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Comparação de estratégias de testagem molecular para o controle da COVID-19: um estudo de modelagem matemático

Com o objetivo de investigar o impacto potencial de diferentes estratégias de testagem e isolamento na transmissão da SARS-CoV-2, um estudo do Imperial College of Science de Londres, Reino Unido, desenvolveu um modelo de transmissão da COVID-19 descrevendo o potencial infeccioso da doença ao longo do tempo.

Título Original: Comparison of molecular testing strategies for COVID-19 control: a mathematical modelling study

Título Traduzido: Comparação de estratégias de testagem molecular para o controle da COVID-19: um estudo de modelagem matemática.

Autores: Nicholas C. Grassly, Margarita Pons-Salort, Edward P. K. Parker, Peter J. White & Neil M. Ferguson, em nome da equipe de resposta contra a COVID-19 do Imperial College

Projeto Covid-19 e a Matemática das Epidemias - Fazendo a Ponte entre Ciência e Sociedade

Tradução: Danillo Barros de Souza e Jonatas Teodomiro

Síntese: Camila Sousa e Júlia Lyra

Coordenação: Felipe Wergete Cruz

 

Introdução

 

Com o objetivo de investigar o impacto potencial de diferentes estratégias de testagem e isolamento na transmissão da SARS-CoV-2, um estudo do Imperial College of Science de Londres, Reino Unido, desenvolveu um modelo de transmissão da COVID-19 descrevendo o potencial infeccioso da doença ao longo do tempo.

O modelo teve como intuito primeiro avaliar o efeito do isolamento após testagem positiva do exame ou o começo dos sintomas, além do impacto da quarentena em pessoas que tiveram contato com casos confirmados laboratorialmente. A pesquisa assumiu que uma proporção dos infectados eram assintomáticos e que estes talvez tenham uma infecciosidade menor do que os pacientes sintomáticos.

 

Destrinchando

 

Para isso, o modelo derivou fórmulas para um número de reprodução efetiva (R, definido como o número médio de infecções secundárias de um único indivíduo infectado) de uma população, considerando três pontos:

  • Testagem destinada apenas a indivíduos que apresentaram sintomas;
  • Triagem de todos os indivíduos independente dos sintomas;
  • Quarentena para pessoas que tiveram contato com casos confirmados em laboratório. 

A partir disso, os pesquisadores calcularam a efetividade esperada de diferentes estratégias de testagem, definida pela porcentagem de redução no R. Também se considerou a sensibilidade dessas estimativas tomando como base a incerteza nos parâmetros presentes no modelo. 

Para isso, foram utilizados gráficos bivariados (dados que possuem um conjunto de dois valores) e amostragens de hipercubo latino (divisão de um espaço formado por duas variáveis no estilo de um tabuleiro de xadrez n x n que, na hora da escolha da amostragem dos n pontos em cada subquadrado, não existam dois pontos ocupando a mesma linha ou coluna). 

A fim de obter uma melhor estimativa e um intervalo plausível para os parâmetros do modelo, os pesquisadores descreveram o histórico natural e as características da transmissão de SARS-CoV-2 a partir da literatura publicada. Esses parâmetros incluíram a proporção de infectados que são assintomáticos e sua infecciosidade, o intervalo médio de ausência de isolamento, a distribuição do período de incubação, e a efetividade dos testes PCR ao longo do tempo a partir da infecção. 

Além disso, foi estimada a efetividade dos testes PCR a partir de três meta-análises publicadas de dados coletados após o começo dos sintomas, supondo que a efetividade em pré-sintomáticos fosse proporcional a sua infecciosidade e assumindo que a especificidade do teste PCR fosse de 100%.

Foram extraídos dados de efetividade e especificidade de testes para anticorpos IgG baseados em amostras de casos de COVID-19 com resultado positivo para o teste PCR na mesma base de dados previamente utilizada. Tais dados foram usados para determinar o valor preditivo positivo (probabilidade de um indivíduo com resultado positivo para um exame realmente tenha, ou tenha tido, aquela doença) de um teste de anticorpos positivo que pode ser usado para emitir um passaporte de imunidade.

 

Para ler a resenha do artigo completa por favor clique aqui. 

Data da última modificação: 22/12/2020, 17:58