Diante da notícia publicada na Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) sobre um projeto de “Memória Militar do Exército Brasileiro”, o Comitê de Memória, verdade e Justiça de Pernambuco (CMVJ-PE), junto a entidades estudantis e grupos acadêmicos elaborou uma carta aberta à reitoria da UFPE e solicitou uma audiência. Sendo assim, reuniram-se no dia 25 de abril, Reitor, vice-reitor, assessores e representantes do CMVJ-PE, Núcleo de Documentação sobre os Movimentos Sociais (NUDOC), União Nacional dos Estudantes (UNE), União dos Estudantes de Pernambuco (UEP Cândido Pinto), Diretório Central dos Estudantes da UFPE (DCE/UFPE) e alguns diretórios estudantis. A carta foi lida e foi requerida também a imediata criação da Comissão da Memória e da Verdade, no âmbito da UFPE.

As entidades abordaram as denúncias dos crimes da ditadura militar (1964-1985) contra a comunidade universitária, com a menção aos estudantes e docentes vítimas da repressão e violência da ditadura. Reafirmando a defesa da memória, da verdade e da justiça no que diz respeito à história militar, os signatários se opuseram ao convênio da UFPE e o Exército brasileiro relacionado à memória militar. Na ocasião, além dos temas pertinentes à justiça de transição, foi apresentado o projeto do NUDOC a respeito dos dez anos de fundação da Comissão Estadual de Memória e Verdade Dom Helder Câmara, com exposições e debates itinerantes dentro e fora da universidade. 

Segundo o reitor o conteúdo da notícia trata de uma solicitação para que o Centro de Informática (CIn/UFPE) pesquise uma tecnologia para os visitantes do Monte dos Guararapes e do Forte do Brum, mas o acordo não foi firmado. O reitor manifestou que a universidade não faria um convênio relativo à memória militar, que a sua gestão e a sua equipe mantém o compromisso democrático e de respeito aos direitos humanos, e pretendem criar e/ou se apoiar numa Comissão com vistas a fazer um levantamento sobre o que aconteceu na universidade durante a ditadura.