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Dissertação desenvolvida no mestrado em Economia do CAA é finalista de prêmio do Banco do Nordeste

Pesquisa analisa impacto de rendas não-agrícolas sobre a pobreza de famílias agrícolas brasileiras.

A dissertação “Impactos da pluriatividade e rendas não-agrícolas sobre a incidência de pobreza nas famílias agrícolas brasileiras”, de Alan Francisco Carvalho Pereira, foi selecionada entre as três finalistas do XXII Prêmio Banco do Nordeste de Economia Regional – Categoria Dissertação.

A cerimônia de premiação será realizada no dia 5 de julho em Fortaleza (Ceará). A pesquisa foi desenvolvida no curso de Mestrado Acadêmico em Economia do Programa de Pós-Graduação em Economia do Centro Acadêmico do Agreste (CAA)/UFPE, em Caruaru. A dissertação teve orientação do professor Wellington Ribeiro Justo e coorientação do professor João Ricardo Ferreira de Lima.

Resumo

A partir da década de 60, a agricultura mundial observou um elevado crescimento tanto no aspecto produtivo, quanto no volume financeiro gerado. Entre os principais fatores que contribuíram para o desenvolvimento agrícola pode-se destacar o aumento da demanda por alimentos e do elevado desenvolvimento tecnológico que contribuiu para a elevação dos níveis de eficiência técnica das cadeias produção e comercialização desses produtos. De uma maneira análoga a esse processo de prosperidade na agropecuária mundial, também se observou um aumento na polarização produtiva no que se refere à busca pelo equilíbrio no acesso aos resultados desse crescimento, entre produtores mais e menos prósperos. A consequência desse cenário de separação e desigualdade produtiva na agricultura é a elevação dos níveis de pobreza e extrema pobreza nas famílias rurais, com maior peso para as famílias de menor renda e que se dedicam de maneira exclusiva à atividade agrícola. De maneira paralela, observa-se que a diversificação das fontes de renda tem efeito de reduzir o efeito da pobreza no meio rural com as famílias não-agrícolas e pluriativas apresentando mais estabilidade nos rendimentos e maior eficiência na redução desse problema ao longo de séries de dados disponíveis. Levando em consideração as diferenças na superação da pobreza entre as famílias agrícolas, não agrícolas e pluriativas, o problema de pesquisa que o presente trabalho busca compreender é verificar os efeitos das rendas provenientes de atividades não agrícolas sobre os indicadores de pobreza das famílias agrícolas, considerando a heterogeneidade entre o desenvolvimento das áreas  rurais das cinco regiões brasileiras. O referencial teórico utilizado considera que as decisões das famílias rurais relacionadas à oferta, ou não, do trabalho fora do estabelecimento agrícola se baseia em um problema de maximização de utilidade conjunta e interna à unidade familiar. Após realizada a modelagem teórica, utilizou-se um pareamento com base na metodologia do Propensity Score Matching junto com um modelo logit multinomial para obtenção dos efeitos sobre os rendimentos das famílias agrícolas com a diversificação das fontes de renda por trabalhos não ligados à agricultura. De acordo com os resultados, observou-se que tanto a pobreza como a extrema pobreza diminuem com a introdução de atividades não-agrícolas com maiores impactos para as famílias agrícolas mais pobres das regiões, porém o alto grau de concentração de pobreza nas regiões com menor produtividade agrícola anulam parte do efeito dessas quedas em um contexto agregando o meio rural como um todo.

Data da última modificação: 06/07/2018, 10:47