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Memorial de Medicina é revitalizado e traz novas perspectivas de uso do espaço

Foto da fachada do Memorial de Medicina (Imagem: Google)

 

O Memorial de Medicina de Pernambuco, prédio de beleza singular da arquitetura neocolonial, criado pelo italiano Giacomo Palumbo, teve sua construção iniciada em 1925 e concluída em abril de 1927, quando foi inaugurado. Sua obra tem a grandiosidade de sua história que possibilita ao visitante regressar a tempos mais antigos, através dos seus vitrais que simbolizam a arte da Medicina e da Farmácia e esculturas do século anterior.

Os primeiros passos de sua trajetória têm origem no século XIX, com a inauguração do Hospital Militar no Convento do Carmo, após a Revolução de 1817, ano em que José Eustáquio Gomes iniciou a criação de uma escola de cirurgia. Tal iniciativa deu origem à posterior formação da Faculdade de Medicina do Recife, que funcionou no prédio da Faculdade de Farmácia, localizada na Rua do Sebo, hoje Barão de São Borja, no ano de 1920, fundada pelo médico e professor Octávio de Freitas.

A Faculdade de Medicina funcionou no prédio desde a sua inauguração, em 1927, até o ano de 1958, quando foi transferida para o Campus Universitário da UFPE. Considerado um importante patrimônio material e cultural de Pernambuco, o Memorial foi tombado pela Fundarpe em 1984.

 

Exposição "Memorial 20 anos: Patrimônio da Medicina em Pernambuco", em 2016

 

Após a integração da Faculdade de Medicina à Universidade Federal de Pernambuco, o prédio teve sua missão requalificada para ser um Memorial, e em 1995 passou a ser vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc), pela sua aderência identitária à memória, educação, cultura, construção de conhecimento e integração social, tornando-se um espaço de natureza da extensão e da cultura.

Ao longo dos anos, sob a gestão de professores e profissionais da área da Medicina, o Memorial vem abrigando em suas instalações instituições da área da educação, cultura, memória e letras.

 

Exposição "#MarginalRecife"

 

Buscando manter sua tradição na área da memória, mas ampliar sua aproximação com a área acadêmica em atividades inovadoras que preservem sua vocação cultural, o Memorial desde 2018 firmou parceria com o Departamento de Antropologia e Museologia/Curso de Bacharelado em Museologia para Campo de Estágio Curricular com atuação na Salvaguarda da coleção de retratos fotográficos de médicos e acadêmicos, acompanhado pela museóloga Maria Cristina de Freitas Gomes. Esta ação foi desdobrada na Implantação do Projeto de extensão “Inventário Museológico do Museu da Medicina de Pernambuco – MMP: Revisão e Atualização”, realizado no período de 02 de abril a 31 de dezembro de 2018. O trabalho inventariou 1925 itens que tratam de acervos de ordem museológica, arquivística e bibliográfica.

Ainda em 2018, teve início a Rede de Museus, com o objetivo de habilitar e reconhecer institucionalmente os museus, coleções científicas visitáveis e galerias de arte da UFPE, denominados de MCVGA, que contará com um espaço físico no Memorial de Medicina para coordenar, articular e apoiar as atividades e projetos dos MGVGA registrados na PROExC. A Rede de Museus, tem vinculação ao organograma da Diretoria de Cultura e é coordenada pelo Prof. Bruno Araujo, do Departamento de Antropologia e Museologia (DAM).

A parceria continua em 2019, com o DAM e o LACER - Laboratório de Conservação e Restauração do Curso de Museologia/UFPE na Conservação da Coleção de Retratos Fotográficos de médicos-professores da Faculdade de Medicina do Recife, iniciado durante o estágio curricular 2019.1 do Curso de Museologia da UFPE, sob o acompanhamento do coordenador da Rede de Museus, Prof. Bruno Araújo e pela museóloga Maria Cristina de Freitas Gomes, professor-orientador e supervisora do estágio, respectivamente.

O Memorial da Medicina, por ser um patrimônio histórico tombado, e de realização de exposições, cursos, simpósios e conferências; acervo de fotos e livros raros disponíveis para pesquisas e visitação pública, requer serviços constantes de manutenção e recuperação predial; o que nem sempre é possível, considerando o cenário refratário a gastos públicos.

No entanto, 2018, além do reposicionamento das atividades em interação com a área acadêmica, também foi um ano dedicado à estruturação e recuperação das instalações físicas do Memorial. Sob a coordenação do prof. Marcelo Valença e gestão de infraestrutura da servidora Wilma da Silva Branco, com o apoio da Administração Central da UFPE, SINFRA e da PROPLAN foram realizados serviços de conserto de todo telhado do imóvel; recuperação e revitalização do antigo piso de taco do Salão Nobre; recuperação da parte elétrica; aquisição de aparelhos de ar condicionado, dentre outros, de modo a atender melhor e com segurança ao corpo funcional e ao público visitante.   

O entorno do Memorial está, também, passando por reformas e projetos. Um deles é o Parque Capibaribe, projeto da Prefeitura do Recife em parceria com a UFPE, que visa integrar espaços em torno do rio e simplificar o deslocamento na cidade através de transportes fluviais e outros. A Praça Octávio de Freitas situada em frente ao Memorial de Medicina foi recentemente revitalizada e reinaugurada no último dia 29 de maio pelo prefeito Geraldo Júlio. A UFPE contou com a presença da Pró-reitora de Extensão e Cultura Christina Nunes, representando o reitor Anísio Brasileiro, do Coordenador do Memorial, Prof. Marcelo Valença e do professor Roberto Montezuma, Coordenador do Projeto Parque Capibaribe.

 

Reinauguração da Praça Octávio de Freitas, em 29 de maio de 2019

 

A Praça Octávio de Freitas, tombada como Jardim Histórico pelo Iphan, em 2015 e que conta com um belo paisagismo do arquiteto Roberto Burle Marx, foi assim nomeada em homenagem ao professor fundador da Faculdade de Medicina do Recife, que foi um dos mais importantes precursores da medicina em Pernambuco.  

 

Data da última modificação: 28/06/2019, 11:12