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Nota pública do DCP sobre a violência

Nós, professores do Departamento de Ciência Política da UFPE, vimos a público denunciar a gravíssima violência sofrida pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas com sua recente ocupação. Depois de dois meses impedidos de acessar nosso local de trabalho, encontramos nossas dependências no 14º andar vandalizadas, paredes pichadas com insultos e ameaças, portas arrombadas, arquivos revirados, materiais atirados pelo chão, livros danificados, equipamentos roubados. 

Entendemos que nada justifica tais ataques, muito menos os legítimos ideais do movimento estudantil. Apoiamos a discussão pública, a crítica, a mobilização social e a participação política que alimentam a democracia. Vemos com otimismo o envolvimento dos nossos alunos no debate das questões fundamentais que afetam o futuro do país. Entretanto, discordamos do uso da paralisação da universidade como instrumento de qualquer luta. Nossa luta cotidiana, ao contrário, é exatamente contra a ameaça constante de paralisia posta pelas muitas dificuldades e obstáculos que enfrentamos no nosso trabalho. 

Acreditamos que a defesa da universidade pública e de qualidade não pode se dar pela penalização das pessoas que a ela dedicam seu esforço trabalhando e estudando. Acima de tudo, repudiamos a violência que nos impede de prestar o serviço para o qual a sociedade nos paga, que causa danos ao patrimônio público e que desdenha do investimento custeado pelo cidadão para permitir o acesso dos estudantes à universidade gratuita.  

O grau da destruição deixada para trás pela ocupação exige providências demoradas e custosas. Exige, igualmente, a apuração das responsabilidades e a devida punição dos culpados dentro dos marcos legais que balizam o Estado de direito. 
Por isso, lamentamos informar que o pleno atendimento administrativo e a retomada das atividades acadêmicas ainda devem demorar algum tempo. Contamos com a compreensão de todos e esperamos que as medidas necessárias sejam tomadas pelas autoridades competentes para que este lamentável episódio nunca mais se repita.

Subscrevem esta nota os professores Gabriela Tarouco, Ernani Carvalho, Mariana Batista, Cinthia Campos, Flávio Rezende, Marcus Melo, Marcelo Medeiros, Nara Pavão, Deywisson Souza, Marcos Guedes, Dalson Figueiredo, Mauro Soares, Enivaldo Rocha.

Data da última modificação: 02/12/2017, 12:09