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A pandemia, a austeridade fiscal, o SUS e os rumos do Brasil

A pandemia provocada em todo o mundo pela COVID-19 a partir de dezembro de 2019 produziu um cenário perverso no Brasil. Embora tenhamos um sistema único de saúde amparado no texto constitucional desde 1988, integrado à Seguridade Social e ancorado em vinculações orçamentárias para as três esferas de governo, o SUS, pilar do enfrentamento à COVID-19, tem sido subfinanciado desde sua criação. Paralelo a isso assistimos ano após ano o avanço do gasto privado no segmento, hoje majoritário no país, amparado por generosas desonerações tributárias concedidas por sucessivos governos aos usuários junto às unidades privadas de saúde. Tal procedimento findou por constituir-se em sólida alavanca para o crescimento das empresas de planos de saúde e sua progressiva abertura ao capital internacional a partir da inserção de algumas dessas empresas na Bolsa de Valores.

Desde o primeiro caso notificado no país, o crescimento acelerado da contaminação pelo Coronavírus no Brasil, a partir da segunda quinzena do mês de março, vem expondo a fragilidade da estrutura do sistema único de saúde para enfrentar o que se previa e se torna real agora. A cada dia se eleva o número de profissionais de saúde contaminados, centenas e centenas de óbitos são anotados e os casos que requerem internação e cuidados estão sobrecarregando paulatinamente as estruturas disponíveis no sistema, sobretudo as UTIs, as mesmas estruturas já consideradas insuficientes em tempos corriqueiros, como registrado antes da pandemia. No auge da dengue e da Chikungunya, anos atrás, vimos isso claramente.

 

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Data da última modificação: 11/06/2020, 20:06