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Defesa de Tese de Doutorado n.º 3 em 2020
“DIAGNÓSTICO GEOQUÍMICO HISTÓRICO E RECENTE DO RIO BEBERIBE, ESTADO DE PERNAMBUCO”
Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE
Defesa de Tese de Doutorado n.º 3 em 2020
Aluno(a): Gilberto Nascimento de Arruda
Orientador(a): Prof. Dr. João Adauto de Souza Neto
Coorientador(a): Prof. Dr. Elvis Joacir de França (CRCN/CNEN)
Título: “DIAGNÓSTICO GEOQUÍMICO HISTÓRICO E RECENTE DO RIO BEBERIBE, ESTADO DE PERNAMBUCO”
Data: 07/02/2020
Horário: 9h
Local: Sala de Projeções do Departamento de Geologia (sala 522), localizada no 5.º (quinto) andar do edifício escolar do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco
Banca Examinadora:
Titulares:
1.º Examinador(a): Prof. Dr. Elvis Joacir de França (Coorientador)
2.º Examinador(a): Prof. Dr. Mário Ferreira de Lima Filho (PPGEOC/CTG/UFPE)
3.º Examinador(a): Prof. Dr. Valdir do Amaral Vaz Manso (PPGEOC/CTG/UFPE)
4.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Rochana Campos de Andrade Lima Santos (UFAL)
5.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Vivianne Lúcia Bormann de Souza (CRCN/CNEN)
Suplentes:
1.º Examinador(a): Prof. Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (PPGEOC/CTG/UFPE)
2.º Examinador(a): Prof. Dr. Wanilson Luiz Silva (UNICAMP)
Resumo:
As águas do Rio Beberibe são utilizadas para abastecimento público das cidades de Recife e Olinda desde o século XIX. Após 1970, observou-se um crescente número de assentamentos precários no médio e baixo curso do rio, contribuindo para o aumento de resíduos domésticos e, consequentemente, contaminação das águas. Além disso, na Bacia Hidrográfica, existiram dois curtumes (fonte potencial de Cr), uma indústria têxtil (Ti e Pb) e uma cervejaria (fonte potencial de Cr e Cu) em seus efluentes. Atualmente, ocorrem fontes metalúrgicas (contribuem com Ni e Cr) e indústrias plásticas (utilizam compostos de Cd como pigmentos), assim como fontes antropogênicas atmosféricas de Cd e Zn, característica dos grandes centros urbanos, um lixão, instalado dentro de uma antiga cava de extração de fosfato (fonte geogênica de Zn e diversos elementos químicos), que foi utilizado para a fabricação de fertilizantes até 1970. Considerando a pressão antropogênica, este trabalho tem como objetivo realizar o diagnóstico geoquímico recente e histórico a partir de análises químicas de sedimentos de fundo (perfil e superficial) do Rio Beberibe. Para isso, foram coletadas dezoito amostras de sedimento de fundo superficial, em estações espacialmente representativas (14 amostras no Rio Beberibe e 4 amostras nos principais tributários). Após secagem, moagem e lixiviação com ácido clorídrico, Al, As, Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn foram determinados por Espectrometria de Absorção Atômica - AAS. Para a geocronologia e histórico de impactos, foram coletados três testemunhos (perfis) distribuídos ao longo do Rio Beberibe. As concentrações de atividade de Pb-210 foram obtidas em amostras preparadas radioquimicamente e analisadas pela técnica do Contador Proporcional de Fluxo Gasoso. As taxas de sedimentação foram estimadas a partir do método CRS. Os elementos químicos Al, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn também foram determinados nas amostras por EDXRF para a obtenção dos teores totais. Nos sedimentos superficiais, as concentrações máximas prontamente disponíveis (lixívia) obtidas para os metais Cd, Cu e Pb foram 3,8mg/kg, 84mg/kg e 57mg/kg, respectivamente, que ultrapassaram os respectivos limites estabelecidos por agências ambientais internacionais. Os sedimentos superficiais estudados apresentaram concentrações de Cd, Cu e Pb consideradas tóxicas, com possível efeito adverso às comunidades biológicas. Zinco foi considerado um dos mais problemáticos elementos químicos, já que suas concentrações ultrapassaram os limites ERM e PEL, já ocasionando efeitos tóxicos sobre a comunidade aquática. Todavia, de maneira geral, o Rio Beberibe apresentou sedimentos enriquecidos na maioria dos elementos químicos estudados, sendo o mais impactado quando comparado aos demais rios litorâneos (Beberibe > Botafogo > Timbó). Especificamente no baixo Beberibe, encontrou-se uma concentração de Zn anômala de 363mg/kg na profundidade de 33-36cm do testemunho, para qual se obteve idade de 114 anos (ano de 1904), indicando que o aporte de Zn provavelmente já existia à época (fonte antropogênica). Com o diagnóstico geoquímico histórico e recente realizado, medidas mitigadoras podem ser realizadas pelos órgãos competentes com relação a identificação das fontes poluidoras, o tratamento dos resíduos e a orientação para população local, de modo a melhorar as condições sanitárias do Rio Beberibe.
Palavras-chave: Sedimentos; Geocronologia; Metais Tóxicos; Geoquímica; Rio Beberibe.