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Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 14 em 2018

“DISPERSÃO E MOBILIDADE DE RADIONUCLÍDEOS NO AQUÍFERO BEBERIBE (OLINDA – PE) E SUAS CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Exame de Qualificação ao Doutorado n.º 7 em 2018

 

Aluno(a): Ana Claudia de Paiva

 

Orientador(a): Prof. Dr. João Adauto de Souza Neto

 

Coorientador(a): Prof. Dr. Elvis Joacir De França (CRCN/CNEN)

 

Título da pré-tese: “DISPERSÃO E MOBILIDADE DE RADIONUCLÍDEOS NO AQUÍFERO BEBERIBE (OLINDA – PE) E SUAS CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS”

 

Data: 04/10/2018

 

Horário: 15h

 

Local: Sala de Projeções do Departamento de Geologia (sala 522), localizada no 5.º (quinto) andar do edifício escolar do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. João Adauto de Souza Neto (Orientador)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Elvis Joacir De França (Coorientador)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. José Geilson Alves Demétrio (PPGEOC/UFPE)

4.º Examinador(a): Prof. Dr. Mário Ferreira de Lima Filho (PPGEOC/UFPE)

5.º Examinador(a): Prof. Dr. Germano Melo Júnior (UFRN)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Lúcia Maria Mafra Valença (UFPE)

2.º Examinador(a): Prof.ª Dr.ª Maria Helena Bezerra Maia de Hollanda (USP)

 

Resumo:

 

A porção do Aquífero Beberibe localizado no município de Olinda está inserida na Bacia Sedimentar Paraíba, definida como uma sequência de sedimentação clástica e química de idade do Cretáceo ao Neógeno, composta, da base para o topo, pelas as formações Beberibe (arenitos), Itamaracá (arenitos calcíferos), Gramame (calcários), Maria Farinha (calcários e margas) e Barreiras (arenitos e argilitos). Capeando a Formação Itamaracá, ocorre uma camada de fosforito uranífero com 9,5m de espessura máxima, contendo níveis elevados de 238U, 232Th, 226Ra, 228Ra e 222Rn. Como os recursos hídricos do Aquífero Beberibe são utilizados para abastecimento público, é plausível a exposição da população a níveis mais elevados desses radionuclídeos naturais, que podem constituir estes fosforitos que ocorrem acima do aquífero em questão. Assim, o objetivo deste trabalho foi estabelecer a potabilidade radiológica das águas do Aquífero Beberibe utilizadas para abastecimento público, determinando-se as concentrações de atividade de 238U, 232Th, 226Ra e 228Ra. Além do 222Rn. Razão entre isótopos de Sr será empregada para rastrear a origem do Ca presente nas águas e identificar a fonte dos radionuclídeos nessas águas. As amostras de água subterrânea foram coletadas em 20 poços, operados pela COMPESA (Companhia Pernambucana de Saneamento), estrategicamente selecionados para representar espacialmente o aquífero estudado. Após preparação química, as concentrações de 238U, 232Th nas amostras de água foram determinadas por Espectrometria de Massa com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS). Para U, os valores variaram de 0,36µg/L a 1,80µg/L, estando abaixo do valor máximo permitido pela Portaria n.º 2.914 do Ministério da Saúde (30,00µg/L), enquanto que as concentrações de Th atingiram 0,02µg/L. Ao coprecipitar rádio (sulfato de bário), as amostras de água de poços foram analisadas pela técnica do Detector Proporcional de Fluxo Gasoso, cujos resultados variaram de 0,06 a 0,17Bq/L para 226Ra (emissor alfa) e 0,08 a 0,25Bq/L para 228Ra (emissor beta). Esses isótopos de rádio são os principais responsáveis pelas atividades alfa e beta totais consideradas na Portaria n.º 2.914 do Ministério da Saúde. Todavia, os valores máximos encontrados foram inferiores aos limites permissíveis de 0,5Bq/L (alfa total) e 1,0Bq/L (beta total), respectivamente. A quantificação de 222Rn foi determinada por meio da Cintilação Líquida de Ultra-Baixa Radiação de Fundo. Diferentemente dos demais radionuclídeos investigados, as concentrações de 222Rn variaram de 2,4Bq/L a 29Bq/L, e sete amostras apresentaram concentrações acima do nível máximo de 11Bq/L recomendado pela US EPA (United States Environmental Protection Agency). Contudo, vale destacar que as águas dos poços estudados, antes de serem destinadas ao público, percorrem grandes distâncias, favorecendo à liberação de gás radioativo nas tubulações, além de diluições durante esse transporte para valores abaixo do limite da US EPA. Isto suscita a necessidade de medidas futuras dos níveis desse radionuclídeos diretamente na água que chega à residência dos consumidores. Encontram-se em fase de execução as determinações de radionuclídeos nas amostras de rochas (fosforita e calcários (Formação Gramame), consideradas potenciais fontes dos mesmos, assim como as análises da razão isotópica 87Sr/86Sr em amostras destas rochas (fosforitos e calcários) e de águas (subterrânea e água do mar), visando-se traçar a fonte do Sr e Ca, e assim dos radionuclídeos investigados, uma vez que os mesmos derivam do U que se associa ao Ca nas potencias fontes consideradas para a área (apatita dos fosforitos, calcário e água do mar).

 

Palavras-chave: Radionuclídeos; razão isotópica 87Sr/86Sr; águas subterrâneas; Olinda.