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Defesa de Tese de Doutorado n.º 7 em 2019

“SEDIMENTAÇÃO HOLOCÊNICA NA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DO COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE (PE)”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Tese de Doutorado n.º 7 em 2019

 

Aluno(a): Thaís de Santana Oliveira

 

Orientador(a): Prof. Dr. Roberto Lima Barcellos

 

Coorientador(a): Prof. Dr. Christian Joshua Sanders (NMSC-Southern Cross University, Austrália)

 

Título: “SEDIMENTAÇÃO HOLOCÊNICA NA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DO COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE (PE)”

 

Data: 29/07/2019

 

Horário: 9h

 

Local: Sala de Projeções do Departamento de Geologia (sala 522), localizada no 5.º (quinto) andar do edifício escolar do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Roberto Lima Barcellos (Orientador)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Valdir do Amaral Vaz Manso (PPGEOC/UFPE)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (PPGEOC/UFPE)

4.º Examinador(a): Prof. Dr. Antônio Vicente Ferreira Junior (UFPE)

5.º Examinador(a): Prof. Dr. Diego de Arruda Xavier (MPEG/MCTI)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. José Antonio Barbosa (PPGEOC/UFPE)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Manuel de Jesus Flores Montes (UFPE)

 

Resumo:

 

O presente trabalho teve como objetivo analisar a sedimentação atual e recente no sistema costeiro de Suape identificando possíveis associações relacionadas a mudanças antrópicas ocorridas com a instalação do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS). Foram coletadas amostras superficiais (julho de 2016 e março de 2017) e dois testemunhos no baixo estuário do Rio Massangana (T2 e T3 em agosto e novembro de 2015, com 82 e 114 cm respectivamente). Foram analisadas a taxa de sedimentação (210Pb) e os conteúdos de carbono orgânico, nitrogênio total, razão C/N, razões isotópicas (delta)13C, (delta)15N, matéria orgânica total, carbonato de cálcio (CaCO3), e análises granulométricas. A normalização do Al foi utilizada para inferir os valores de fundo, e para identificar influências antrópicas, o fator de contaminação (FC), fator de enriquecimento (FE) e o índice de geoacumulação (Igeo) e índice de risco ecológico potencial (IREP) foram calculados. Nos sedimentos superficiais há o predomínio de sedimentos arenosos e uma distribuição espacial marcada onde é possível identificar as áreas preferenciais de deposição de sedimentos finos com os maiores teores orgânicos no canal de acesso portuário interno; amostras com baixo conteúdo orgânico na baía de Suape e no Rio Massangana; e as amostras mais enriquecidas de CaCO3 na plataforma interna adjacente. Os altos teores orgânicos podem indicar baixa dinâmica em geral, assim como a existência de uma contribuição local permanente e considerável de material orgânico (natural e antropogênico) que fica aprisionado nos sedimentos estuarinos. Os resultados dos metais seguem a mesma tendência que a deposição dos sedimentos finos. O IREP foi classificado como baixo, podendo indicar que os sedimentos do sistema estuarino de Suape não se apresentam poluídos para os elementos níquel, chumbo e zinco. As taxas médias de sedimentação para os testemunhos foram de 1.37 e 0.73cmy-1 para T2 e T3, respectivamente. O T2 foi dividido em três grupos sedimentares com características diferentes a partir da análise de agrupamento. O primeiro (1956-1973) corresponde ao período anterior à modificação antropogênica significativa do sistema, dominado por fontes continentais de sedimentos. O segundo grupo (1976-1986) reflete a instalação do CIPS, a intensificação da monocultura da cana-de-açúcar na bacia e o aumento das fontes de sedimentos marinhos devido às mudanças morfológicas no estuário. O último grupo (1986-2015) é intermediária entre as fases 1 e 2 em termos dos parâmetros medidos, refletindo o uso crescente da terra, mas não tão intenso quanto o período de instalação portuária. Os valores de fundo mostraram concentrações para Mn de 101.8, para Ni de 5.7, para Zn de 24.4, para Ga de 8.3, para Pb de 14.5, para Sr de 41.9, para Ti de 2744.6, para Mg de 4581, para V 14.9 (todos em mg/kg) e para Fe de 1%. Houve um aumento das concentrações de metais durante o estabelecimento do Porto de Suape. Porém, os registros históricos não refletem claramente a influência antrópica no sistema estuarino, que apresenta baixos valores de FC, FE e Igeo. O resultado desta pesquisa confirmou que os fatores naturais e os principais eventos antrópicos registram efetivamente suas assinaturas sedimentológicas e geoquímicas, que são interpretáveis através de registros sedimentares. No geral, este estudo revela uma mudança em fontes de sedimentos como resultado do crescente desenvolvimento nesta região do Brasil e reflete um fenômeno global de estuários modificados.

 

Palavras-chave: Sedimentação estuarina; Matéria orgânica; Metais pesados; Risco ecológico; Taxa de sedimentação; Valor de referência.