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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 5 em 2020

“INTERPRETAÇÕES SEDIMENTARES E GEOQUÍMICAS DA FORMAÇÃO NEOPROTEROZÓICA JACARECICA (CINTURÃO SERGIPANO, NE BRASIL)”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 5 em 2020

 

Aluno(a): Rolando Esteban Clavijo Arcos

 

Orientador(a): Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial

 

Coorientador(a): Prof.ª Dr.ª Valderez Pinto Ferreira

 

Título: “INTERPRETAÇÕES SEDIMENTARES E GEOQUÍMICAS DA FORMAÇÃO NEOPROTEROZÓICA JACARECICA (CINTURÃO SERGIPANO, NE BRASIL)”

 

Data: 10/08/2020

 

Horário: 9h

 

Local: http://stream.meet.google.com/stream/a585e313-e78f-4016-8bee-f6deeeb3f4fb

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial (Orientador)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. José Antonio Barbosa (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. Cláudio Riccomini (USP)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Aroldo Misi (UFBA)

 

Resumo:

 

As etapas glaciais Neoproterozóicas e a formação das nascentes plataformais de carbonato no marco da Terra Bola de Neve têm sido amplamente consideradas como alguns dos eventos paleoclimáticos mais severos que aconteceram em Gondwanaland. Evidências geológicas desses eventos dramáticos incluem unidades ou depósitos sobrepostos por sequências de capa carbonática influenciados por atividade glacial. No entanto, a configuração deposicional desses diamictitos é ainda controversamente discutida. Neste estudo, procura-se reconstruir o ambiente e configuração deposicional da unidade de diamictito da Formação Jacarecica, de idade criogeniana (Sturtiana), realizando: 1) Reconhecimento microsedimentológico de estruturas deformacionais sobre 12 lâminas delgadas a diferentes alturas estratigráficas junto com observações sedimentológicas em escala de afloramento e 2) Caracterização geoquímica e mineralógica mediante difração de raios-X e fluorescência de Raios-X em 21 amostras desta formação. A unidade consiste dum diamictito rico em argilas majoritariamente maciço com dropstones gnáissicos e de quartzitos junto com clastos rotacionados tamanho calho (disposições elipsoidais dos grãos) e horizontes de arenitos dobrados, o qual indica condições de deformação dúctil durante as etapas hidratadas deposicionais mais recentes. O reconhecimento escasso de horizontes de clastos imbricados pode sugerir episódios de resedimentação de curta duração. Mais chamativamente é a presença de clastos falhados e aplanados com marcas de abrasão os quais indicam que condições de deformação rúptil aconteceram durante o transporte sedimentar. Análises petrográficas revelaram uma composição mineralógica principalmente de quartzo, plagioclásios como anortita e albita, e feldspato potássico como microclina. Numa seção, uma capa discreta preenchida por dolomita tipo saddle foi identificada, a qual talvez poderia sugerir uma fase de substituição tardia do material original por fluidos hidrotermais. Em geral, todas as seções indicaram uma fábrica plásmica escassamente desenvolvida (material de argila altamente birrefringente) junto com estruturas de desidratação, e sutis ou inexistentes anéis de argila/limo rodeando grãos esqueléticos. Isto sugere que fases sedimentares hidratadas foram sujeitas a esforços compressivos que expulsaram materiais de argila e areia durante as etapas pós-deposicionais. Por outra parte, a presença comum de estruturas de galáxia e estruturas de pescoço junto com clastos brechados de quartzo mostrando arranjos de tipo "jig-saw" e fragmentos de rochas com formas de olho lenticular poderia indicar que condições de deformação subglacial prevaleceram durante a transportação das fontes sedimentares. Análise de difração de raios-X revelou uma composição dominante de quartzo e óxidos na forma de pirita e browneite. Os valores de Índice de Alteração Química (CIA) oscilaram entre ~ 52 a 57% indicando fontes de proveniência escassamente intemperizadas. Um diagrama binário de log (SiO2/Al2O3) vs. log (Fe2O3/K2O) colocou a maioria das amostras no campo de arcósios e algum deles no campo de arenitos líticos sugerindo que o material sedimentar da unidade derivou de fontes graníticas de composição ácida a intermediária. Portanto, a combinação de análises de microestruturas e observações de campo desafiam o conceito duma origem deposicional subaquoso. No lugar, condições sindeposicionais de estresse transitório alto, condições efetivas de pressão da água de poro, deformação focalizada, mas intensa, e episódios de desidratação, bem como evidências não penetrantes de estruturas de esforço sugere que a Formação Jacarecica parece ser um diamictito deformado subglacialmente cujos sedimentos teriam sido transportados e deformados por dinâmicas subglaciais e, subsequentemente, foram depositados como

 

Palavras-chave: Neoproterozóico; Geoquímica; Petrografia; Diamictito; Sedimentos Periglaciais; Estruturas Glaciais.