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Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 11 em 2019

“QUIMIOESTRATIGRAFIA ISOTÓPICA DE CARBONO E OXIGÊNIO BASEADA EM FORAMINÍFEROS E OSTRACODES DA TRANSIÇÃO MAASTRICHTIANO-DANIANO DO POÇO ITAMARACÁ, BACIA DA PARAÍBA”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Dissertação de Mestrado n.º 11 em 2019

 

Aluno(a): Paulo Ricardo Riedel

 

Orientador(a): Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial

 

Coorientador(a): Prof.ª Dr.ª Enelise Katia Piovesan (UFPE)

 

Título: “QUIMIOESTRATIGRAFIA ISOTÓPICA DE CARBONO E OXIGÊNIO BASEADA EM FORAMINÍFEROS E OSTRACODES DA TRANSIÇÃO MAASTRICHTIANO-DANIANO DO POÇO ITAMARACÁ, BACIA DA PARAÍBA”

 

Data: 09/08/2019

 

Horário: 14h

 

Local: Sala de Reunião do PPGEOC/CTG/UFPE (sala 326), localizada no 3.º (terceiro) andar do edifício escolar do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco

 

Banca Examinadora:

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Alcides Nóbrega Sial (Orientador)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. José Antonio Barbosa (PPGEOC/UFPE)

3.º Examinador(a): Prof. Dr. Natan Silva Pereira (UNEB)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Prof. Dr. Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann (PPGEOC/UFPE)

2.º Examinador(a): Prof. Dr. Cláudio Riccomini (USP)

 

Resumo:

 

As hipóteses mais discutidas atualmente sobre os possíveis agentes responsáveis pela extinção ocorrida no final do Cretáceo são (I) impacto(s) por asteroide(s); (II) derrames basálticos relacionados a atividade da Grande Província Ígnea do Deccan, na Índia (Deccan Traps); e (III) uma combinação destes fatores. A porção emersa da Bacia da Paraíba, localizada no extremo Leste brasileiro, é famosa por seu conteúdo fossilífero e por registrar, até o momento, a sequência mais completa da passagem Cretáceo–Paleógeno (K-Pg) no Brasil, tornando-a um local importante para a investigação das causas do evento de extinção em massa que marca esta passagem. Para este trabalho foram realizadas análises isotópicas de Carbono e Oxigênio em carapaças de foraminíferos e ostracodes recuperadas do testemunho de sondagem do poço 1IT-03-PE, localizado no município de Itamaracá, entre as profundidades de 60,29 e 34,91 metros. As espécies que melhor se adequaram às características de abundância, coexistência com outras espécies a serem analisadas no mesmo nível estratigráfico e bons sinais de preservação foram Cytherella ovoidea, Cytherella piacabucuensis e Paracosta recifensis, para o grupo dos ostracodes, e Guembelitria cretacea e Rugoglobigerina rugosa, para o grupo dos foraminíferos. Os valores de (delta)13C e (delta)18O foram determinados em um espectrômetro de massas de razão isotópica modelo Finnigan-MAT 253 acoplado a um equipamento de preparação automatizada para carbonatos modelo Kiel IV. Foi utilizado o Calcário Solnhofen como padrão de trabalho interno, recalculado para o Vienna Pee Dee Belemnite (VPDB), utilizando o padrão internacional NBS 19. A precisão analítica foi melhor que 0.05 ‰, para (delta)13C, e melhor que 0.032 ‰, para (delta)18O (± 1(sigma), n = 111). Além das análises isotópicas, foram utilizadas lâminas petrográficas e realizados imageamentos por MEV e análises químicas EDS em grãos selecionados do arcabouço litológico do material estudado. Os valores das razões isotópicas das carapaças foram comparados a dados de rocha total, realizado por trabalho anterior, do mesmo testemunho. Os valores de (delta)18O apresentam uma tendência de enriquecimento, em direção ao topo, variando de -6 a -4.5‰. Os valores de (delta)13C apresentam uma tendência suave de enriquecimento, da base para o topo, de 1 a 1.75 ‰, com pequenas excursões positivas e negativas de até 0.5‰, e são relativamente concordantes entre os ostracodes e foraminíferos. Entretanto, os resultados obtidos para Paracosta recifensis divergem em até -1.5 ‰ e +2 ‰ para (delta)13C e (delta)18O, respectivamente, dos dados obtidos para as demais espécies, indicando um forte controle biológico na biomineralização da carapaça desta espécie. Dados petrográficos e de MEV mostraram dolomitização moderada a alta em partes do arcabouço litológico, que poderia ter afetado os valores de (delta)18O em rocha total de trabalhos anteriores. Os resultados de EDS apontam a presença de Ir, anomalamente alto, em um único ponto de um dos grãos analisados, favorecendo a hipótese do impacto. Por outro lado, a comparação dos resultados desta pesquisa com dados bioestratigráficos, realizados anteriormente por outros autores, evidenciam um stress ambiental anterior ao limite K-Pg. Estes fatos suportam a ideia de que o vulcanismo, relacionado aos Deccan Traps, possa ter atuado de forma mais decisiva para o evento de extinção em massa.

 

Palavras-chave: Bacia da Paraíba; Limite Cretáceo–Paleógeno; Quimioestratigrafia Isotópica de Carbono e Oxigênio; Ostracodes; Foraminíferos.