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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 2 em 2023
"ARCABOUÇO CRUSTAL E CONDIÇÕES P-T DO METAMORFISMO NO TERRENO ALTO PAJEÚ, NE DO BRASIL: implicações para a evolução neoproterozoica da Província Borborema"
Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE
Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 2 em 2023
Aluno(a): Armando Lucas Souza de Oliveira
Orientador(a): Prof. Dr. Lauro Cézar Montefalco de Lira Santos
Coorientador(a): Prof.ª Dr.ª Mahyra Ferreira Tedeschi (UFMG)
Título: “ARCABOUÇO CRUSTAL E CONDIÇÕES P-T DO METAMORFISMO NO TERRENO ALTO PAJEÚ, NE DO BRASIL: implicações para a evolução neoproterozoica da Província Borborema”
Data: 10/02/2023
Horário: 9h
Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/ygs-xaad-smc
Banca Examinadora:
Presidente:
Prof. Dr. Lauro Cézar Montefalco de Lira Santos (Orientador)
Titulares:
1.º Examinador(a): Prof. Dr. Leonardo Eustáquio da Silva Gonçalves (UFOP)
2.º Examinador(a): Prof. Dr. Rafael Gonçalves da Motta (UFRN)
3.º Examinador(a): Dr. Vladimir Cruz de Medeiros (CPRM)
Suplentes:
1.º Examinador(a): Prof. Dr. Haroldo Monteiro Lima (UFPE)
2.º Examinador(a): Prof. Dr. Ignez de Pinho Guimarães (PPGEOC/CTG/UFPE)
Resumo:
A Província Borborema, NE do Brasil, é um segmento crustal neoproterozoico que exibe padrões complexos de deformação, metamorfismo e magmatismo. Seu desenvolvimento está relacionado ao ciclo orogênico Brasiliano/Pan-Africano, no contexto da construção de Gondwana Ocidental. Esta pesquisa objetiva elucidar a evolução estrutural e metamórfica do terreno Alto Pajeú, subprovíncia Transversal, estabelecendo suas implicações tectônicas para a configuração da Província Borborema. Combina análise geofísica-estrutural a um estudo petrológico de detalhe, para caracterização do arcabouço crustal do terreno e das condições do metamorfismo de rochas básicas em seu interior. O terreno Alto Pajeú é recortado por zonas de cisalhamento transcorrentes que correspondem a lineamentos geofísicos de primeira ordem. Foliações miloníticas de alto ângulo expressam feições de segunda ordem, associadas, em campo, a lineações de estiramento mineral sub-horizontais. Indicadores cinemáticos atribuem sentido de movimento sinistral e dextral, respectivamente, para estruturas de direção NE e E. Contrastes geofísicos significativos são verificados entre este terreno e domínios adjacentes, separados por grandes zonas de cisalhamento. Uma foliação reliquiar de ângulo baixo relacionada a empurrões é reconhecida em escala de afloramento. A tectônica transcorrente caracteriza o estágio tardio do ciclo Brasiliano na região (ca. 575Ma), sucedendo uma fase contracional de idade mal definida. A petrologia de granada anfibolitos no complexo São Caetano revela pelo menos dois estágios de metamorfismo. A rocha é porfiroblástica, com cristais de granada sub-centimétricos imersos em matriz de granulação fina a média. A paragênese M1 (granada-hornblenda-plagioclásio-epidoto-biotita-ilmenita-titanita-rutilo-quartzo) marca o pico de pressão, enquanto a assembleia M2 (sem rutilo) se desenvolveu sob um grande intervalo de condições P-T (em geral mais amenas). Domínios de desestabilização dos porfiroblastos são ocupados por agregados de biotita, epidoto, plagioclásio, anfibólio, quartzo e ilmenita. A zonação química da granada é evidente em mapas composicionais e análises pontuais por microssonda eletrônica: núcleos ricos em Mn e bordas com teor de Fe relativamente mais altos refletem crescimento em múltiplos estágios. Análises litogeoquímicas indicam composição basáltica para o protólito, com padrões de distribuição de elementos traço e terras raras semelhantes aos de basaltos de ilha oceânica. Sua origem é atribuída a magmatismo intraplaca, implicando em uma fase extensional pré-Brasiliano. Estimativas termobarométricas obtidas através de métodos convencionais, modelagem de equilíbrio de fases (sistema MnNCKFMASHTO) e geobarometria elástica indicam ápice de pressão a 11kbar, ca. 600-640°C, durante formação da assembleia M1; seguido pelo pico de temperatura a ca. 650°C, 7,5-9,5kbar, no campo de estabilidade da paragênese M2. Caracterizam metamorfismo de pressão moderada e alta temperatura (MP/HT). Se constrói uma trajetória P-T de sentido horário, interpretada como registro de processos orogênicos de acreção a colisão continental: o pico de pressão reflete espessamento crustal, a que se segue uma tendência de descompressão sub-isotérmica (colapso e exumação do orógeno). Em conjunto, os dados discutidos nesse trabalho atestam o caráter polifásico do ciclo Brasiliano nessa região de Gondwana Ocidental. Seu estágio inicial é marcado por tectônica contracional, em contexto orogênico acrescionário-a-colisional. É seguido pela instalação do regime transcorrente de larga escala, que se relaciona à dispersão/escape lateral da Província Borborema ao final do Brasiliano.
Palavras-chave: integração geofísica-estrutural; metamorfismo de rochas básicas; geotermobarometria; trajetória P-T horária; evolução crustal; ciclo orogênico Brasiliano