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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 7 em 2019

“DEFORMAÇÃO E PROPRIEDADES FÍSICAS DO MANTO SOB O CRÁTON SÃO FRANCISCO”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 7 em 2019

 

Aluno(a): Priscila Rezende Fernandes

 

Orientador(a): Prof. Dr. Sérgio Pacheco Neves

 

Coorientador(a): Prof.ª Dr.ª Andréa Tommasi

 

Título: “DEFORMAÇÃO E PROPRIEDADES FÍSICAS DO MANTO SOB O CRÁTON SÃO FRANCISCO”

 

Data: 05/08/2019

 

Horário: 10h

 

Local: Sala de Projeções do Departamento de Geologia (sala 522), localizada no 5.º (quinto) andar do edifício escolar do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Sérgio Pacheco Neves (Orientador)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Marcos Egydio da Silva (USP)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. Luís Gustavo Ferreira Viegas (UnB)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial (PPGEOC/UFPE)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Felix Nannini (UFU)

 

Resumo:

 

Este estudo teve como objetivo determinar se o manto litosférico da borda sudoeste do Cráton São Francisco possui características típicas de raízes cratônicas e o extensivo magmatismo alcalino que afetou a região no cretáceo (Província Ígnea do Alto Paranaíba) o afetou. Foram estudadas a geoquímica de elementos maiores, a termobarometria, as microestruturas e as orientações cristalográficas preferenciais de 30 xenólitos mantélicos de 3 pipes kimberlíticos diferentes. Os granada peridotitos, que amostram o manto litosférico (>90km de profundidade) ocorrem apenas no kimberlito Canastra01. Eles apresentam uma textura porfiroclástica fina, caracterizada por porfiroclastos de ortopiroxênio, clinopiroxênio, granada e olivina. A matriz é constituída por neoblastos muito finos de olivina. A olivina apresenta orientação cristalográfica preferencial (OCP) com padrões ortorrômbicos a axial-[100], de intensidade muito fraca devido à recristalização extensiva. Os ortopiroxênios, embora raros, possuem padrão consistente com a olivina. Com base na associação de grãos muito finos recristalizados e nas altas temperaturas de equilíbrio (>1200°C), nós interpretamos que a recristalização é devido a deformação associada aos estágios iniciais de extração do magma kimberlítico, na base da raiz cratônica, de forma que a deformação anterior é preservada apenas parcialmente nos porfiroclastos. Os espinélio peridotitos dos kimberlitos Indaiá1 e Limeira1 amostram porções mais rasas do manto litosférico. Eles possuem microestruturas que variam de porfiroclásticas grossas a granoblásticas. Os espinélio peridotitos granoblásticos possuem evidências de annealing extensivo, como a baixa misorientação intragranular (não há extinção ondulante e poucos subgrãos espaçados) e as formas poligonais da olivina. Os ortopiroxênios possuem formas irregulares, mas poligonais. Os clinopiroxênios geralmente possuem granulação mais fina e forma de grãos mais irregulares e limites de grãos mais sinuosos que os ortopiroxênios. A flogopita é rara, indicando pouca influência do metassomatismo. Os peridotitos porfiroclásticos são caracterizados por formas irregulares, bordas de grãos sinuosas e forte misorientação intracristalina, tanto na olivina quanto nos piroxênios. A flogopita em geral ocorre como mineral acessório, indicando uma forte atuação do metassomatismo. O OCP das olivinas nos espinélio peridotitos é mais fortes que nos granada peridotitos. Os padrões ortorrômbicos predominam, embora algumas amostras possuam OCP da olivina com tendência aos padrões axial-[010] ou axial-[100]. A maior parte dos espinélio peridotitos granoblásticos apresentam OCP do ortopiroxênio consistente com OCP da olivina, indicando uma história de deformação comum. Já metade dos espínélio peridotitos porfiroclásticos possuem OCP do ortopiroxênio aleatória, sugerindo adição posterior dos piroxênios (refertilização) após o principal episódio deformacional. A partir dos dados microstruturais e das composições ricas em Mg da olivina e piroxênios, nós interpretamos que os espinélio peridotitos representam uma raiz cratônica parcialmente modificada pela percolação do fundido reativo no cretáceo, mas que a maior parte do OCP formada no amalgamento do Cráton São Francisco se manteve preservada.

 

Palavras-chave: -