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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 4 em 2023

“ANÁLISES MORFOLÓGICAS E FILOGENÉTICAS DE UM ESPÉCIME DE PTEROSSAURO DA FORMAÇÃO CRATO (BACIA DO ARARIPE)”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 4 em 2023

 

Aluno(a): Lenita da Silva Barbosa

 

Orientador(a): Dr.ª Juliana Manso Sayão

 

Coorientador(a): Dr. Renan Alfredo Machado Bantim (URCA)

 

Título: “ANÁLISES MORFOLÓGICAS E FILOGENÉTICAS DE UM ESPÉCIME DE PTEROSSAURO DA FORMAÇÃO CRATO (BACIA DO ARARIPE)”

 

Data: 15/03/2023

 

Horário: 14h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/rof-hwgw-jtz

 

 

Banca Examinadora:

 

Presidente:

 

Dr.ª Juliana Manso Sayão (Orientadora)

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Dr.ª Flaviana Jorge de Lima (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Dr. Gustavo Ribeiro de Oliveira (PPGEOC/CTG/UFPE)

3.º Examinador(a): Dr. Rafael César Lima Pedroso de Andrade (URCA)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Dr. Antônio Álamo Feitosa Saraiva (URCA)

2.º Examinador(a): Dr.ª Enelise Katia Piovesan (PPGEOC/CTG/UFPE)

 

Resumo:

 

Os pterossauros são répteis voadores, com posicionamento filogenético disputado entre uma proposta mais conservadora que os considera arcossauros, grupo irmão dos dinossauros, e outra mais recente que os posiciona como o grupo irmão de Lagerpetidae, formando um grupo menos inclusivo denominado Pterosauromorpha. Fósseis de pterosauros são encontrados frequentemente em rochas Eocretáceas da Bacia do Araripe, localizada no Nordeste do Brasil, com destaque para as Formações Crato e Romualdo que apresentam assembleias fossilíferas com excelente preservação. Aproximadamente 30 espécies de pterossauros já foram descritas na Bacia do Araripe, sendo as ocorrências de maior destaque aquelas dos clados Anhagueridae e Tapejaridae. Neste trabalho, é descrito um exemplar de pterossauro depositado na coleção de vertebrados do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (MPSC R- 932), preservado em calcários micríticos laminados da Formação Crato. O espécime, um esqueleto parcial articulado, é composto por elementos do esqueleto axial, cintura pélvica, membros anteriores e posteriores (representados por uma asa incompleta, perna e pé), além da preservação de tecido mole. MPSC R- 932 foi fotografado, descrito, medido e comparado com outros espécimes já descritos na literatura. Para a realização da análise filogenética, os dados morfológicos obtidos foram inseridos em uma matriz já existente, proposta por Holgado et al. (2019), contendo 55 táxons e 144 caracteres. MPSC R-932 difere dos Anhangueridae por apresentar fusão do púbis com o ísquio, sem a presença de aberturas entre estes ossos, característica exclusiva do grupo. Assemelha-se com a condição geral apresentada por Pteranodon que também forma uma placa ísquio-pubiática bem desenvolvida, difere deste, no entanto, por não apresentar um pequeno forâmen na intercessão do púbis com o ísquio. Os Anhangueridae geralmente apresentam uma configuração óssea onde os membros posteriores são mais curtos diferente dos Tapejaroidea que são alongados. Observou-se que MPSC R-932 presenta o comprimento da tíbia maior do que o do fêmur (correspondendo a 68%), outra característica dos Tapejaroidea, com posicionamento incerto dentro desse grupo. Um grupo intimamente ligado aos Tapejaridea é os Azhdarchidae, são considerados o grupo mais variado dentre os pterossauros e apresentam como característica marcante a uma hipertrofia nos membros anteriores e hipotrofia nos posteriores, diferente dos Anhanguerídeos. As tíbias alongadas, as medidas dos membros posteriores em conformodidade com outros exemplares descritos na literatura, nos permite inferir que o espécime aqui descrito, trata-se de um Tapejarídeo. Além de colaborar com estudos que afirmam que a taxa de crescimento ósseo desse grupo seja semelhante, pois  as medidas dos ossos longos dos Tapejarídeos são bem parecidas.  Exames dos estagios de sutura realizados em um espécime de Anhangueridae da Formação Crato, mostraram que a fusão de alguns ossos como da tíbia e dos tarsais proximais, são indicativos de ontogenia tardia, com base em sua morfologia óssea o espécime MPSC R-932 apresenta o tibiotarso formado, indicando portanto que trata-se de um animal em estado ontogenético adulto.

 

Palavras-chave: Pterossauro; Crato; Morfologia; Filogenia