a direita: Beatriz Côrrea, a coordenadora Valéria Nepomuceno e Rayana Albuquerque
 

O projeto é uma oportunidade também para os alunos do curso de Serviço Social, colocarem em prática suas habilidades profissionais e ter vivências em grupo que repercutem também na sua vida pessoal. Como é o caso da estudante Rayana Albuquerque, que destacou os ganhos após participar da iniciativa. “É muito importante porque a gente se aproxima da realidade dos jovens e identifica traços em comum com a nossa. Eu por exemplo, moro na comunidade de Brasília Teimosa, que é uma ZEIS, então vai ser muito importante discutir sobre a política urbana, sobre coisas que dizem respeito à minha realidade também. Além disso a gente se aproxima da pesquisa, que é importante para nossa atuação “, pontuou.

O Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (CENDHEC), também tem papel decisivo para que o projeto consiga de fato ter efetividade nas suas ações. O parceiro dispõe de educadores sociais, para mediar as oficinas. Em seu primeiro dia de participação nas atividades do projeto, o educador social, Léo Machado, contou a importância da troca de conhecimentos e experiências com os jovens. “Acho salutar o CENDHEC, junto com a UFPE, promover entre jovens de três importantes periferias do Recife essa troca geracional e entender os fenômenos que envolvem a cidade e o desenvolvimento urbano, que não passa só pelo debate do urbano-clássico (moradia, saneamento, transporte público). Passa também pela juventude, pelo acesso aos espaços de participação, fruição e desenvolvimento dos jovens na cidade. Poder desenvolver atividades educativas e de multiplicação de conhecimentos com a juventude é sempre muito energizante”, destacou.

Os conteúdos aprendidos e estudados nos oficinas, passam a reverberar no cotidiano dos jovens e os estimula a transformar a vida da sua comunidade. "Muita gente fala que não temos poder para fazer as coisas mudarem, então esses encontros motivam, nós jovens, a procurarmos fazer o melhor não só para a gente, mas para os jovens do futuro. Cada vez mais que debatemos esas temáticas, cresce na gente a vontade de fazer alguma coisa mudar", pontuou a estudante Ana Karolina, moradora de uma ZEIS e aluna do projeto.

Confira o vídeo especial, feito pela equipe PROExC, para entender melhor como funciona o projeto de extensão Juventudes, Direitos e Cidade e as ações promovidas por ele.

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