Notícias Notícias

Voltar

Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 3 em 2022

“CORRELAÇÕES BIOESTRATIGRÁFICAS E FACIOLÓGICAS DA FASE PÓS-RIFTE DAS BACIAS DE ARARIPE, TUCANO NORTE E JATOBÁ, NORDESTE DO BRASIL”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 3 em 2022

 

Aluno(a): Juliana Guzmán González

 

Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Enelise Katia Piovesan

 

Coorientador(a): Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial (UFPE) e Prof. Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (UFPE)

 

Título da pré-tese: “CORRELAÇÕES BIOESTRATIGRÁFICAS E FACIOLÓGICAS DA FASE PÓS-RIFTE DAS BACIAS DE ARARIPE, TUCANO NORTE E JATOBÁ, NORDESTE DO BRASIL”

 

Data: 21/03/2022

 

Horário: 14h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: http://meet.google.com/uzp-ecew-jfw

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Enelise Katia Piovesan (Orientadora)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. José Antonio Barbosa (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. João Carlos Coimbra (UFRGS)

4.º Examinador(a): Prof. Dr. Gerson Fauth (UNISINOS)

5.º Examinador(a): Prof. Dr. Cristianini Trescastro Bergue (UFRGS)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Claus Fallgatter (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Maria Inês Feijó Ramos (MPEG/MCTI)

 

Resumo:

 

As bacias mesozoicas interiores de Araripe, Tucano Norte e Jatobá representam um ramo do Rifte Sul-Atlântico abortado no Eoaptiano. A fase pós-rifte, correspondente ao Andar Local Alagoas, Biozona Ostracoda RT-011 (=Aptiano), é registrada na Bacia do Araripe pelo Grupo Santana, que é constituído de base para topo pelas formações Barbalha, Crato, Ipubi e Romualdo. Nas bacias de Tucano Norte e Jatobá, a Formação Marizal é correlata à Formação Barbalha e, com exceção da Formação Ipubi, as demais unidades litoestratigráficas do Grupo Santana são registradas. Seis testemunhos de sondagem, além de quinze afloramentos foram litologicamente caracterizados e amostrados da sequência pós-rifte das três bacias estudadas. Mais de 100.000 espécimes de ostracodes e foraminíferos foram recuperados ao longo da sequência pós-rifte, permitindo o detalhamento bioestratigráfico da Biozona RT-011 e a reinterpretação paleoambiental do Grupo Santana da Bacia do Araripe e unidades correlatas nas bacias de Tucano Norte e Jatobá, formações Marizal, Crato e Romualdo. Vinte e cinco táxons de ostracodes foram identificados, incluindo cinco novas espécies, e a partir destes e das ocorrências de foraminíferos foi possível estabelecer três associações faunísticas. A Associação 1, caracterizada pela presença de Candonopsis alagoensis e Pattersoncypris cucurves sp. nov. em associação a P. micropapillosa, Damonella grandiensis e foraminíferos bentônicos aglutinantes dos gêneros Simobaculites/Ammobaculites da fácies de folhelhos ricos em matéria orgânica das Camadas Batateira/Amargosa da Formação Barbalha/Marizal, é interpretada como o registro de um ambiente estuarino confinado alimentado por deltas de cabeceira. A Associação 2 de fácies de ritmitos calcário-argilito e folhelhos intercalados da Formação Crato, apresenta alta diversidade de microfósseis carbonáticos, com abundância de espécimes de Damonella grandiensis e Pattersoncypris micropapillosa. Associadas a estas são registrados os táxons Damonella pumila sp. nov., Brasacypris subovatum, Zonocypris sp. 1, Zonocypris sp. 2, foraminíferos bentônicos e ostracodes tipicamente flúvio-lacustres, como Ilyocypris coimbrai sp. nov., Neuquenocypris berthoui, Neuquenocypris sp. 1, Rhinocypris spinata sp. nov., Theriosynoecum silvai, Theriosynoecum sp. 1, Cypridea araripensis, Alicenula martinsi e Timiriasevia ? sp. 1, que permitem inferir o ambiente deposicional da Formação Crato como uma baía semiconfinada, com registro de estágios de maior influência fluvial e de deposição dominada pela maré. A Associação 3 corresponde à fauna recuperada da fácies de folhelhos intercalados entre lentes de evaporito da Formação Ipubi e de fácies de calcários, margas e folhelhos da Formação Romualdo das bacias de Araripe e Jatobá. A espécie Pattersoncypris crepata representa um marcador bioestratigráfico, ocorrendo associada a P. alta, Pattersoncypris krommelbeinsis sp. nov., P. symmetrica, Theriosynoecum colini, foraminíferos planctônicos como Hedbergella infracretacea, Hedbergella aptiana e Microhedbergella miniglobularis, além de foraminíferos bentônicos, sugerindo que a deposição das formações Ipubi e Romualdo ocorreu em um mar epicontinental tipo seaway. A recuperação de foraminíferos planctônicos em folhelhos intercalados aos evaporitos podem indicar que a Formação Ipubi corresponde a ramos de mar isolados do corpo principal durante o Neoaptiano.

 

Palavras-chave: Aptiano. Andar Alagoas. Nordeste do Brasil. Ostracodes. Foraminíferos. Ambiente Transicional.