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Defesa de Tese de Doutorado n.º 3 em 2021

“PETROLOGIA DOS GRANITOS E SIENITOS POTÁSSICOS A ULTRAPOTÁSSICOS NO BATÓLITO ÁGUAS BELAS-CANINDÉ, DOMÍNIO PERNAMBUCO-ALAGOAS, PROVÍNCIA BORBOREMA”

 

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Tese de Doutorado n.º 3 em 2021

 

Aluno(a): Douglas José Silva Farias

 

Orientador(a): Prof. Dr. Adejardo Francisco da Silva Filho

 

Coorientador(a): Prof.ª Dr.ª Ignez de Pinho Guimarães (UFPE)

 

Título: “PETROLOGIA DOS GRANITOS E SIENITOS POTÁSSICOS A ULTRAPOTÁSSICOS NO BATÓLITO ÁGUAS BELAS-CANINDÉ, DOMÍNIO PERNAMBUCO-ALAGOAS, PROVÍNCIA BORBOREMA”

 

Data: 08/03/2021

 

Horário: 14h30min

 

Local: videoconferência através do Google Meet.

Link da transmissão ao público: http://meet.google.com/wwh-stxs-vrh

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Adejardo Francisco da Silva Filho (Orientador)

2.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Valderez Pinto Ferreira (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. Herbet Conceição (UFS)

4.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Maria de Lourdes da Silva Rosa (UFS)

5.º Examinador(a): Prof. Dr. Elton Luiz Dantas (UnB)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Gorki Mariano (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Dr.ª Maria de Fátima Lyra de Brito (CPRM)

 

Resumo:

 

Os plutons Poço Salgado (PPS) e Mata Grande (PMG) estão localizados no Domínio Pernambuco-Alagoas da Província Borborema, a leste da Bacia do Jatobá no Batólito Águas Belas-Canindé. Os plutons possuem forma alongada na direção WSW-ENE, parcialmente concordantes com a estruturação a fase D3 de deformação regional, que é dominada por falhas e zonas de cisalhamento com direção NE-SW. Os plutons foram delimitados a partir de produtos gerados com dados aerogamaespectrométricos onde os PPS e PMG são caracterizados respectivamente por tonalidades amarelo-avermelhado e ciano-esbranquiçado em composições ternárias de K-eTh-eU, refletindo a dominância da composição sienítica destas rochas. O PPS foi intrudido em regime transicional entre dúctil-rúptil e rúptil, sendo constituído por 02 fácies petrográficas: (1) sienogranito leucocráticos com biotita e/ou anfibólio, textura equigranular e granulação média cortada por (2) Qtz-sienito a qtz-alcali feldspato sienito leucocrático, de granulação média a grossa, textura equigranular a porfirítica, contendo proporções modais variadas de biotita (Fe# = 0,44), anfibólio (hastingsita a edenita) e piroxênio (dominantemente diopsidio). Enclaves máficos de formas, composições, grau de hibridização e tamanhos variados, diques máficos sinplutônicos e xenólitos das rochas encaixantes ocorrem em ambas as facies. O PMG compreende 02 fácies: (1) monzogranito a sienogranito leucocraticos, textura equigranular média com biotita e por vezes anfibólio (Mg-Fe hornblenda, edenita e actnolita) e piroxênio (diopsidio ± augita). (2) sienito a qtz-sienito mesocráticos com biotita (Fe#=0,34) e anfibólio (Fe-winchita), e textura inequigranular média a grossa. Enclaves máficos com diferentes formas e tamanhos e diques sinplutônicos são observados na fácies 1. Geobarômetro utilizando Al total em hornblenda para as rochas do PPS sugere cristalização em condições de pressão variando de 4,77 a 3,88kbar. Temperaturas variando de 675°C a 650°C (temperatura dos solidus) foram obtidas utilizando o geotermômetro anfibólio-plagioclásio, enquanto temperaturas mais elevadas (932°C a 869°C) obtidas utilizando saturação em zircão foram interpretadas como a temperatura dos liquidus. Dados de ETR em zircões de uma amostra do Pluton Poço Salgado mostrou padrões caracterizados por baixas razões ETRL/ETRP e anomalias positivas de Ce e anomalias levemente negativas de Eu, sendo similares aos padrões de zircões com idades de 635Ma descritos na literatura para o Pluton Serra do Catu. Um único grão de zircão analisado mostrou padrão horizontalizado, sendo semelhante ao padrão de zircões com 605Ma do Pluton Serra do Catú. Dados U-Pb em zircão mostram que os granitoides do PMG (612 ± 7Ma) são mais jovens que os granitoides do PPS (625 ± 1 Ma). Os granitoides do PMG mostram valores de Fe#(FeOt/FeOt+MgO) levemente mais elevados (0,61-0,85) comparados aos valores dos granitoides do PPS (0,57-0,76). Os padrões de ETR dos granitoides do PPS são caracterizados por razões CeN/YbN variando de 14 a 25 e medias a fracas anomalias negativas de Eu (Eu/Eu*= 0,68-0,96). Os padrões dos enclaves máficos, mostram razões CeN/YbN variadas, refletindo os processos de mistura de magmas. Os padrões de ETR dos granitoides do PMG são caracterizados por razões CeN/YbN variando de 14 a 21 e anomalias negativas de Eu pouco pronunciadas (Eu/Eu*= 0,80-0,89). Os diagramas multielementares dos plutons estudados normalizados em relação aos valores do condrito são caracterizados por anomalias negativas de Nb, Ta, P e Ti. Adicionalmente, os padrões dos granitoides do PMG, apresentam depressões em Ba e Sr. Os dados geoquímicos sugerem que os granitoides do PPS podem ser classificados como granitoides de alto Ba-Sr ou granitoides shoshoníticos mostrando uma tendencia para granitos tipo-A, enquanto os dados geoquímicos do PMG, sugerem um magma shoshonítico mais evoluído, com envolvimento de fracionamento de feldspatos e ou biotita. Dados Sm-Nd da literatura mostram assinaturas isotópicas distintas para o PPS (TDM =1,45 - 1,43Ga e eNd(0,6Ga) variando de -4,7 a -4,0) e PMG (TDM = 2,04Ga e eNd(0,6Ga) = -9.3). Uma amostra do PPS reporta idade modelo TDM mais jovem (1,27Ga) e eNd(0,6Ga) = -2. Dados isotópicos de Lu-Hf para os granitoides do PPS, obtidos nesta pesquisa, corroboram os dados de Nd, com idade modelo TDM variando de 1,45 a 1,54 Ga e valores de eHf entre -3,99 a -5,93. Dados isotópicos dos granitoides do PPS sugerem ausência de homegeinização isotópica e participação de material juvenil na fonte, enquanto a assinatura do PMG sugere origem por fusão de crosta inferior ou litosfera paleoproterozóica sem significante participação de material juvenil. Os dados isotópicos do PPS são semelhantes aos descritos na literatura para os granitoides do Pluton Serra do Catú, contato sul do PPS. A integração e interpretação dos dados sugerem uma origem dos granitoides do PPS, PMG e Pluton Serra do Catu associado a processo de slab-breakoff da placa subductada entre o Craton São Francisco e o Domínio Pernambuco Alagoa. A tendência geoquímica para granitos tipo - A observada no PPS, associada a ausência de foliação de baixo ângulo, sugere uma origem associada a sítios extensionais da colisão.

 

Palavras-chave: Granitos; Sienitos; Shoshonitos; Alto Ba-Sr; Geocronologia U-Pb; Isótopos Sm-Nd e Lu-Hf; Suíte Intrusiva Serra do Catu; Batólito Águas Belas-Canindé; Domínio Pernambuco-Alagoas; Orogênese Brasiliana