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Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 9 em 2022

“O PLUTON PARNAMIRIM, PE: fonte, processos ígneos, construção do batólito e deformação”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 9 em 2022

 

Aluno(a): Charles Henrique Fernandes Sales das Neves

 

Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Valderez Pinto Ferreira

 

Coorientador(a): Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial (UFPE) e Prof. Dr. Sérgio Pacheco Neves

Alcides Nóbrega Sial (UFPE)

 

Título da pré-tese: “O PLUTON PARNAMIRIM, PE: fonte, processos ígneos, construção do batólito e deformação”

 

Data: 29/07/2022

 

Horário: 9h

 

Local: videoconferência através do Google https://meet.google.com/uat-zagt-awx

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial (Coorientador)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Lauro Cézar Montefalco de Lira Santos (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Anelise Losangela Bertotti (PPGEOC/CTG/UFPE)

4.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Maria de Lourdes da Silva Rosa (UFS)

5.º Examinador(a): Prof. Dr. Luís Gustavo Ferreira Viegas (UnB)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Ignez de Pinho Guimarães (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Herbet Conceição (UFS)

 

Resumo:

 

A produção de magmas graníticos a partir da fusão parcial de rochas crustais e o seu respectivo transporte para níveis mais rasos da crosta é considerado o principal mecanismo de diferenciação crustal. A relação estreita de muitas dessas rochas com zonas de cisalhamento pode contribuir para um melhor entendimento de como a deformação é particionada na crosta. O pluton granítico Parnamirim (PP) representa uma típica fusão crustal em pulsos, localizada na Sub-província Central da Província Borborema, nordeste do Brasil. O PP intrude o Complexo Salgueiro, de forma verticalizada, apresentando uma forma alongada ENE-WSW, aproximadamente en cornue, intrusivo entre as zonas de cisalhamento Pernambuco (a sul) e Parnamirim (a oeste). A deformação varia ao longo do pluton, sendo observadas foliações magmáticas que progridem para foliações S-C à medida que se aproxima das zonas de cisalhamento. Essa variação é marcada nas microestruturas de alta temperatura (migração de limite de grão à redução de área), que aumentam o stress à medida que se aproximam das zonas de cisalhamento (presença de fitas de quartzo). As foliações magnéticas no PP são de direção ENE-WSW, com inclinação moderada a verticalizada, e as lineações mergulham preferencialmente para SW e NE, com ângulo baixo. O corpo possui uma forma dominante achatada (oblata) e mostra elevado grau de anisotropia. O PP é composto de sienogranito a monzogranito peraluminoso, carregando biotita e muscovita primárias, além de uma ampla gama de minerais acessórios (alanita, monazita, apatita, ilmenita, magnetita, zircão e rutilo). A presença eventual de magnetita implica em aumento considerável de suscetibilidade magnética, que varia de 0,04 a 3,6 mSI. O PP tem A/CNK > 1,1; teor de SiO2 de 68,13 a 74,18% em peso; álcalis totais acima de 8,24; correlações quase lineares com tendências negativas para a maioria dos elementos principais e traços; baixas razões Rb/Sr (< 2); enriquecido em LREE e LILE; razão LaN/YbN elevadas; anomalias negativas de Eu (pequenas a quase ausentes); e anomalias negativas em Nb, Sr, P, Ti e Ta. Os valores de eNd(0,6Ga) variam de -23 a -20; 87Sr/86Sr(0,6 Ga) de 0,7107 a 0,7165; TDM(Nd) de 2,7 a 2,0Ga. Os padrões de ETR, multielementares e as concentrações isotópicas de Nd-Sr são semelhantes aos de rochas do embasamento Arqueano a Paleoproterozóico, localizados próximo ao PP (possíveis fontes). As variações mineralógicas e químicas observadas podem ser explicadas por uma evolução relacionada à fusão parcial; processos de diferenciação não desempenharam um papel importante na formação do PP. É possível que a construção do PP tenha resultado da adição sucessiva de pulsos de magma, gerados a partir de uma fonte heterogênea. A fusão ocorreu por aumento gradual da temperatura (765 a 870ºC), causando quebra de muscovita e biotita, possivelmente em ausência de fluidos. A intrusão dos pulsos se deu em nível crustal médio (<3,5kbar), com os primeiros alojados entre 590 e 600Ma. O PP registra um longo período de adição de pulsos e resfriamento (~50Ma) associado à atividade prolongada de alta temperatura das zonas de cisalhamento. Os resultados ressaltam o papel fundamental desempenhado pelas rochas geradoras e processos envolvidos na produção do magma, responsáveis pelas principais características mineralógicas, químicas e isotópicas de plutons graníticos, e efeito da canalização de pulsos de magma por zonas de cisalhamento, promovendo atividade prolongada das mesmas.

 

Palavras-chave: fusão crustal; multiplos pulsos de magma; gênese e alojamento de granitos; geocronologia de plutons graníticos